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Com hospital de SP lotado, médicos correm para não escolher quem morre

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A UTI do Emílio Ribas foi a primeira a ficar lotada na rede pública da cidade de São Paulo

PATRÍCIA CAMPOS MELLO E EDUARDO ANIZELLISÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Eram 11h15 de terça-feira, dia 14, quando os paramédicos do Samu chegaram com Cleber à UTI do Instituto Emílio Ribas.O homem, cujo nome foi trocado nesta reportagem para proteger sua identidade, foi trazido do hospital de campanha do Anhembi. Mais de 80% dos pulmões de Cleber estavam tomados pelas lesões do coronavírus. Sua saturação (índice que mede o oxigênio transportado pelo sangue) havia chegado a 60%. Em uma pessoa saudável, o ideal é entre 95% e 100%. Era um milagre estar vivo.Cleber tem 36 anos. Chegou inconsciente e intubado, respirando com ajuda de aparelhos.

A UTI do Emílio Ribas foi a primeira a ficar lotada na rede pública da cidade de São Paulo. São 100% dos leitos ocupados com pacientes de Covid-19; vagas só surgem quando um paciente tem alta -ou quando alguém morre.No hospital, médicos correm contra o tempo para adiar o momento em que, esgotados os recursos, terão de escolher entre quem receberá apoio para continuar vivo e quem não.Andando pelos corredores da UTI, é possível ver que o coronavírus não poupa os mais jovens.

Nos leitos de terapia intensiva, estão Sebastiana, 71, José, 73, Adão, 65, Maria, 71, Manoel, 62, Joana, 66, Gilvan, 69 -mas também Adilson, 56, Cláudia, 43, Ricardo, 42, Adauto, 59, Vanessa, 37, Antonio, 52, Sérgio, 56, Victor, 27, Andrea, 43, Olavo, 58, Fábio, 37 e Vanessa, 22 (todos os nomes foram trocados para preservar a identidade dos pacientes).Segundo levantamento, 50% das 82 pessoas internadas com coronavírus na UTI e na enfermaria do Emílio Ribas têm menos de 60 anos.

Apesar de a doença ser mais letal em idosos com mais de 70 anos (pessoas nessa faixa etária perfazem 70% das mortes), a Covid-19 está longe de ser uma simples gripe para muitos dos jovens que se contaminam. Muitos dos internados no Emílio Ribas nem tinham as chamadas comorbidades, condições que agravam o quadro, como diabetes e insuficiência renal.Apesar de tudo, Cleber e todos esses outros pacientes graves de Covid-19 podem se considerar sortudos. Eles conseguiram uma das 30 vagas de UTI do Emílio Ribas, centro de referência de tratamento de doenças infecciosas que está na linha de frente do combate ao coronavírus. Todos os dias, o hospital recebe mais de cem pedidos de vaga para pacientes de Covid-19.

Assim que surgiu a maca de Cleber, enfermeiros e fisioterapeutas respiratórios correram para se paramentar. É assim que eles chamam o processo de vestir todo o equipamento de proteção, para se proteger da contaminação.É muito fácil se infectar com o coronavírus.

O vírus é transmitido pelo toque, como um aperto de mão, e pelas gotículas de saliva, enquanto a pessoa fala ou tosse, por exemplo. O microrganismo sobrevive horas ou dias na superfície de objetos como celulares, mesas, maçanetas, botão de elevador.Quando Cleber chegou, a fisioterapeuta respiratória Lucilene Sousa, 51, já estava usando a máscara N-95, que protege dos aerossóis, as microgotículas invisíveis que ficam suspensas no ar. Estava vestida com o privativo, a roupa de trabalho que fica dentro do hospital, os sapatos especiais, além da touca nos cabelos e óculos transparentes.Como ela entraria em contato direto com um paciente contaminado, teve de colocar o resto do equipamento de proteção. Em cima do privativo, pôs um avental descartável; vestiu luvas, e, na cabeça, colocou um capacete com viseira transparente, parecida àquela dos soldadores, para evitar que gotículas de saliva atinjam o rosto.

“As pessoas tocam no rosto, em média, 23 vezes por hora. Para os enfermeiros e fisioterapeutas, que ficam constantemente em contato direto com os pacientes de Covid, qualquer distração pode levar à contaminação”, diz a enfermeira Talita Souza Gois, que supervisiona treinamentos no hospital.

