Problemas estruturais e ambientais persistem no litoral pernambucano, ofuscando a beleza natural e impactando o veraneio.
O litoral pernambucano enfrenta uma maré baixa estrutural, com problemas crônicos de poluição, saneamento e erosão, comprometendo a experiência de veranistas e turistas.
Na abertura da estação de veraneio, o litoral pernambucano volta a ser palco de problemas estruturais e ambientais que ofuscam sua beleza natural. Um novo balanço do Jornal do Commercio expôs, no último domingo, a persistência de desafios que acompanham os veranistas há anos em quase 200 quilômetros de costa.
Poluição, acúmulo de lixo, infraestrutura precária, fiscalização deficiente e a erosão costeira são algumas das questões que comprometem a experiência de turistas e moradores.
O saneamento básico inadequado é um dos pontos mais críticos. Em destinos badalados como Porto de Galinhas e São José da Coroa Grande, o descarte de esgoto diretamente no mar e a presença de lixo nas praias continuam a ser uma realidade, gerando imagens e odores desagradáveis. Embora a prefeitura de Tamandaré mencione campanhas de conscientização ambiental, a dimensão do problema durante a alta estação sugere uma incapacidade do poder público em gerenciar a demanda de limpeza e infraestrutura de forma eficaz.
Avanço do Mar e Descontrole Urbano
A erosão costeira representa uma ameaça crescente, com o avanço da linha d’água causando prejuízos a estabelecimentos em Itamaracá e Ponta de Pedras, onde ruínas na praia se tornaram parte da paisagem. Jaboatão dos Guararapes e Paulista já obtiveram reconhecimento federal de situação de emergência devido a esse fenômeno.
Um estudo está em andamento para diagnosticar a situação em municípios da Região Metropolitana, visando buscar soluções em parceria com o governo estadual e prefeituras.
Além das questões ambientais, o descontrole na ocupação do espaço público e a falta de ordenamento de estabelecimentos contribuem para a insegurança. Há queixas sobre a insuficiência de pontos de salva-vidas do Corpo de Bombeiros para o fluxo turístico da alta estação.
Apenas este ano, foram registradas 385 ocorrências nas praias pernambucanas, um número que, segundo o editorial, seria significativamente maior se houvesse equipes de atendimento em número suficiente.
Com o Aeroporto dos Guararapes consolidado como hub turístico e a economia estadual em recuperação, o potencial para o turismo é imenso. Contudo, os atrasos estruturais impedem o pleno desfrute do litoral.
O aumento do fluxo turístico deve servir como um alerta para que o poder público identifique os focos de atenção, implemente ações emergenciais e planeje investimentos de médio e longo prazos. Somente assim será possível evitar que o cenário de problemas se repita nos verões futuros, garantindo um litoral mais sustentável e acolhedor.