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Casal que fez resistência a Hitler inspira romance inédito no Brasil

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Nos anos 1930, após a ascensão de Adolf Hitler, o autor chegou a ser contratado pelo governo alemão para escrever um romance sobre dois judeus que especulavam na bolsa de valores

Foi com relutância que Hans Fallada aceitou receber as pastas da Gestapo dedicadas ao casal Otto e Elise Hampel. Após mais uma internação fruto de um colapso nervoso, o escritor alemão acabara de se mudar para Berlim, cidade que em setembro de 1945 não passava de um amontoado de escombros.

A tarefa lhe fora designada por um amigo que viria a se tornar ministro da Cultura da antiga Alemanha Oriental. A ideia era engajar autores que ficaram no país durante o regime nazista (1933-1945), mas que não haviam colaborado com o governo, a escrever sobre opositores perseguidos.

Fallada tinha consciência de que jogou segundo as regras do regime e, por isso, resistiu ao chamado porque “não queria parecer melhor do que havia sido”, como relata um conhecido do escritor.

Nos anos 1930, após a ascensão de Adolf Hitler, o autor chegou a ser contratado pelo governo alemão para escrever um romance sobre dois judeus que especulavam na bolsa de valores. Com passagens pelo jornalismo e publicidade, seu nome -ou pseudônimo, pois nascera Rudolf Ditzen- já era conhecido.

A recusa em transformar a obra em panfleto antissemita e o atraso deliberado na entrega bastaram para torná-lo um indesejável aos olhos do regime. Apesar disso, foi um dos poucos autores alemães que continuaram a publicar no Terceiro Reich, já que não o criticava abertamente.

Mas é possível que algo o tenha atraído na história dos Hampel, que, segundo ele, eram “duas pessoas desimportantes em Berlim que iniciam em certo dia de 1940 a luta contra a máquina absurda do Estado nazista e acontece o grotesco: o elefante sente-se ameaçado pelo camundongo”.

A descrição está presente no ensaio “Sobre a resistência que chegou a existir dos alemães contra o terror de Hitler”, publicado em uma revista de esquerda em novembro de 1945. É nesse texto já um tanto quanto ficcionalizado que Otto e Elise Hampel aparecem retratados como Otto e Anna Quangel, no que seria um rascunho do romance “Morrer Sozinho em Berlim”.

Publicado em 1947, meses após a morte de Fallada, aos 53 anos, o livro acaba de ganhar edição brasileira pela Estação Liberdade, que tem no prelo outro livro do autor, o relato autobiográfico “O Beberrão” -também póstumo, de 1950.

Na trama, a morte do filho do casal na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) serve de estopim para o início de uma ação de resistência que, tal como os Hampels, envolve a distribuição de cartões-postais com frases como “O infame soldado Hitler e seu bando nos jogam no precipício”.

Escrito em ritmo de thriller, a obra é povoada por uma miríade de “gente comum” do início dos anos 1940 em uma Berlim onde a guerra ainda é travada no front distante. Como sói acontecer em narrativas do cotidiano em regimes totalitários, o medo é onipresente. Seja entre aqueles que conspiram contra o regime, seja no lar da família hitlerista vizinha dos Quangels, os Persickes, que temem serem vistos como “pouco nazistas”, seja o medo sentido pelo investigador da Gestapo de falhar na investigação.

Na vida real, foi a morte do irmão de Elise na guerra o detonador do plano que fez o casal deixar cerca de 200 cartões-postais contra Hitler em caixas de correio do norte de Berlim. A ação transcorreu de 1940 até a prisão dos Hampels, em meados de 1942. Em abril do ano seguinte, foram executados pela Gestapo.Fallada nem sempre esteve satisfeito durante o processo de escrita. Ainda assim, as 866 páginas datilografadas ficaram prontas em quatro semanas, no final de 1946. Dias após a entrega para seu editor, foi internado em uma clínica neurológica de Berlim. De lá, foi para outro hospital, onde morreu após uma parada cardíaca em fevereiro de 1947.

Não se tem notícia de que tenha recebido a correspondência na qual o editor comenta os pareceres negativos sobre o romance. A família Persicke foi descrita como caricata e, o livro, maniqueísta demais.Isso não impediu a publicação na Alemanha e a posterior consagração como best-seller, além de adaptações para a televisão e para o cinema. No exterior o livro só estourou após a tardia tradução para o inglês, publicada em 2009. 