O Emílio Ribas foi fundado em 1880 como o Lazareto dos Variolosos, onde ficavam em quarentena doentes com varíola, que na época chegava a matar em 30% dos casos. Em 140 anos, o hospital esteve na linha de frente do combate a várias epidemias -meningite nos anos 1970, HIV a partir dos anos 1980, H1N1 no fim dos anos 2000.

Por ser um hospital de isolamento, todos os quartos da UTI e da enfermaria do Emílio Ribas têm uma antecâmara de pressão negativa. Os médicos e enfermeiros passam por esse cômodo antes de entrar no recinto onde fica o leito do paciente.Quando a porta da antecâmara é aberta, o ar do corredor é sugado para dentro -não há circulação de ar contaminado para fora. Poucos hospitais no Brasil contam com esse sistema.

Cada técnico de enfermagem ou fisioterapeuta faz o ritual de se paramentar e desparamentar dezenas de vezes por dia, ao entrar e sair de cada leito. No fim dos plantões, quando profissionais já estão cansados e estressados, aumenta o risco de cometerem erros que podem levar à contaminação.O momento de maior perigo para os enfermeiros e médicos é a intubação e a extubação do paciente.Na intubação, é inserido um tubo na traqueia do paciente, ligado ao respirador, ou ventilador mecânico, que fará o trabalho que os pulmões não conseguem realizar. “Quando a gente retira o tubo, o paciente tosse bastante, tem muito aerossol”, conta Lucilene.

O outro momento de grande risco de contaminação é a chamada desparamentação. Os profissionais seguem um roteiro minucioso para tirar o equipamento de segurança, que é todo descartado na antecâmara e não sai do ambiente contaminado.Detalhes são importantes: a touca deve ser retirada de trás para frente, o avental precisa ser manuseado pelo lado limpo e dobrado em cima do lado sujo antes de ser jogado fora.

É o mesmo tipo de rotina de segurança que se usava para cuidar de pacientes com ebola na África.Todos os dias, quando chega em casa, Lucilene deixa os sapatos para fora, tira toda a roupa e põe num saco para lavar, entra no banho e lava os cabelos. Os vizinhos sabem que a fisioterapeuta trabalha no hospital e, com medo, não entram no elevador com ela.”Sou acostumada a cuidar de pacientes com problemas respiratórios, mas essa doença é muito rápida. De manhã o paciente está conversando, à tarde está intubado.

“Sempre ao acordar, Lucilene pede que Deus a proteja. Assim que pisa no hospital, ela se benze.Por enquanto, a taxa de infecção de profissionais médicos no hospital é baixa. Há 40 funcionários afastados, entre suspeitas de Covid-19 e confirmados, entre mais de 1.000 funcionários. Em outros hospitais onde há menos expertise em isolamento, o número de funcionários contaminados é bem maior.Outra área de alto risco é a triagem do pronto-socorro. É por lá que chegam os pacientes com suspeita de coronavírus.

“No primeiro dia em que trabalham na triagem, as pessoas estão morrendo de medo”, diz a infectologista Marta Ramalho, 55 anos, há 30 no Emílio Ribas. Há grande probabilidade de entrar em contato com infectados.Na triagem, um médico e um enfermeiro farão a classificação de risco do paciente e determinarão se ele precisa ser internado.

A vendedora Lia (nome trocado) foi ao pronto-socorro porque sua chefe teve diagnóstico positivo de coronavírus e ela está com medo. Antes de ela entrar na salinha, a infectologista Marta Ramalho aperta o dispensador de álcool em gel com o cotovelo para que Lia passe o produto, e diz, brincando: “Mãos ao alto, não toque em nada”. A jovem entra, com as mãos para cima, enquanto enfermeiros verificam seus sinais vitais -febre, pressão e, muito importante, a saturação de oxigênio no sangue. Ela põe o dedo no oxímetro, o aparelhinho que mede a saturação. “Já posso abaixar as mãos?”, pergunta.

Se a pessoa estiver com baixa oxigenação no sangue e tiver sintomas como tosse, febre, ou cansaço ao fazer tarefas rotineiras, como tomar banho e lavar a louça, ela é encaminhada para fazer uma tomografia do tórax. Na tomografia, normalmente os pulmões afetados pelo coronavírus têm uma lesão característica chamada de “vidro fosco”.

