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Em sete meses, humanidade já gastou os recursos naturais do ano inteiro

A conclusão é da ONG ambientalista Global Footprint Network, sediada nos Estados Unidos.

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O mundo esgotou nesta quarta-feira (2) seus limites biológicos para o ano 2023: a humanidade precisaria de cerca de 1,7 planeta para manter o atual estilo de vida. A conclusão é da ONG ambientalista Global Footprint Network, sediada nos Estados Unidos.

A curva da sobrecarga ecológica se aplainou nos últimos cinco anos, mas é difícil distinguir se a tendência é “gerada por uma desaceleração econômica ou por esforços de descarbonização intencionais”. O Dia da Sobrecarga da Terra chega cinco dias mais tarde do que em 2022, mas isso se deve, em grande parte, ao modo como a rede ambientalista coleta dados.

Seja como for, está lenta demais a imposição de limites à exploração exagerada dos recursos naturais. Segundo os cálculos da ONG, nos próximos sete anos, o Dia da Sobrecarga teria que ser 19 dias mais tarde a cada ano para que se alcancem as metas climáticas globais de corte das emissões carbônicas causadoras do efeito estufa.

Em comunicado, o diretor-presidente da Global Footprint, Steven Tebbe, associou o esgotamento dos recursos do planeta -do desmatamento à queima de combustíveis fósseis- aos eventos climáticos extremos: “A sobrecarga constante provoca sintomas cada vez mais evidentes, incluindo ondas de calor atípicas, incêndios florestais, secas e inundações, com o risco de comprometer a produção de alimentos.”

Em 1970, quando a ONG começou a divulgar sua estimativa anual, a biocapacidade da Terra -definida como a “capacidade dos ecossistemas de produzirem materiais biológicos usados pelos humanos e absorverem os resíduos gerados por eles”- era mais do que suficiente para atender à demanda anual.

Contudo, no meio século desde então, a humanidade regularmente retirou recursos demais de seu único planeta.

DESIGUALDADE NO USO DOS RECURSOS

A Global Footprint Network também calcula os dias da sobrecarga das diferentes nações. O do Brasil será em 12 de agosto, mas na Alemanha ele chegou em 4 de maio: se todos vivessem como a população do país europeu, seriam necessários três planetas para sustentar a humanidade durante um ano.

Os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos -onde a Conferência do Clima das Nações Unidas se realiza em 2023- alcançaram a sobrecarga ecológica em 13 de março. Assim como em 2022, o Catar se destaca como infrator-mor, já tendo esgotado em 10 de fevereiro seus recursos renováveis.

O Sul Global arcará com grande parte do custo da destruição ambiental causada pelo esgotamento de recursos. Do mesmo modo, são as gerações futuras que vão sofrer as consequências da crise climática que está sendo agravada agora pelo consumo excessivo.
A Indonésia ou o Equador, por exemplo, não atingirão a sobrecarga até dezembro -portanto vivem relativamente de acordo com seus próprios meios. No entanto, esses países e outros são alvo de exploração de recursos por nações mais ricas, como a Alemanha.

“A Alemanha é a quinta maior consumidora de matérias-primas do mundo, importando de países do Sul Global até 99% de seus minerais e metais”, frisava em 2022 Lara Louisa Siever, consultora-chefe de políticas para justiça de recursos da rede alemã pelo desenvolvimento Inkota.

O MITO DA ALEMANHA “CAMPEÃ ECOLÓGICA”

Outros países industrializados acompanham a Alemanha no alto da lista dos superconsumidores. A França esgotou seus recursos renováveis um dia depois dela, em 5 de maio; Grécia, Reino Unido e Japão vêm logo atrás, tendo superado suas capacidades no mesmo mês.

“O grande problema que temos na Alemanha, no Norte Global em geral, é ainda não termos entendido que os recursos são finitos”, especifica Viola Wohlgemuth, responsável pelas campanhas pró-economia circular e antissubstâncias tóxicas do Greenpeace Deutschland.

Ela se baseia em dados do World Resources Institute (WRI) segundo os quais 90% da perda de biodiversidade se deve à “exploração de recursos e sua conversão em produtos”, atividades que também respondem por 50% das emissões globais de gases do efeito estufa, danosos ao clima.

Apesar desta “enorme crise de recursos”, nações como a Alemanha “não aprenderam”, lamenta Wohlgemuth. E o ativista climático Tadzio Müller, de Berlim, lembra que ela já foi considerada “modelo de virtude climática”.

“A origem desse mito da Alemanha como campeã ecológica, ironicamente, não tem nada a ver com a política industrial alemã, nem com suas estratégias em nível governamental, mas sim com os poderosos movimentos sociais do país.”

