O professor de história Emerson Lardião, de 28 anos, é de direita. Da nova direita/ Luiz Pondé é um pensador dessa corrente Foto: Ashlley Melo e Divulgação
Não são direitistas que pregam a volta da ditadura militar e o extermínio de qualquer proposta ou projeto encampado por um governo de esquerda.
O professor de história Emerson Lardião, de 28 anos, é de direita. Da nova direita. Emerson não é único e faz parte de um grupo que assume ser o que é. E, sobretudo, o que não é. Não é direitista que prega a volta da ditadura militar e o extermínio de qualquer proposta ou projeto encampado por um governo de esquerda. Defende que a vida das pessoas seja cada vez menos regulada pela mão do Estado. Porém, se são todos liberais na economia e defendem o livre mercado, os “neo-direitistas” divergem no que se refere aos costumes da sociedade, sendo mais flexíveis do que a direita tradicional, buscando dialogar com os pontos divergentes.
“Ser de direita é defender, dentre outros pontos, que essa presença menor do Estado é um ponto essencial no combate à corrupção que tanto afeta a nossa sociedade”, define ele. Nos últimos dois anos pessoas como Emerson têm feito com que a direita empunhe a bandeira e que essa palavra seja assumida. Deixe de ser uma acusação para o professor, acompanhada de alcunhas como “coxinha”, por tantas vezes usadas no embate com os “petralhas”.
Uma das instituições que surgem com esse novo pensamento é o Observatório de Elites Políticas, que analisa serem os “neo-direitistas” pessoas na maioria entre 16 e 35 anos, que se unem para discutir política em centros conhecidos por fomentar discussões liberais para esse público.
Caso do Instituto Liberdade e do Instituto Millenium que, financiados por grandes empreendedores brasileiros, apostam na discussão dessas ideias. “É uma direita liberal em costumes e economia, não religiosa, conservadora em política e a favor da propriedade privada e do direito à expressão sem aparelhamento do estado. Uma direita sem nenhum vínculo com a guerra fria e a ditadura”, explica o filósofo Luiz Felipe Pondé, um dos pensadores que norteiam esse movimento.
Para ele, foi a tônica política do “nós contra eles” do PT que catalisou o surgimento desse grupo: “Eles estão também de saco cheio com o monopólio esquerdista nas universidades, nos tribunais e nas redações. A esquerda, por muito tempo, se vendeu como única forma honesta de se pensar o País.”
Mas essa nova direita pode, em alguns pontos, possuir um discurso que pede justamente a presença deste Estado, em questões que perpassam pela liberdade pessoal, assemelhando-se ao discurso da direita tradicional. Emerson marca “não” ao direito de abortar e “não” ao consumo de drogas ilícitas, temas que não são um consenso entre eles. É o que explica o também direitista Anderson Macena, 25 anos. “A nova direita brasileira é dividida em três: liberais, libertários e conservadores. Embora todos sejam contrários ao discurso da extrema-direita, os conservadores são os mais identificados com uma agenda menos progressista nos costumes”, pontua o gastrônomo, que assim como Emerson, defende essa linha mais conservadora.
Posição essa que nem de longe é adotada pela engenheira civil Camilla Pontes, 32 anos, que mora no Recife. Ela acredita que a regulação do Estado precisa ser minimizada não só na economia, mas na vida das pessoas. “Precisamos defender o direito individual. Me coloco favorável a temas como a legalização das drogas e ao aborto”, diz.
Embora não concordem em alguns temas, eles apontam que o debate com a esquerda, “desde que estes estejam dispostos a ouvir”, é importante e serve para o crescimento de uma democracia madura, rejeitando qualquer tipo de extremismo de um lado como do outro. “Todos podem ter contribuição nessa construção. O que precisamos também é de menos intolerância”, conclui Camilla.
NESSE VÍDEO PONDÉ ANALISA AS MANIFESTAÇÕES RECENTES EM SÃO PAULO. É BOM PARA ENTENDER UM POUCO SOBRE O QUE PENSA O FILÓSOFO.
