A Linha Camaragibe do Metrô do Recife permanece paralisada nesta segunda-feira, três dias após um incêndio em um dos seus trens. A interrupção afeta milhares de passageiros que utilizam o sistema diariamente para deslocamentos entre o Recife e cidades da Região Metropolitana.
O incêndio, ocorrido no sábado, teve início entre as estações Curado e Alto do Céu, no ramal Camaragibe da Linha Centro. Apesar do susto, nenhum passageiro ficou ferido, mas um dos vagões foi severamente danificado pelas chamas.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) atribuiu o incidente a um curto-circuito na rede aérea responsável pelo fornecimento de energia aos trens.
Atualmente, apenas o ramal Jaboatão opera normalmente. A CBTU informou que equipes técnicas estão empenhadas em inspeções e reparos, mas não há uma data definida para a retomada da Linha Camaragibe.
No Terminal Integrado de Camaragibe, a situação é de longas filas e ônibus superlotados. A suspensão do metrô sobrecarregou o sistema de ônibus, que agora precisa atender a demanda dos usuários do trem. Passageiros relatam longas esperas e viagens demoradas, com filas separadas para quem busca um assento e para aqueles que aceitam viajar em pé.
O aumento da procura por transporte por aplicativo também elevou os preços das corridas, levando muitos a dividir os custos em grupos. Além do impacto financeiro, usuários criticam a falta de manutenção e a precariedade do sistema, com relatos frequentes de falhas. Sem alternativas acessíveis, muitos trabalhadores precisam utilizar até três conduções para chegar aos seus destinos.
Em nota, a CBTU Recife comunicou a instauração de uma comissão técnica para investigar as causas do incêndio e assegurou que os reparos na via e no sistema elétrico estão em andamento. A companhia garantiu que todas as medidas de segurança estão sendo tomadas e que os esforços estão concentrados na normalização da operação o mais rápido possível.
O incidente reacendeu o debate sobre a necessidade de investimentos e modernização do sistema metroviário, cuja concessão à iniciativa privada está prevista para 2026. Até lá, a rotina dos passageiros permanece incerta.

