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Saúde

Câncer de próstata: rastrear ou não o problema com exames no Brasil?

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Especialista discute o uso de testes para diagnosticar esse tipo de tumor à luz das novas pesquisas e do contexto nacional.

Um estudo feito na Inglaterra e recém-publicado pela revista científica da Associação Médica Americana (JAMA) mostrou que a realização de um teste único de PSA — exame de sangue que aponta alterações ligadas à próstata — não tem efeito significativo na redução de mortes por câncer de próstata. Não à toa, o assunto voltou a ganhar destaque no Brasil. Mas precisamos contextualizá-lo dentro da nossa realidade.

Alguns aspectos diferenciam a população europeia da brasileira e merecem ser levados em consideração. Não dá para simplesmente reproduzir as políticas de saúde pública dos países do Norte da Europa por aqui. Pouco se conhece sobre o rastreamento do câncer de próstata no Brasil. Hoje, nossas ações nesse sentido dependem, em grande parte, de dados extraídos de outras nações.

Uma abrangente análise mundial colocou os Estados Unidos, a Austrália e os países do norte europeu na primeira categoria de incidência da doença. O Brasil entrou na segunda categoria, sendo que eram seis no total. No entanto, esse cenário se inverte quando são analisadas as taxas de mortalidade. Os EUA caem para o quinto grupo, enquanto o Brasil, a Austrália e o Norte da Europa ficam no topo.

O câncer de próstata costuma ocorrer em idade mais baixa e ser mais agressivo nas populações negras e pardas. Diferentemente do que ocorre na Europa, elas são a maioria no Brasil — são 97 milhões de pessoas segundo dados de 2010 do IBGE. Além disso, uma pesquisa recente da Universidade Católica de Brasília revelou que 45% dos brasileiros, entre brancos, pardos e negros, carregam 90% de genes cuja origem remonta à África Subsaariana — 86% dos brasileiros possuem até 10% desses genes.

No Brasil, os exames da próstata são ocasionais, feitos nos homens que procuram espontaneamente os serviços médicos. Em 2011, o SUS fez cerca de 17 milhões de consultas ginecológicas, ante apenas 2,6 milhões de consultas urológicas. Ocorre que a população masculina entre 45 e 75 anos, alvo do rastreamento para doenças da próstata, é de aproximadamente 21 milhões de cidadãos.

O rastreamento ideal

Consultar-se com o urologista para apurar se está tudo bem com a próstata pode trazer benefícios diretos e indiretos, inclusive a detecção de outros problemas de saúde assintomáticos. O rastreamento leva em conta a história familiar, fatores de risco, o toque retal e as variações no PSA — medidas sequenciais que indicam a velocidade de aumento ou não desse marcador sanguíneo.

Fazer apenas a dosagem do PSA é oneroso e pode induzir a erros. Isoladamente, o exame não auxilia a tomar condutas.

Um dos principais objetivos do diagnóstico precoce não é apenas manter o homem vivo, mas dar-lhe qualidade de vida. Quando o câncer se encontra disseminado, o tratamento passa por intervenções que muitas vezes se estendem pelo resto da vida, comprometendo em definitivo a produção de testosterona. Sem esse hormônio, por sua vez, sobrevém um maior risco de doenças cardiovasculares, impotência sexual, osteoporose e dificuldades cognitivas. Falar apenas em sobrevida do paciente, portanto, é encurtar e limitar o debate.

Os dados mais recentes indicam que a real discussão não é se devemos rastrear ou não a doença, mas como fazer isso de uma forma racional. A maioria dos pesquisadores concorda que o rastreamento anual em todos os homens acima de 50 anos não se justifica. Assim, os programas de rastreamento devem focar na avaliação e nas decisões de especialistas (urologistas e oncologistas) e não nos programas de atendimento básico.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda aos homens a procura por um profissional capacitado para avaliação individualizada a partir dos 50 anos. Pessoas com parentes de primeiro grau que tiveram a doença ou afrodescendentes devem fazer isso antes, aos 45 anos. E a continuidade do rastreamento deve ser realizada após ampla discussão sobre riscos e potenciais benefícios.

Por Dr. Wilson Busato Jr. é urologista e coordenador do Departamento de Uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia

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Saúde

Outono pede mais cuidado com seus olhos

Poluição apontada no Brasil por relatório mundial resseca as mucosas, predispõe à alergia ocular, olho seco e conjuntivite.

