PUBLICIDADE

CPMI do INSS: Ex-Procurador Nega Corrupção, Mas Evita Respostas Sobre Pressões

O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, compareceu à CPMI do INSS nesta quinta-feira (23), negando qualquer envolvimento com as irregularidades nos descontos de aposentadorias e pensões. Amparado por um habeas corpus que lhe concedia o direito de permanecer em silêncio diante de perguntas potencialmente incriminatórias, o ex-procurador adotou uma postura seletiva, respondendo a algumas questões e se abstendo de comentar outras.

Virgílio Filho, afastado do cargo em abril após uma operação da Polícia Federal (PF) sobre supostas fraudes no INSS, negou que o ex-ministro da Previdência, Carlos Luppi, o tenha convidado para assumir a procuradoria-geral do INSS. Segundo ele, o convite partiu de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do instituto, que, conforme o depoente, jamais interferiu em sua atuação. Contudo, o ex-procurador silenciou quando questionado sobre se estaria sofrendo pressões relacionadas aos seus depoimentos.

Em sua declaração inicial à CPMI, o ex-procurador-geral do INSS enfatizou que não é indiciado, réu ou condenado, e sequer foi ouvido pela PF, expressando descontentamento com o que considerou um pré-julgamento por parte de alguns parlamentares. “Não sou político e não tenho padrinho político. Sou apartidário. Sempre atuei de forma técnica e não por motivos políticos”, afirmou.

Ao responder ao relator da comissão, deputado Alberto Gaspar, Virgílio Filho negou conhecer o empresário Maurício Camisotti e se recusou a comentar sobre qualquer contato com Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, ambos suspeitos de envolvimento nas irregularidades nos descontos de aposentados e pensionistas. O ex-procurador também optou pelo silêncio ao ser questionado sobre as atividades das empresas de sua esposa e de sua irmã.

Em relação ao seu patrimônio, admitiu ter tentado comprar um automóvel Audi, negócio que, segundo ele, não se concretizou, mas se manteve em silêncio sobre ter presenteado sua esposa com um carro Porsche.

O relator da CPMI questionou a evolução do patrimônio da família do ex-procurador, mencionando um suposto acréscimo de R$ 18 milhões em cinco anos e expressando estranheza com a alegada compra de carros e imóveis de luxo por um servidor de carreira. Gaspar afirmou que a CPMI identificou a compra de um apartamento de luxo de R$ 28 milhões em Balneário do Camboriú (SC).

O ex-procurador também negou ter conhecimento de irregularidades nos descontos de aposentados e pensionistas durante o período em que ocupou o cargo de procurador-geral do INSS. Segundo ele, só tomou conhecimento do assunto após a veiculação de reportagens e o início das discussões internas na autarquia.

A reunião da CPMI teve início pela manhã e se estendeu por mais de 12 horas. Inicialmente, os parlamentares ouviram a médica Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa de Virgílio Filho, sobre a suspeita de que ela possa ter sido utilizada como “laranja” no esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas. A suspeita é de que empresas em seu nome foram usadas para “lavar” o dinheiro de propina paga ao marido.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e Instagram. Você também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9155-5555.

Leia mais

PUBLICIDADE