Três anos após o governo estadual assumir e encontrar a área da saúde em Pernambuco com processos majoritariamente analógicos e dados registrados em papel, a gestão aposta agora em Inteligência Artificial (IA) para otimizar o setor.
A revelação foi feita durante um seminário sobre o futuro do cuidado humano, onde a secretária da pasta, Zilda Cavalcanti, detalhou o cenário encontrado em 2023. Hospitais de grande porte operavam sem contratos de manutenção adequados e dependiam de anotações manuais para mais de 80% de suas rotinas.
Apesar do investimento constitucionalmente previsto, a administração da saúde era considerada caótica. A falta de conectividade básica impedia a comunicação entre 61 unidades de saúde, incluindo UPAs e hospitais.
Para reverter essa situação, o orçamento para investimentos em saúde digital foi triplicado e uma diretoria focada em inovação e IA foi criada. A secretária admitiu que foi necessário recomeçar do zero, estruturando um modelo integrado de planejamento estratégico para a saúde digital em toda a rede pública.
O objetivo é criar um dos maiores bancos de dados do setor, a Rede Estadual de Dados em Saúde (REDS-PE). O projeto visa integrar informações de toda a rede de atenção primária, UPAs, hospitais sob gestão direta e grandes hospitais.
Atualmente, o banco de dados conta A expectativa é que a IA possa analisar esses dados e auxiliar na melhoria do atendimento.
No futuro, a proposta é que médicos tenham acesso ao histórico do paciente de forma resumida, com a IA filtrando informações relevantes, detectando pontos de atenção e rastreando os atendimentos que geraram os dados. A secretária reconhece que o desafio é fazer com que as equipes utilizem esses recursos na ponta, melhorando processos como o acompanhamento de gestantes e pós-operatórios. A UPE e diversas startups também estão envolvidas no esforço, colocando Pernambuco como um estado-piloto na federalização da Rede Nacional de Dados da Saúde. A REDS deve entrar em operação efetiva em 2026.