Em outras doenças, como pneumonia causada por bactéria, em geral a imagem do pulmão aparece com regiões bem brancas; já nos casos de coronavírus, é comum os dois pulmões terem manchas com essa aparência opaca.Lia estava com os sinais vitais normais e foi mandada para casa e orientada a ficar 14 dias isolada, em quarentena, por ter sido exposta.Só os doentes internados fazem os testes para determinar se estão contaminados com Covid-19.

Muitos outros, que têm todos os sintomas, e muito provavelmente têm a doença, são apenas orientados a ficar em casa em quarentena. Não fazem testes, e, portanto, não entram nas estatísticas de infectados do país. Muitos estão internados há semanas no hospital e ainda não se sabe o resultado dos seus testes, porque o Instituto Adolfo Lutz está com milhares de exames acumulados. Desde sexta-feira passada, alguns hospitais públicos fecharam um convênio com um laboratório particular, o que acelerou resultados dos exames PCR.

ESCOLHAS

É por meio de um sistema chamado Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde), da secretaria estadual de Saúde, que pacientes “sortudos” são direcionados para uma vaga em um hospital como o Emílio Ribas.Quando há um paciente de Covid-19 que precisa de transferência, unidades básicas de saúde ou outros hospitais fazem o pedido pelo Cross.

O sistema aloca os pedidos de vagas, que são então analisados por uma equipe do hospital, seguindo alguns critérios.Hoje, a prioridade no Emílio Ribas é para Covid-19. Pacientes com outros problemas graves, como câncer ou HIV, são direcionados a outros hospitais.Segundo o médico intensivista Jaques Sztajnbok, chefe da UTI do Emílio Ribas, os pacientes de Covid-19 que estão em estado mais grave, ou seja, realmente precisam de internação em terapia intensiva, têm preferência.Além disso, o hospital leva em conta o local onde estão os doentes.

“Um paciente que está no Hospital São Paulo ou no Ipiranga, que têm mais estrutura, tem menos urgência do que um que está em uma UPA”, diz Sztajnbok.”Temos muito medo do dia em que teremos que fazer a escolha de Sofia”, diz Sztajnbok.

A expressão alude ao filme de Alan Pakula (1982), baseado em um romance de William Styron, no qual uma mãe em um campo de concentração é forçada a escolher qual de seus dois filhos será morto.Na Itália, onde faltam vagas em todos os hospitais e o sistema de saúde entrou em colapso, médicos precisam decidir quem vai receber subsídios para tentar viver -o paciente que terá um leito com médico e respirador.

Nessa escolha, os profissionais se veem obrigados a usar critérios como quem pode contribuir mais para sociedade, quem tem filhos e família, quem tem mais chances de sobreviver.”Aqui no Emílio Ribas, a água já está batendo no pescoço, já estamos saturados”, diz Sztajnbok.

Seis grandes hospitais públicos, cinco na capital e um na Grande São Paulo, estão com taxa de ocupação dos leitos de mais de 70%. No Emílio Ribas, além de a UTI estar lotada ou quase lotada, conforme o momento do dia, a taxa de ocupação na enfermaria está em 83%.”Por isso precisamos tanto do isolamento social”, explica o médico.Segundo ele, quase todo mundo vai pegar Covid-19, mais cedo ou mais tarde. Muitos serão assintomáticos, e apenas 5% terão a forma grave da doença e precisarão de internação. Mas, se todo mundo se contaminar em um curto período, 5% “de todo mundo” é muito mais gente do que os hospitais conseguem dar conta.

“É uma corrida contra o tempo”, diz Luiz Carlos Pereira Júnior, diretor técnico do Emílio Ribas. O hospital já abriu dez leitos adicionais de UTI e abrirá outros dez. Já há ventiladores para esses leitos extras; agora, o desafio é contratar pessoal qualificado, tanto médicos como enfermeiras. “Está muito difícil achar intensivista no mercado”, diz Pereira. O hospital está treinando médicos de outras especialidades, como anestesistas, cirurgiões e clínicos gerais, para atuarem nas UTIs de Covid-19. “Precisamos ganhar tempo com o isolamento, para que esses serviços estejam todos estruturados”, diz Pereira. “O pior pesadelo será ter que fazer a escolha, alguém de 46 ou alguém de 66.”Segundo o diretor, “as próximas três semanas serão muito difíceis.”

