Após a perda da validade da Medida Provisória (MP) dos impostos, o governo Lula busca reverter o revés no Congresso. A MP 1303/2025, que perdera validade após ser retirada de pauta na Câmara dos Deputados, é o foco de intensas negociações para recuperar a arrecadação prevista.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, solicitou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), um “arranjo” para a retomada da discussão dos pontos considerados “incontroversos” da medida. A MP, escrita como alternativa ao aumento do IOF, visava arrecadar R$ 20,9 bilhões e cortar cerca de R$ 10 bilhões em gastos.
Alcolumbre ouviu o apelo, mas não se comprometeu publicamente. Haddad também buscou o apoio do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, com o objetivo de “salvar” ao menos parte da MP 1303/2025. Rodrigues afirmou que Alcolumbre se mostrou disposto a construir uma solução, mas não houve manifestação pública nesse sentido.
A estratégia do governo é encontrar uma solução para minimizar o impacto da não aprovação da MP 1303/2025, possivelmente incorporando medidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, atualmente em análise na Comissão Mista de Orçamento.
Além de Alcolumbre, Haddad também procurou o presidente da Câmara, Hugo Motta, para buscar apoio. No entanto, o presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador Efraim Filho (União-PB), tem criticado o governo, acusando-o de negligenciar a qualificação dos gastos e a redução de custos.
Haddad também se reuniu com o relator do projeto do Imposto de Renda no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), onde se encontra o projeto de isenção de IRPF para quem ganha até R$5 mil. O governo busca alternativas para viabilizar um orçamento que considera “virtual”, dependente de aprovação de novas leis para garantir a arrecadação prevista.