Como exemplos, ele cita o movimento antinuclear alemão, nascido nas décadas de 1970 e 1980, que por muito tempo pressionou pelo abandono gradual da energia nuclear; o investimento na energia renovável por empresas locais de pequeno e médio porte; e, mais recentemente, as demandas de jovens ativistas do clima pelo fim do uso de combustíveis fósseis.

ECONOMIA CIRCULAR X CRESCIMENTO INFINITO

Mas para enfrentar as mudanças climáticas e o “problema extremamente grave da perda de biodiversidade” gerado pelo consumo excessivo, enfatiza Müller, será preciso um questionamento fundamental do princípio do crescimento infinito que move a política econômica alemã.

Isso se estende à noção de “crescimento verde” -ou o que ele denomina “capitalismo do carro elétrico”-, também baseado na expansão maciça do consumo de recursos naturais, em especial minerais e terras raras.

O governo federal alemão está debatendo uma nova estratégia nacional de economia circular, num esforço para implementar eficiências que reduzam o consumo de recursos -embora mantendo o mesmo modelo de crescimento, critica Müller.

Para Viola Wohlgemuth, uma economia circular holística é vital para que o Dia da Sobrecarga da Terra não chegue tão cedo: “Devemos modificar nossos modelos de negócios para que os produtos sejam verdadeiramente recicláveis.”

Além de evocar os princípios de reduzir, reutilizar e reciclar, no cerne do Plano de Ação para Economia Circular do Acordo Verde Europeu, a ativista do Greenpeace urge por um teto absoluto para o uso de recursos na Alemanha.

Tais limites precisam abranger a utilização de energia: apenas um quarto do gás alemão é usado na calefação ou para cozinhar, lembra Wohlgemuth, enquanto a maior parte do combustível fóssil, com seus altos teores carbônicos, alimenta uma produção industrial não sustentável.

DO CLIMA À ESCASSEZ DE ALIMENTOS: SINTOMAS DO MESMO MAL

“As emissões de gases do efeito estufa são uma consequência direta da superprodução e do consumo, e precisam ser cortadas três vezes mais rápido do que agora, se a Alemanha quiser reduzir sua sobrecarga”, frisa Christoph Bals, diretor político da organização ambientalista Germanwatch.

Para tal seria necessário melhorar o acesso ao transporte ferroviário de alta velocidade e baixas emissões, e reduzir as viagens aéreas. “Mas antes de tudo é preciso lidar com o consumo excessivo. Caso contrário a Alemanha não conseguirá viver no limite de seus meios”, ressalta Bals.

“A gente encara todos os problemas separadamente: mudança climática ou perda de biodiversidade ou escassez de alimentos -como se ocorressem independentes uns dos outros”, comenta o fundador e presidente da Global Footprint Network, Mathis Wackernagel.

“Mas todos são sintomas do mesmo tema subjacente: que o nosso metabolismo coletivo, o volume de coisas que a humanidade usa, tornou-se demasiado em relação ao que a Terra é capaz de renovar.”

Foto  Pixabay

Por Folhapress

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Rival de Maduro é ameaçado de prisão se não cumprir nova convocação do MP

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O Ministério Público (MP) da Venezuela convocou a depor na sexta-feira (30) o opositor Edmundo González, investigado após denunciar fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho, e alertou que seu desacato implicará uma ordem de prisão.

Esta é a terceira convocação emitida pelo MP contra o rival do presidente Nicolás Maduro, cuja reeleição proclamada há um mês é questionada por parte da comunidade internacional. Nesta quinta-feira, chanceleres europeus negaram a “legitimidade democrática” do governante de esquerda.

González participou por videoconferência da reunião para apresentar a situação do país. O discurso não foi público.

O embaixador, que está com 75 anos, já ignorou duas convocações anteriores nesta semana, alegando que o MP atua como um “acusador político” que o submeteria a um processo “sem garantias de independência e devido processo”.

“Obviamente não irá”

A líder opositora María Corina Machado antecipou que “obviamente não irá comparecer”. “Do que estamos falando?”, questionou em uma coletiva de imprensa com a mídia espanhola.

O MP advertiu que “não comparecer diante deste órgão na data indicada será considerado” como “risco de fuga” e “risco de obstrução (…) e, portanto, será solicitado o correspondente mandado de prisão”.

Juristas classificam o procedimento como irregular.

González está na clandestinidade desde 30 de julho, quando apareceu pela última vez em público. Desde então, comunica-se apenas pelas redes sociais.

A convocação, como as anteriores, não especifica em que qualidade foi convocado: acusado, testemunha ou especialista, como exigido pela lei venezuelana.

O documento fala apenas em “prestar uma entrevista em relação aos fatos que investiga este órgão” pelo suposto cometimento de “usurpação de funções” e “forjamento de documento público”, crimes que podem, em teoria, resultar na pena máxima de 30 anos de prisão.