INCÓGNITAS

Os próprios médicos e enfermeiros, até em instituições de ponta, ainda sabem muito pouco sobre a doença.Em 23 de março, na primeira vez que a enfermeira Lívia Correa Araújo Galbiatti ajudou a intubar um paciente com Covid-19, ela achou que os aparelhos do hospital estavam com defeito. Antes de colocar o tubo na traqueia de Elisa (nome trocado), 71, para ligá-la a um respirador, a oxigenação da paciente foi caindo e chegou a 15%. Elisa foi ficando com os lábios e as pontas dos dedos roxas. “Trabalho há sete anos em pronto-socorro, já presenciei dezenas de intubações, mas nunca vi nada igual. Os médicos também estavam chocados”, conta Lívia.

Depois de Elisa, a enfermeira viu diversos outros pacientes de Covid-19 chegando ao pronto-socorro lutando para respirar e com oxigenação do sangue tão baixa que não se sabe como estavam vivos. “Eu sempre me lembro da vez em que quase me afoguei em uma praia em Fortaleza. Eles chegam aqui se afogando, em terra firme.”

Elisa foi uma das 17 pessoas que morreram de coronavírus no Emílio Ribas desde 22 de março.Uma das pacientes que Jaques Sztajnbok visitou na UTI na quarta-feira (15) tinha o nível de proteína C reativa, que indica processo inflamatório ou infeccioso no corpo, acima de 700.”É um índice obsceno, nunca vi tão alto”, disse.

Os doentes com Covid-19 sofrem a chamada “tempestade de citocinas”, em que o sistema imunológico mobilizado para combater o Sars-CoV-2, acaba tendo uma reação exagerada e se transforma em um ataque contra o próprio corpo. O alto índice da proteína C reativa é uma das indicações dessa inflamação.Os médicos também estão aprendendo, na prática, como tratar da doença. Como na Itália, alguns pacientes são colocados de bruços, e ficam “pronados”, no jargão médico, durante 16 horas, porque isso facilita a expansão do pulmão.No Emílio Ribas, médicos ministram anticoagulantes para certos pacientes, porque um dos efeitos do coronavírus é a formação de coágulos dentro dos vasos sanguíneos do pulmão, que impedem a passagem do sangue e, consequentemente, o funcionamento normal do órgão.

Médicos têm observado que o chamado nadir clínico do paciente -momento em que a doença fica mais grave- costuma acontecer entre o oitavo e décimo dia após o início dos sintomas.

PANACEIA

O hospital participa de um estudo da Organização Mundial de Saúde que está testando quatro possibilidades de tratamento: cloroquina e azitromicina, um antibiótico; Kaletra (lopinavir), medicamento contra o HIV; lopinavir e interferon e rendesivir -este foi usado contra Ebola.Sztajnbok critica a politização do uso da cloroquina.

“Hoje em dia, se você é contra a cloroquina, é a favor do [governador João] Doria; se é a favor, apoia Bolsonaro.”No Emílio Ribas, o medicamento está sendo usado apenas em casos graves, e não indiscriminadamente.”A cloroquina já foi usada contra diversas doenças virais, como zika, Mers, Sars, dengue, nipah, chikungunia, HIV”, enumera.

“Por enquanto, está sete a zero para os vírus -não funcionou bem contra nenhum deles. Mas estamos tentando marcar um gol de honra, fazer o 7 a 1, pode ser que funcione contra Covid-19, então precisamos tentar.”Sztajnbok adverte para as altas expectativas em relação à descoberta de uma droga que cure a doença. “Não acho que vai existir um super-homem contra o coronavírus, um medicamento que vai resolver tudo”, diz.”A Covid-19 é diferente de todas as outras epidemias que vivemos, porque volume de pacientes é avassalador e eles chegam em estado muito grave. E, assim como não tinha remédio para o ebola, ainda não há para o coronavírus.”

POR FOLHAPRESS COM PATRÍCIA CAMPOS E EDU ANIZELLI

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Brasil

Número de nascimentos no Brasil cai em 2022 e é o menor em 47 anos segundo IBGE

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Levantamento do IBGE mostra uma queda no número de crianças nascidas no Brasil em 2022 — o menor desde 1977.

Em 2022, nasceram 2.542.298 crianças no Brasil, enquanto em 2021 foram 2.635.854 – o que representa uma queda de 3,5%. Já em relação à média anual entre 2010 e 2019, a diminuição foi ainda maior, de 10,8% (2.850.430). Em 2010, foram 2.760.961 registros de nascimento.