“Estranhamente outros romances de Fallada foram traduzidos rapidamente para o inglês. Não tenho ideia [do motivo da demora] porque a decisão geralmente está nas mãos dos editores”, diz à reportagem Stefan Knüppel, diretor do museu dedicado ao escritor no norte da Alemanha.

Os títulos das traduções, aliás, rendem um capítulo à parte. O original “Jeder stirbt für sich allein” (Cada um morre por si) virou “Todo Mundo Morre Sozinho” nos EUA e na União Soviética, “Sozinhos em Berlim” no Reino Unido -opção quase seguida pela edição brasileira, que preferiu acompanhar a portuguesa- e “Um Contra Todos” na Suécia.

MORRER SOZINHO EM BERLIM

Preço R$ 84 (640 págs.)

Autor Hans Fallada.

Tradução: Cláudia Abeling

Editora Estação Liberdade

Por Folhapress.

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Haddad diz que MP do hedge cambial vai abarcar três propostas para destravar crédito no Brasil

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 27, que a medida provisória do novo hedge cambial vai abarcar três propostas para destravar o mercado de crédito no Brasil. A expectativa é de que as medidas seja anunciadas na semana que vem.

De acordo com Haddad, a primeira medida propõe a criação de um mercado secundário de recebíveis imobiliários no País. “O banco financia uma casa e ele pode pegar os títulos de recebíveis dessa casa financiada e que tem imóvel como garantia e repassar para liberar seu balanço para novo financiamento. Este tipo de mecanismo, que é comum em todo mundo, é raro no Brasil, isso vai alavancar muito a construção civil”, explicou o ministro.

A segunda proposta, de acordo com Haddad, prevê a renegociação de dívidas dos beneficiários pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), o programa de socorro a empreendedores e companhias de pequeno porte.

“Foi um programa bem sucedido, mas tinha uma trava de negociação inaceitável. Então hoje tem muita gente inadimplente que não consegue renegociar suas dívidas. E penso que é um defeito do Pronampe que precisa ser corrigido pelo atual governo”, disse Haddad.

A última medida mencionada pelo ministro diz respeito à criação de uma linha de microcrédito para pessoas que recebem Bolsa Família, mas querem empreender e se emancipar do programa de transferência de renda.

Fonte:ESTADAO CONTEUDO

 

           

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Israel mata dezenas em ataques em Gaza e cerca dois hospitais

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As Forças Armadas israelenses mataram dezenas de pessoas em novos ataques em Gaza, disseram médicos palestinos nesta segunda-feira (25). Suas forças mantiveram o bloqueio de dois hospitais onde, segundo os militares, estão escondidos militantes do Hamas.

Enquanto Israel prosseguia com sua ofensiva, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que há crescente consenso internacional em torno da necessidade de um cessar-fogo e que um ataque a Rafah causaria desastre humanitário.

Rafah, o último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos na fronteira sul da Faixa de Gaza com o Egito, está entre as cidades que foram atacadas.

Médicos palestinos disseram que 30 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas em Rafah, cuja população foi aumentada por palestinos deslocados que fugiram dos combates em outras partes de Gaza após mais de cinco meses de guerra.

“A cada bombardeio que ocorre em Rafah, tememos que os tanques cheguem. As últimas 24 horas foram um dos piores dias desde que nos mudamos para Rafah”, disse Abu Khaled, pai de sete filhos, que não quis dar seu nome completo por medo de represálias.

“Em Rafah, vivemos com medo, passamos fome, estamos sem teto e nosso futuro é desconhecido. Sem um cessar-fogo à vista, podemos acabar mortos ou deslocados para outro lugar, talvez para o norte ou para o sul (para o Egito)”, afirmou ele à Reuters por meio de um aplicativo de bate-papo.

Dezenas de palestinos participaram de manifestações e compareceram a funerais no início desta segunda-feira, depois que um ataque aéreo israelense matou 18 palestinos em uma casa em Deir Al-Balah, no centro de Gaza, informaram médicos palestinos e testemunhas.

As forças israelenses também sitiaram os hospitais Al-Amal e Nasser na cidade de Khan Younis, no sul do país, uma semana depois de entrarem no hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza, o principal hospital da Faixa.

Israel alega que os hospitais de Gaza são usados pelo grupo militante palestino Hamas como bases, e divulgou vídeos e fotos que comprovam essa afirmação. O Hamas e a equipe médica negam a alegação e não disseram se algum combatente estava entre os mortos nos últimos ataques.

