O delegado Bernardo Leal Annes Dias (foto em destaque), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que teve uma das pernas amputada após ser atingido por criminosos durante a megaoperação Contenção — que deixou 122 mortos em outubro deste ano — recebeu, nessa quinta-feira (11/12), uma homenagem da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ).
Visitado no hospital pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, e pelo delegado André Neves, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, Bernardo recebeu a Medalha Coragem, honraria concedida apenas a policiais civis atingidos por disparos em confronto durante operações ou diligências.
“Esta é uma medalha que ninguém gostaria de ganhar, mas é uma medalha que reconhece, em vida, aqueles que deram o sangue pela polícia, pela população do Rio de Janeiro e pela sociedade. Ela reconhece aqueles que vão carregar, pelo resto da vida — igual a você — as sequelas do ferimento”, afirmou Curi ao entregar a medalha.
Curi ainda declarou que o delegado é um herói da Polícia Civil e um herói nacional: “Merce muito”.
Após ser baleado durante a operação, o delegado ficou em estado gravíssimo e chegou a precisar de doações de sangue. O disparo rompeu a artéria femoral, provocando uma hemorragia severa.
Depois de ter alta do hospital, a autoridade policial precisará de uma prótese avaliada em R$ 500 mil. Nessa quinta (11), um movimento para arrecadar o valor havia sido iniciado nas redes sociais. No entanto, fontes oficiais confirmaram à coluna que o governo do Rio de Janeiro e a Polícia Civil vão custear todo o tratamento do delegado.
Quem é o delegado
Bernardo Leal Annes Dias é um dos principais investigadores da DRE. Respeitado entre os colegas, atua há anos em operações de combate ao tráfico de drogas e participou de investigações que mapearam o avanço da facção em comunidades do Rio.
Com perfil operacional, Bernardo integrava o grupo de linha de frente da Operação Contenção, responsável pela perseguição a chefes da facção que estavam reunidos na região.