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O 6º Relatório Mundial de Qualidade do Ar (IQAir), publicado no final de fevereiro na Suíça investigou como a qualidade do ar está interferindo na nossa saúde. O levantamento revela que em 2023 a emissão no Brasil de material particulado simples (PM2.5) foi de 12,5 microgramas/m3 ou 2,5 vezes acima dos 5 microgramas/m3 recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Significa que a qualidade do ar no Brasil é um grave problema de saúde pública. Isso porque, os pesquisadores apontam o PM2.5 como a menor e mais perigosa partícula de poluição. Por ser tão pequeno atinge os pulmões e dali circula por todo nosso organismo.  Os dados da pesquisa mostram que a concentração do poluente encontrada no Brasil já foi maior, mas a quantidade atual pode comprometer o desenvolvimento do sistema imunológico e a capacidade cognitiva de crianças.  Entre adultos, os possíveis efeitos são novos casos de câncer, doenças cardíacas e cicatrizes no pulmão que pioram a asma, bronquite e pneumonia.

Paras o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituo Penido Burnier de Campinas esta pesquisa aciona o sinal de alerta para a saúde ocular. Isso porque, a estimativa da OMS é de que no Brasil 20% da população têm alergia nas vias aéreas – rinite ou sinusite. A chegada do outono, comenta, indica aumento da poluição e queda da temperatura. Estas alterações ambientais somadas ao ar poluído certamente aumentam as recidivas de crises alérgicas e 6 em cada 10 pacientes apresentam simultaneamente a condição nos olhos.

Sinais e tratamento da alergia ocular

O oftalmologista explica que os principais sintomas da alergia ocular são coceira, vermelhidão nos olhos, pálpebras inchadas e lacrimejamento. Ao primeiro sintoma recomenda marcar consulta oftalmológica, aplicar sobre os olhos compressas frias feitas com gaze e água filtrada para aliviar o desconforto e evitar coçar. Isso porque, esclarece, esfregar ou coçar os olhos fragiliza as fibras de colágeno da córnea, lente externa do olho que afina e deforma.

Conforme estas alterações na estrutura e formato da córnea progridem, ressalta, podem causar ceratocone, maior causa de deficiência visual entre jovens. Para quem já tem ceratocone a recomendação é sempre consultar um oftalmologista ao primeiro desconforto. O tratamento da alergia ocular varia conforme a gravidade de cada caso. Para alguns pacientes a instilação de colírio anti-histamínico é suficiente. Em quadros mais severos o tratamento é feito com colírio que contém corticoide e quando a gravidade é extrema são indicados imunossupressores, sempre com supervisão do oftalmologista para evitar o descontrole da infecção.

Telas agravam olho seco

Queiroz Neto afirma que a vida digital faz com que a síndrome do olho seco atinja 24% da população em todas as faixas etárias. Isso porque, normalmente piscamos cerca de vinte vezes por minuto. Na frente do monitor de seis a sete vezes. Isso resseca os olhos podendo causar lesões na córnea, especialmente entre usuários de lente de contato. Os sintoma são visão embaçada, ardor e irritação nos olhos.

O oftalmologista esclarece que entre idosos o olho seco pode ser causado por uma deficiência na produção da camada aquosa. Neste caso é decorrente de doenças reumatológicas ou  autoimunes, alterações hormonais como menopausa ou andropausa, uso de antidepressivos, antialérgicos ou anti-hipertensivos que podem comprometer a produção das glândulas lacrimais. “O tratamento efeito com implante de um plugue na glândula lagrimal que estimula o escoamento da camada aquosa.”

O especialista comenta que o olho seco também pode ser do tipo evaporativo quando ocorre obstrução de uma pequena glândula na borda da pálpebra responsável pela produção da camada oleosa. Queiroz Neto explica que o tratamento do olho seco evaporativo pode ser feito com colírio lubrificante em casos leves ou moderados, compressas mornas nas pálpebras e higienização na borda das pálpebras com um cotonete embebido em xampu neutro.

Quando ocorre lesão ou obstrução na glândula de Meibomio que produz a camada gordurosa da lágrima o tratamento é feito com 3 aplicações de luz pulsada, em aplicação mensal.