Número de 2022 é o menor desde 1977, quando foram registrados 2.566.020 nascimentos.

Todas as regiões do Brasil registraram queda no número de nascidos. Nordeste e Norte tiveram os maiores decréscimos, com 6,7% e 3,8%, respectivamente.

O Sudeste lidera o número de registros de nascimento. Foram 979.328 bebês em 2022, uma queda de 2,6% referente a 2021. O número é superior em 278.418 nascimentos em relação à região Nordeste — segunda onde mais nascem pessoas.

Região Centro-Oeste tem retração. De acordo com a pesquisa, pouco mais de 222 mil pessoas nasceram na região no ano de 2022, uma queda de 1,6% em relação ao período de 2021,

Por UOL

           

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Brasil

Haddad diz que é preciso insistir em acordo Mercosul-União Europeia

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (27), em São Paulo, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai continuar insistindo em uma maior aproximação com a União Europeia. Para Haddad, um acordo entre o Mercosul e a União Europeia será benéfico para as duas partes e deve se fortalecer nos próximos anos.

A fala do ministro foi durante o 8º Fórum Econômico Brasil-França, que está sendo realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O evento conta com a presença do presidente da França, Emmanuel Macron, que é um dos críticos ao acordo entre Mercosul e União Europeia. Ele foi recebido no local pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

Haddad comparou um possível acordo entre o Mercosul e a União Europeia com a aprovação da reforma tributária no Brasil. Segundo ele, o Brasil demorou 40 anos para aprovar a reforma tributária que “colocou um ponto final no caos tributário”. “Não devemos desistir desse acordo. Se foi possível aprovar a reforma tributária depois de 40 anos, por que não, depois de 20 [anos] aprovar um bom acordo União Europeia e o Mercosul?”, questionou o ministro.

No evento, que reuniu empresários e representantes dos governos dos dois países, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Antonio Ricardo Alvarez Alban, defendeu um avanço no acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

“Reconhecemos alguns desafios que tanto o Brasil quanto a França enfrentam em relação ao tratado. Entretanto, estamos confiantes de que, a longo prazo, os benefícios da integração das duas regiões vão superar as adversidades iniciais, proporcionando expressivos ganhos para Brasil e França e para os demais signatários do acordo”, disse.

A ideia foi reforçada pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes. “O acordo comercial Brasil-Mercosul e União Europeia trará benefícios para as duas regiões, especialmente para a França, país rico em assuntos culturais e de tecnologia”.

Em sua fala, Haddad também citou que a economia brasileira vive um momento macroeconômico favorável, com inflação dentro da meta e crescimento do emprego. “Hoje saiu o resultado do Caged, que apontou que, no mês passado, em apenas um mês, criamos 306 mil novos postos de trabalho no Brasil. Em janeiro, mês regularmente mais fraco, geramos 180 mil postos de trabalho, o dobro do ano passado. Entendemos que a economia seguiu seu curso, sem pressionar os preços se soubermos administrar bem a política econômica”, falou.

Haddad também falou da expectativa do governo sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “Nesse ano, as estimativas do governo preveem crescimento de 2,2%, mas elas devem ser revistas para um patamar de 2,5% para cima. Devemos surpreender as estimativas do mercado”, disse ele. “Estamos criando a infraestrutura econômica para o Brasil aumentar seu PIB potencial, que todos diziam que era menor que 2% até outro dia. Creio que, se o Brasil crescer menos que a média mundial, com as políticas que estão sendo adotadas, alguma coisa errada está acontecendo”, falou.

Para Haddad, a economia brasileira tende a se manter favorável e em crescimento com as reformas que foram encaminhadas para o Congresso e também com a “vantagem do Brasil na transformação ecológica”.

Antes de Haddad, o secretário nacional de transição energética do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, reforçou a importância da transição energética para o governo brasileiro. “O tema deste encontro, transformação ecológica, é caro para nós. Essa é a visão estratégica que orienta um amplo conjunto de políticas que estamos desenvolvendo [no governo]”, disse ele.

Segundo Barral, com esse processo, o governo brasileiro pretende universalizar e combater a pobreza energética no país. “Esse processo de transição energética precisa ser justo e inclusivo. Estamos falando de investimentos bilionários que vão chegar a várias regiões do país e vão exigir de nós esse compromisso de que o processo seja justo e inclusivo”, acrescentou.

