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Especialistas apontam enfraquecimento do poder dos EUA no Afeganistão

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A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, entre 2010 e 2019, 100 mil civis foram mortos na Guerra do Afeganistão

Neste domingo (2), completam-se 10 anos da morte de Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda. Sob acusação de liderar o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, o saudita foi encontrado em uma casa no Paquistão e morto a tiros em uma operação do governo dos Estados Unidos cheia de controvérsias.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil apontam a ação como um espetáculo midiático, mais simbólico do que com consequências práticas, e que pretendia dar respostas aos anseios dos norte-americanos que enfrentavam a crise econômica de 2008.

O antropólogo Paulo Gabriel Hilu, coordenador do Núcleo de Estudos do Oriente Médio na Universidade Federal Fluminense (UFF), avalia que a morte de Bin Laden teve pouco impacto no jihadismo (guerra santa muçulmana) global. “Desde 2007, o império norte-americano no Oriente Médio já estava em retração, já tinha retirada de tropas, fechamento de base, e isso levou a um declínio da lógica do jihadismo e, por outro lado, a própria Al Qaeda já enfrentava dificuldades graves de controle interno.”

Para o doutor em Ciências Sociais Marcelo Buzetto, presidente do Instituto de Estudos de Geopolítica do Oriente Médio, a operação teve como objetivo político resgatar a popularidade do então presidente Barack Obama. “[Ele] cumpriu uma promessa que outros governos tinham feito, e não tinham cumprido até aquele momento, de matar o Bin Laden. Agora, para o povo do Afeganistão, é uma tragédia. Uma tragédia humanitária sem igual”, aponta o pesquisador, destacando que, naquele momento, a invasão já completava 10 anos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, entre 2010 e 2019, 100 mil civis foram mortos na Guerra do Afeganistão.

Apesar de ter sido encontrado em território paquistanês, a invasão dos Estados Unidos no Afeganistão completará 20 anos em setembro, tendo em vista que ocorreu logo após o ataque às Torres Gêmeas, em Nova Iorque. A retirada das tropas norte-americanas foram marcadas para a partir de 1º de maio e devem terminar em 11 de setembro deste ano. Segundo a Casa Branca, essa partida seria “coordenada” e simultânea com o das outras forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Buzetto questiona o fato de a invasão militar perdurar tantos anos, tendo em vista que Bin Laden sequer foi encontrado em território afegão. Ele destaca que outros interesses norteiam a política norte-americana no Oriente Médio. O pesquisador cita, por exemplo, “um projeto de gasodutos que iria da Ásia Central até a Índia”.

“[Os Estados Unidos] têm praticamente todos os interesses: econômico, por conta do petróleo; interesse geopolítico, pois é uma área entre Europa, Ásia e África. Na época em que existia a União Soviética, era uma região central para conter o avanço soviético sobre recursos como o petróleo, e também pontos estratégicos, como Canal de Suez no Oriente Médio, boa parte do comércio internacional passa por ali. Ou seja, há interesses que são ao mesmo tempo econômicos, geopolíticos e estratégicos”, acrescenta Hilu.

Arlene Clemesha, do Departamento de Letras Orientais da Faculdade de Filosofia, Letras Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), acredita que o talibã, movimento islâmico nacionalista, deve se fortalecer com a retirada das tropas da Otan. E, com isso, reduz-se ainda mais a influência dos Estados Unidos no Afeganistão. “Pairam muitas dúvidas sobre a capacidade do governo do Afeganistão se manter após a saída das tropas”.

Segundo Arlene, deve crescer o apoio a grupos jihadistas. “A gente não está mais falando da Al Qaeda, mas tem todos os seus derivados e isso com efeitos regionais, grupos que atuam de maneira clandestina, aliada ao talibã ou sob proteção em toda a região. Sempre com o mesmo tipo de narrativa e de pauta que, por um lado, é a islamização da sociedade, por outro lado, é um combate a qualquer coisa entendida como intervenção externa, como força americana ou europeia.”

Hilu aposta em um fortalecimento de forças da região. “Você vai ver Irã, China, Rússia tentando ocupar esse vazio, claro, esses não são aliados americanos, mas os países da Ásia Central também vão tentar. O Paquistão, que é um aliado americano, sempre teve interesses geopolíticos no Afeganistão, então vai ter uma disputa de potências regionais.”