Aglomerações causam conjuntivite

Queiroz Neto diz que a queda da temperatura no outono aumenta as aglomerações em locais fechados e dissemina a conjuntivite viral que pode ser causada por diversos vírus sendo o que o mais frequente é o adenovírus que também causa resfriado. Altamente contagiosa, a conjuntivite viral  tem como sintomas vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada e secreção viscosa.

Por ser altamente contagiosa, mulheres de evitar o compartilhamento de maquiagem, além de fronhas, toalhas, teclado de computador e outrod dispositivos.

Ao primeiro desconforto o oftalmologista recomenda aplicar compressas feitas com gaze e água potável fria. O tratamento é feito com colírio anti-inflamatório e lubrificante. Em alguns casos se forma uma membrana sobre a conjuntiva que e retirada com laser.

Para prevenir as doenças oculares de outono é importante estimular a imunidade com boa noite de sono, atividades físicas leves, evitar atividades em espaços abertos, manter o corpo bem hidratado bebendo água sempre que sentir sede.

Foto DR

Por Rafael Damas

           

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Saúde

Dengue: 50% dos pacientes com a forma grave da doença desenvolve inflamação severa no coração, revela novo estudo

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O contínuo aumento do número de casos de dengue, em especial de casos graves, traz um componente a mais de preocupação: o risco de problemas cardíacos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 48% dos pacientes que evoluem para a forma grave da doença desenvolvem a miocardite, uma inflamação no músculo do coração.

Em balanço apresentado na quarta-feira (20), o registro de casos graves de dengue ou com sinais de alerta no país estava em 16.494. O número é maior do que o mesmo período de 2023. O ano passado teve o maior número de casos graves da doença na série histórica.

O estudo Diretriz de Miocardites, realizado em 2022 pelo Departamento de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DIC-SBC), mostra que dentre as arboviroses – dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela – transmitidas pelo Aedes aegypti, a dengue, que também é a mais prevalente no país, é a que mais compromete o sistema cardiovascular.

— Esses dados apontam que é fundamental estar atento aos sintomas de miocardite em pacientes com dengue grave, em especial aqueles que já tem problemas cardíacos — diz o cardiologista Denilson Albuquerque, da Rede D’Or e professor titular de cardiologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Segundo Albuquerque, em geral, a miocardite tende a aparecer na fase aguda da dengue. Os sintomas da inflamação incluem dor no peito, falta de ar, cansaço excessivo, tontura e batimento cardíaco irregular.

— A miocardite geralmente vem acompanhada de pericardite, que é a inflamação da membrana que envolve o coração. Ela pode se apresentar de várias formas, como, com dor no peito semelhante ao infarto ou com batimento irregular, como em uma arritmia cardíaca. No pior cenário, a miocardite pode culminar em insuficiência cardíaca aguda.

A maioria das pessoas com miocardite se recupera. O tratamento inclui o uso de medicamentos e repouso. No entanto, em alguns casos, a miocardite pode durar mais tempo, retornar ou levar a uma insuficiência cardíaca crônica.

Fonte: O Globo

           

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Saúde

O sintoma que pode indicar doença renal; é melhor não ignorar

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Uma contratura muscular pode ser originada por diversas causas, desde um movimento brusco ao sentar-se até uma postura inadequada durante o dia, ou até mesmo um esforço excessivo durante o exercício físico. No entanto, também pode ser um sinal de algo mais sério, como uma doença renal.

De acordo com o site Health Digest, a doença renal crônica pode desencadear contraturas musculares. Com o tempo, os rins podem não conseguir eliminar adequadamente o excesso de líquidos do corpo, aumentando assim o risco de infecções.

Quando a função renal é comprometida, os músculos também podem ser afetados devido a desequilíbrios nos níveis de cálcio e fósforo. Isso pode resultar em espasmos musculares, fraqueza, cãibras e dores.

“Indivíduos com doença renal muitas vezes não apresentam sintomas até os estágios avançados da doença, quando ocorre falência renal ou quando há grandes quantidades de proteína na urina”, explica o médico Joseph Vassalotti, da National Kidney Foundation.

Outros sinais a serem observados para esse tipo de doença incluem presença de sangue na urina, inchaço ao redor dos olhos e nos pés, e tornozelos inchados.

 

 

           

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