Em seu discurso no evento, o presidente da CNI reforçou ainda que o fórum está sendo uma oportunidade para se discutir as oportunidades e os desafios das relações econômicas entre o Brasil e a França. “Além de fortalecer os vínculos entre Brasil e França, podemos oferecer propostas de soluções para questões globais, como a expansão da economia de baixo carbono e o aumento da competitividade das nossas indústrias no cenário mundial”, disse ele, reforçando que o Brasil é o principal mercado para os investimentos franceses em países emergentes.

“Atualmente, a França é o quinto investidor direto no Brasil e tem mais de 1.150 subsidiárias de empresas estabelecidas no país, que empregam 520 mil pessoas e faturam 61 bilhões de euros por ano. A dinâmica das nossas relações econômicas se baseia tanto no comércio quanto no investimento”, falou ele. “Nesse cenário, há espaço para equilibrarmos a balança comercial. A França é o nono maior fornecedor do Brasil. Em contrapartida, o Brasil ocupa o trigésimo sexto lugar na lista dos países que exportam para a França”, completou.

Fonte:  AGÊNCIA BRASIL

 

 

           

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Brasil

Governo prorroga Desenrola até 20 de maio

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Pela segunda vez, o governo vai prorrogar o Programa Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas de pessoas físicas inadimplentes. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda, a medida provisória com a extensão do programa está prevista para ser publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (28).

Inicialmente, as renegociações acabariam em dezembro, mas tinham sido prorrogadas até 31 de março. O aumento da procura após a unificação do Desenrola com os aplicativos de bancos, do Serasa Limpa Nome e o Caixa Tem justificou a prorrogação. Desde o início do mês, os débitos do Desenrola também podem ser renegociados nas agências dos Correios.

A prorrogação vale apenas para a Faixa 1 do Desenrola, destinada a pessoas com renda de até dois salários mínimos ou inscritas no Cadastro Único para Programa Sociais (CadÚnico) do Governo Federal e a dívidas de até R$ 20 mil. As renegociações para essa categoria começaram em outubro.

Ampliação

Desde o início do ano, o governo tem facilitado a adesão do Desenrola. No fim de janeiro, as pessoas com perfil bronze no Portal Gov.br passaram a poder parcelar as dívidas. Antes, quem tinha a conta desse nível, que tem menos segurança, podia apenas quitar o valor negociado à vista. Com a mudança, a proporção de usuários com login nível bronze subiu de 19% para 40% das negociações diárias.

O governo também passou a integrar a plataforma do Desenrola com os sistemas de atendimento de instituições financeiras e de empresas como o Serasa e os Correios. A integração foi possível por causa da Portaria 124 do Ministério da Fazenda, editada em 29 de janeiro, que autorizou parcerias para ampliar o alcance do programa.

Mais de 700 empresas participam do mutirão, entre bancos, financeiras, comércio varejista, operadoras de telefonia, concessionárias de água e de energia e securitizadoras. Ao todo, mais de 550 milhões de ofertas estão disponíveis no MegaFeirão, além dos descontos de até 96% do Programa Desenrola.

Desde 15 de fevereiro, o Desenrola Brasil passou a ser acessado também por meio do site da Serasa Limpa Nome. Com a integração entre as plataformas, os usuários logados na plataforma da Serasa já conseguem ser redirecionados para o www.desenrola.gov.br, onde é possível consultar as dívidas e fazer os pagamentos nas condições do programa, também sem a necessidade de um outro login.

Segundo os números mais recentes do Ministério da Fazenda, o Desenrola Brasil beneficiou cerca de 14 milhões de pessoas, que renegociaram R$ 50 bilhões em dívidas, nas Faixas 1 e 2. Os descontos médios na plataforma do programa estão em 83%, alguns casos chegando a 96%, com pagamento à vista ou parcelado sem entrada, e com até 60 meses para pagar.

Em vigor entre julho e dezembro do ano passado, a Faixa 2 permitiu a renegociação de dívidas de qualquer valor com bancos e demais instituições financeiras por quem ganha até R$ 20 mil. Diferentemente da Faixa 1, as renegociações não eram pedidas pela plataforma do Desenrola, mas pelos canais de atendimento dos bancos.

Fonte: Agência Brasil

 

 

           

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