A Prefeitura do Recife informou que realizará, nas próximas semanas, o pagamento das últimas folhas salariais de 2024, totalizando R$ 960 milhões, que serão injetados diretamente na economia local. Esses valores correspondem aos salários de novembro e dezembro, além do 13º salário, beneficiando cerca de 45 mil servidores, incluindo funcionários ativos, aposentados, pensionistas e estagiários vinculados ao Executivo Municipal. Veja as datas de pagamento no Tribuna Online.
Por TV Tribuna PE
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A bancada do PSB na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) anunciou, nesta sexta-feira (8), o apoio à reeleição do deputado Gustavo Gouveia (Solidariedade) como primeiro-secretário. Segundo o líder do partido na Casa, deputado Sileno Guedes, a decisão foi tomada após escuta aos parlamentares socialistas e em entendimento com o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), que também buscará a reeleição e a quem o PSB já havia anunciado apoio na semana passada.
Sileno explicou que esse posicionamento reafirma postura já externada pela bancada do PSB em novembro de 2023, quando houve a eleição da Mesa Diretora da Alepe para o biênio 2025-2026. No mês passado, porém, o pleito foi anulado em decisão monocrática do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida será avaliada nos próximos dias pelo pleno da Corte e, se confirmada, levará a Alepe a fazer uma nova eleição entre 1º de dezembro deste ano e 1º de fevereiro de 2025.
“A bancada voltou a deliberar e, com exceção do deputado Francismar Pontes, que ainda não se juntou a nós nessa posição, chegamos à decisão de manter o entendimento que já havia sido expressado no ano passado, quando votamos no deputado Gustavo Gouveia para a primeira-secretaria. Após escuta aos demais parlamentares do PSB e em entendimento com o presidente Álvaro Porto, a quem já tínhamos declarado apoio, decidimos seguir esse posicionamento na nova eleição”, explicou Sileno.
Foto: Wesley D’Almeida / arquivo
Por Ponto de Vista
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A proximidade da eleição para as presidências da Câmara Federal e Senado tem impulsionado as tratativas entre o PP, Republicanos e União Brasil no sentido das três siglas se unirem e construirem uma federação. Juntas, essas três siglas representam 153 cadeiras na Câmara Federal e 18 cadeiras no Senado. Se concretizando, a federação entre os três partidos se torna a maior força dentro do Congresso Nacional. Para se materializar a federação PP/Republicanos/União Brasil a convergência de interesses é um ponto crucial. A primeira etapa passa pelas eleições das presidências da Câmara e Senado, onde o deputado Hugo Mota (Republicanos) e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil) são nomes já consolidados para as respectivas sucessões dos comandos das duas Casas. Republicanos e PP já estão bem encaminhados quanto a aliança, inclusive o que se sabe é que o apoio de Arthur Lira (PP), atual presidente da Câmara, a Hugo Mota estaria condicionada a isto. Já em relação ao União Brasil o possível embarque neste projeto pode está condicionado à candidatura de Ronaldo Caiado, atual governador de Goiás, à presidência da República em 2026.
Vale destacar que o grande desafio dos dirigentes partidários destas três siglas consiste nas costuras nos estados, uma vez que a materialização da Federação Partidária torna as siglas que a compõem em uma única agremiação partidária que vigora por, no mínimo, quatro anos.
Levando em consideração os desdobramentos da federação para Pernambuco, por exemplo, os principais nomes do PP, Republicanos e União Brasil no estado possuem para as eleições de 2026 interesses que se chocam. Eduardo da Fonte (PP), Sílvio Costa Filho (Republicanos) e Miguel Coelho (União Brasil) são apontados como potenciais candidatos ao Senado, e não é só isso, o primeiro está na base da governadora Raquel Lyra, enquanto que os outros dois são da oposição que tem em João Campos (PSB) o principal nome para disputar o Palácio do Campo das Princesas. Com a federação, os três terão que caminhar unidos em relação ao apoio para a disputa ao Governo do Estado, caso permaneçam nos respetivos partidos. Além disso, como convergir os interesses de Eduardo da Fonte, Silvio Costa Filho e Miguel Coelho em relação ao Senado? Qual dos três teria o domínio sobre o destino da federação em Pernambuco?