Os militares israelenses disseram ainda, em comunicado, que suas forças estavam “continuando a conduzir atividades operacionais precisas na área do hospital Shifa, evitando danos a civis, pacientes, equipes médicas e equipamentos médicos”.

O governo afirmou que suas forças detiveram 500 pessoas afiliadas ao Hamas e à aliada Jihad Islâmica e localizaram armas na região. O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse que centenas de pacientes e funcionários médicos foram detidos em Al Shifa.

As Forças Armadas de Israel também disseram que suas forças continuavam “atacando com precisão a infraestrutura terrorista em Al-Amal” e que “20 terroristas foram eliminados na área de Al Amal no último dia em combates a curta distância e ataques aéreos”.

A Reuters não conseguiu acessar as áreas hospitalares de Gaza e verificar os relatos de ambos os lados.

Fonte:Agência Brasil

 

 

           

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Pela primeira vez, um parlamentar é levado ao centro do caso Marielle

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Depois de seis anos de investigação, o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes levou, pela primeira vez, um parlamentar no exercício do mandato ao centro da apuração. O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), de acordo com a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa – homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) -, está ligado ao crime.

Depois de seis anos de investigação, o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes levou, pela primeira vez, um parlamentar no exercício do mandato ao centro da apuração. O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), de acordo com a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa – homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) -, está ligado ao crime.

É a segunda delação aceita na investigação, desde que a Polícia Federal entrou na apuração, em 2023. Antes, fora conduzida pelo Ministério Público do Estado Rio. A primeira foi a do motorista Élcio Queiroz, que conduziu o carro usado no crime.

Sem defesa

Os advogados Bruno Castro e Fernando Santana, que atuavam em 12 processos contra Lessa e representaram o ex-PM por cinco anos, deixaram ontem a defesa, após a homologação da colaboração premiada. Eles afirmam que seu escritório não atua para delatores “por ideologia jurídica”.

Há bancas que não costumam chancelar o instituto da delação. Os advogados dizem ter avisado a Lessa ser contra por “aversão ao instituto processual da delação premiada”. Não explicaram, no entanto, por que a decisão de sair do caso se deu agora, visto que a negociação começou em janeiro.

“Nossa indisposição à delação é genérica e pouco importa o crime cometido, quem tenha cometido e/ou contra quem foi cometido”, sustentaram os agora ex-advogados.

Denunciado como executor do crime, Lessa teria citado ao STJ Domingos Brazão como autor intelectual dos assassinatos, segundo o site The Intercept Brasil. A informação sobre a referência ao nome de Chiquinho Brazão foi divulgada inicialmente pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles, e confirmada depois pelo Estadão.

Segundo o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que homologou a colaboração, foram verificados requisitos de “regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal”. A homologação foi anunciada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para quem a “elucidação do caso está próxima”.

Viúva de Marielle, a vereadora carioca Monica Benício (PSOL) afirmou que a declaração de Lewandowski “em nada colabora” e “apenas faz aumentar as especulações e uma disputa de protagonismo político que não honram as duas pessoas assassinadas”.

‘Fofocas’

Em Brasília para discutir a renegociação da dívida do Estado do Rio, o governador Cláudio Castro (PL) disse ontem que espera um desfecho do caso Marielle e que os novos passos da investigação são “fofocas”. “A gente espera o desfecho o mais rápido possível. Só o que tem agora é fofoca jurídica e política”, afirmou o governador.

Cláudio Castro também reivindicou para o Estado o mérito de ter prendido Ronnie Lessa. “Sempre disse que não existe crime estadual, federal ou municipal. A gente espera é que a colaboração do Estado tenha sido decisiva”, disse ele.

O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes completou seis anos na quinta-feira passada. Embora os apontados como o autor dos disparos e o motorista que o conduziu naquela noite de 14 de março de 2018 no Rio estejam presos, ainda falta saber quem mandou matar a vereadora.

‘Surpreendido’

Procurada pela reportagem, a assessoria do conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão informou que não se pronunciaria. Já Chiquinho Brazão reagiu dizendo que foi “surpreendido por especulações”. Afirmou que seu convívio com a vereadora sempre foi amistoso e cordial, “sem espaço para desavenças”. Chiquinho Brazão disse que “causa estranheza” que seu nome só tenha surgido após “muitos meses” da colaboração. Ele disse ainda que vai se colocar à disposição das autoridades e que aguarda “com serenidade e amparado pela verdade” o esclarecimento dos fatos.

fonte:

 

           

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