“Não posso reconhecer”

A convocação foca no site onde a oposição publicou cópias de mais de 80% das atas de votação, as quais alegam provar a vitória de González em 28 de julho e a fraude de Maduro.

Os documentos foram rejeitados pelo chavismo, e a corte suprema ordenou uma investigação após validar o resultado oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou Maduro vencedor com 52% dos votos.

O CNE, no entanto, não publicou o detalhamento da contagem mesa por mesa como exige a lei.

“A vitória eleitoral que ele proclama não foi provada”, insistiu o alto representante da diplomacia europeia, Joseph Borrell, durante a reunião com ministros das Relações Exteriores. “E como não foi provada, não temos por que acreditar nela. E se não acredito que ele ganhou as eleições, não posso reconhecer a legitimidade democrática que as eleições conferem.”

Os Estados Unidos e vários países da América Latina também não reconhecem a vitória de Maduro, que reforçou seu gabinete com Diosdado Cabello, da ala mais dura do chavismo, no cargo de ministro do Interior.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, escreveu no X que “a manipulação, repressão e censura não mudam o resultado da eleição na Venezuela. Um mês depois, o resultado é claro: Edmundo González obteve a maioria dos votos”.

“Não nos importamos com os seus comentários”, respondeu o chanceler venezuelano, Yván Gil, a Borrell. Em seguida, ele escreveu para Miller: “Não devemos explicações a nenhuma instância estrangeira, muito menos ao império hostil que maneja um fantoche fascista”.

Possível busca

Maduro pediu prisão para González e Machado, a quem também culpa pelos atos de violência nos protestos pós-eleições que deixaram 27 mortos – dois deles militares -, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos, uma centena deles menores.

O procurador-geral Tarek William Saab já tinha anunciado uma investigação criminal contra ambos por “incitamento à insurreição” militar, depois que apelaram aos militares para que reconhecessem sua vitória.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) disse que o candidato cometeu desacato ao ignorar as convocações para participar do processo de certificação da eleição, procedimento criticado por ele e especialistas.

Machado também alertou para uma possível busca na residência de González, que substituiu a líder opositora, inabilitada pela justiça, na disputa presidencial.

Fonte:AFP

           

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Homem desconhecido queima bebê com café fervendo em parque na Austrália

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Um bebê de nove meses sofreu queimaduras graves após um desconhecido jogar café quente sobre ele em um parque em Hanlon, Brisbane, na Austrália, no dia 19 de agosto. O suspeito, que ainda não foi capturado, está sendo procurado pelas autoridades.

O incidente ocorreu enquanto o bebê estava em um piquenique com sua mãe e amigos. Um homem desconhecido se aproximou do grupo e despejou uma garrafa térmica de café quente sobre o menino.

O bebê sofreu queimaduras severas, com 60% do corpo afetado, incluindo o rosto, a parte superior do tronco e os braços. A mãe, em entrevista ao Nine News, expressou sua culpa por não ter conseguido proteger seu filho.

A polícia está à procura de um homem com idade entre 30 e 40 anos, de estatura média e pele bronzeada. Imagens de câmeras de segurança mostram que, no dia do ataque, ele estava usando um chapéu preto, óculos, uma camisa e calças curtas.

O inspetor Paul Dalton classificou o ataque como “insensível e covarde”, ressaltando que “esse tipo de comportamento não será tolerado”. Ele também afirmou que a polícia está utilizando “todos os recursos disponíveis para encontrar e responsabilizar o responsável”.

Zara Mazza, amiga da família, estava ao lado do bebê e da mãe durante o ataque e tentou perseguir o agressor, mas acabou caindo. Enquanto esperavam a chegada dos paramédicos, o bebê foi levado para o apartamento e mantido debaixo de água fria. Ele passou por uma cirurgia de emergência no Hospital Pediátrico de Queensland.

Para ajudar com as despesas médicas e domésticas, Zara Mazza criou uma campanha de arrecadação no “GoFundMe”. Ela afirmou que a ajuda visa “aliviar a pressão financeira para que a mãe possa estar em casa e auxiliar na recuperação do menino”.

Foto  ShutterStock

Por Notícias ao Minuto

           

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Casal se empolga em momento íntimo e cai dentro de rio com carro

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Um momento de paixão podia ter acabado em tragédia, na Filadélfia, nos Estados Unidos. Segundo conta o NY Post, um casal de namorados estaria mantendo relações sexuais no banco traseiro do seu SUV, quando o veículo começou a deslizar… tendo acabado num rio. 

O casal estaria ‘em ação’ num Range Rover 2020, junto ao rio Schuylkill, no parque Gairmount, na madrugada de quarta-feira (28).

As duas pessoas que estavam no carro conseguiram sair e não teriam sofrido ferimentos graves após a situação inusitada. 

As autoridades informaram que o casal não será alvo de qualquer acusação.

Foto X

Por Notícias ao Minuto

           

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