Para Buzetto, algumas questões explicam a saída dos Estados Unidos da região, mas elas revelam um país que sai derrotado. Ele cita a aliança entre China e Rússia, o crescimento do Irã como potência regional, a solidariedade expressa entre iranianos e iraquianos com a morte do general Qasem Soleimani, derrotas na Síria e a criação de um eixo de resistência que reúne países e organizações populares contra a ocupação militar imperialista.

“A construção do eixo da resistência e as suas vitórias em vários campos de batalha, especialmente no Afeganistão, Iraque e na Síria e no Iêmen, tem imposto para os Estados Unidos como única saída se retirar”, avalia. Ele aponta que a permanência na região colocaria os soldados norte-americanos em situação de risco permanente.

As informações repassadas pelo governo norte-americano sobre a morte de Osama Bin Laden ainda carregam muitas dúvidas. Entre elas, o fato de os Estados Unidos não ter apresentado provas, como comumente é feito, do líder terrorista capturado. Dois anos após a morte, a divulgação das fotos do corpo do líder da Al Qaeda ainda era discutida na Justiça estadunidense.

Segundo informações do Pentágono, ele foi abatido em um esconderijo na cidade de Abbotabad, próximo a Islamabad, capital paquistanesa. A operação não foi comunicada ao Paquistão. O governo paquistanês criticou à época os ataques com drones (aviões não tripulados) americanos e as ações não comunicadas aos paquistaneses por parte dos americanos, como a operação militar que resultou na morte de Bin Laden.

A falta de transparência levanta muitas dúvidas desde então, inclusive sobre a própria morte de Bin Laden, tendo em vista que Estados Unidos tinha, historicamente, uma aliança com a Al Qaeda, por exemplo, quando apoiou o grupo islâmico no enfrentamento das tropas soviéticas na década de 1980, conforme explica Hilu.

“Os americanos montam um esquema em que os aliados dos Estados Unidos libertam jihadistas que estavam presos, facilitavam pra eles o visto para ir pra Inglaterra, lá eles são recrutados e mandados para o Norte do Paquistão. Os Estados Unidos dão as armas; a Arábia Saudita dava a ideologia, uma versão do Islã militante, intolerante e combativo; e o Paquistão dava a logística territorial, mas também dava logística de inteligência pelo serviço secreto do Paquistão para dentro do Afeganistão. Então a Al Qaeda é fruto disso”, relembra.

Buzetto não descarta a possibilidade de algum acordo que possibilitasse a Bin Laden um “desaparecimento”, dando respostas aos anseios de “justiça ou vingança” dos norte-americanos e favorecendo o aparato midiático dos Estados Unidos.

Com informações da Agência Brasil

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Putin considera absurda ideia de que Rússia quer atacar Europa

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O presidente russo, Vladimir Putin, qualificou como absurdas as declarações do Ocidente de que a Rússia, depois da Ucrânia, se prepara para atacar a Europa. Ele falou durante reunião com pilotos militares na região de Tver, no norte do país.

“O que dizem sobre irmos atacar a Europa, depois da Ucrânia, é um disparate total, é intimidação da sua população”, disse Putin citado hoje por agências russas.

Ele afirmou que os satélites dos Estados Unidos (EUA) temem uma Rússia grande e forte”, mas garantiu que não têm razão para esse receio.

“Não temos nenhuma intenção agressiva em relação a esses países”, destacou.

Putin disse ser um “total absurdo” falar sobre a possibilidade de “um ataque a outros países, como à Polônia e aos países bálticos”. Acrescentou que as declarações sobre a ameaça russa são “simples delírios”.

O presidente lembrou que em 2022, a despesa militar dos Estados Unidos, líder da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), foi de US$ 811 bilhões, enquanto a da Rússia foi de US$ 72 bilhões.

“Com essa correlação vamos lutar com a Otan? É um disparate”, observou.

Ao mesmo tempo, Putin alertou que os caças F-16, a serem fornecidos à Ucrânia, serão considerados “alvos legítimos”, independentemente de onde operem.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro de 2022, ofensiva militar na Ucrânia, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética.

Fonte: Agência Brasil

 

           

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Espanha: Homem é encontrado vivo 21 anos após desaparecer e mudar de família

O homem desapareceu sem dar satisfação para a família, incluindo esposa, filhos e irmãos. Na época, ele enfrentava problemas econômicos e de saúde.

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Um homem que sumiu de Bilbao, na Espanha, há 21 anos, sem deixar pistas, foi encontrado vivo na cidade de Caparroso, em Navarra.

De acordo com jornais espanhóis, o caso aconteceu em 2003. O homem desapareceu sem dar satisfação para a família, incluindo esposa, filhos e irmãos. Na época, ele enfrentava problemas econômicos e de saúde.

Depois de desaparecer, o homem reconstruiu a vida em Caparroso. Lá, vive desde 2007 com uma nova família. Ele também se integrou a um grupo de feirantes que viaja pelo norte da Espanha.

Apesar do desaparecimento ter sido em 2003, a família só denunciou o caso seis anos depois, em 2009. Naquela época, eles acreditavam que ele ainda estivesse em Bilbao, no bairro de Zorrotza, vivendo em situação de rua.

A Guarda Civil investigou o caso e chegou a coletar o DNA de um dos filhos para identificação, mas não precisou usar. A polícia também não encontrou nenhum registro de óbito.

O paradeiro do homem foi descoberto através de uma conta bancária ativa em seu nome. A Guarda Civil identificou movimentações mensais na conta. No dia 19 de março, as autoridades o localizaram em Caparroso e confirmaram que ele estava bem de saúde.

Quando questionado sobre o interesse em contatar a família original, o homem disse não ter o telefone deles, mas que, se eles quisessem, poderiam entrar em contato através do número de um familiar da nova família para combinar um encontro. A imprensa não informa se o reencontro já aconteceu, mas diz que as famílias já tiveram um primeiro contato.

Foto Guardia Civil

Por Notícias ao Minuto

           

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Navio que bateu em ponte em Baltimore passou por inspeções em 2023

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O navio responsável pelo desabamento de uma ponte em Baltimore, nos Estados Unidos (EUA), no qual morreram seis pessoas, tinha a documentação em ordem e passou por duas inspeções em junho e setembro de 2023.

A Autoridade Marítima e Portuária de Singapura disse que o MV Dali, com bandeira do país desde 2016, foi classificado como “ClassNK” e tinha certificados válidos que cobriam “a integridade estrutural do navio e a funcionalidade do seu equipamento”, de acordo com comunicado.

Na vistoria de junho, o porta-contêineres tinha o monitor de pressão de bancas avariado, mas foi reparado, estando prevista nova avaliação da embarcação em junho deste ano.

A Autoridade Portuária afirmou que está em contato com a Guarda Costeira dos EUA para “prestar a assistência necessária”, indicando que vai também abrir investigação própria sobre o acidente.

O Synergy Group de Singapura, que opera o Dali, confirmou que nenhum dos 22 membros da tripulação ficou ferido e disse que trabalha com as autoridades para determinar a causa do acidente.

A “causa exata” da colisão do navio com um dos pilares da ponte Francis Scott Key, na cidade norte-americana no leste dos EUA, ainda não foi determinada. O choque provocou o desmoronamento da infraestrutura à 1h30 dessa terça-feira (horário local).

Antes da colisão, a tripulação do porta-contentores emitiu aviso de que estava à deriva, permitindo às autoridades cortar o tráfego na ponte e evitar tragédia maior.

Depois de procurar sobreviventes nas águas, a Guarda Costeira dos EUA indicou que, tendo em conta a hora e a temperatura, considerava que os seis desaparecidos estavam mortos.

O bloqueio do Porto de Baltimore, causado pela queda da ponte, deverá ter graves consequências econômicas para a região. O presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu reconstruir a ponte o mais rapidamente possível.

O Porto de Baltimore é o nono maior dos EUA em termos de valor e carga estrangeira movimentada. Emprega mais de 15 mil pessoas diretamente e quase 140 mil de forma indireta.

Fonte:Agência Brasil

 

 

           

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