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Eleito em 2016 com 48.019 votos, Demóstenes Meira (PTB) entrou para a história ao eleger-se com o maior quantitativo de votos em uma disputa majoritária na cidade de Camaragibe. Após muita dificuldade, Meira chegou a ser prefeito quando todos os grupos políticos do município desacreditavam nele.
Em 2004, ele tentou, pela primeira vez, ser Chefe do Executivo, mas obteve o segundo lugar com apenas 27.763 votos. Saindo do PFL e adentrando no PSC, Meira tentou mais uma vez chegar ao cargo e foi derrotado por apenas 523 votos. Na ocasião, o vitorioso foi o prefeito reeleito João Lemos (PCdoB). Com forte apoio do Palácio e de Eduardo Campos, Meira era nome de consenso para ser prefeito em 2012. João Lemos não poderia concorrer novamente e não havia formado candidato natural, mas a chegada de um outsider no cenário acabou impondo ao maratonista a terceira derrota consecutiva. O empresário Jorge Alexandre (PSDB) derrotou Meira com folga de mais de 4 mil votos. Visando o desgaste do mandato de Jorge, Demóstenes buscou apoio de outras forças políticas da cidade e fundou o movimento suprapartidário Por Amor a Camaragibe. Após outubro de 2016, o amor durou pouquíssimo. Em menos de um mês, a gestão petebista foi palco do rompimento com a vice-prefeita Dra Nadegi Queiroz (DC) e a relação com o legislativo, onde 12 vereadores foram eleitos fora do palanque do prefeito, era extremamente conturbada. A truculência que dispensava às pessoas e a falta de traquejo político fizeram com que o prefeito fosse colecionador de eventos icônicos, como a denúncia de ter agredido um pastor e aliado dentro do gabinete e a retirada de direitos da gratuidade de idosos no transporte municipal.
Em setembro de 2018, Meira ficou famoso na mídia nacional ao ter áudios divulgados em que coagia funcionários da prefeitura a votar em todos os candidatos que apoiava sob pena de demissão e perseguição. Pouco depois disso, uma denúncia ajuizada contra ele ainda em 2016 a respeito de abuso de poder econômico durante as eleições das quais saiu vitorioso bateu na trave quando foi absolvido por desembargadores e seu mandato foi garantido. Dos 5 partidos que formaram sua base política quando venceu o ex-prefeito Jorge, apenas PTB e PPS permanecem na gestão. Afora as denúncias de nepotismo por empregar quase 10 parentes diretos como secretários, tentativa de agredir um agente do CIPOMA, nomeação da noiva como secretária e rompimento com diversos aliados históricos, Meira retorna aos noticiários nacionais por, mais uma vez, coagir funcionário através do telefone. No novo episódio, o prefeito obrigava funcionários a prestigiar a apresentação da noiva no bloco Canário Elétrico, do secretário de educação, em um dia de domingo. Meira anunciava que o evento seria todo filmado e ele checaria pessoalmente quem foi e quem não foi.
Por incapacidade técnico-administrativa, encerrou diversos programas de saúde em Camaragibe e atrasa salários mês após mês. Como se não bastasse, foi flagrado entrando em contato com vereadores para destituir o Presidente da Câmara, Toninho (PTB), e articular que se recusassem a aprovar o Plano PluriAnual e a Lei Orçamentária Anual, deixando Camaragibe sem orçamento durante 3 meses. Mais ainda, o mesmo revoltou a cidade quando divulgou fotos de uma viagem de 15 dias aos EUA com a família, enquanto o município estava com atendimentos hospitalares muito reduzidos por falta de material e até recorrentes greves no cemitério por falta de pagamento.
Esta semana, Meira foi alvo de uma ação da Polícia Civil, onde houve apreensão de computadores, documentos, veículos e o bloqueio dos bens do prefeito. Segundo relatórios da Operação Harpalo, há fortes indícios de desvios da ordem de 33 milhões de reais e indicativos de mais licitações irregulares que poderiam elevar em muito estas cifras. De acordo com o delegado, “…todo o esquema girava em torno do prefeito”. A Polícia Civil chegou a pedir o afastamento e prisão de Meira, fato que foi negado pelo TJPE.
Antes das operações policiais, o chefe do executivo amargava índices péssimos de avaliação, com a rejeição beirando os 89%. Hoje, de acordo com interlocutores, já chega aos 93% e só não é maior porque a prefeitura é uma das máquinas municipais com mais gastos correntes em folha do estado de Pernambuco, dispensando quase 70% de toda a receita apenas com gastos de pessoal. Apesar do largo tempo até a eleição, se continuar no cargo, Meira terá grande dificuldade em colocar seu nome ou de algum aliado nas ruas de Camaragibe.
Após consulta a diversos deputados estaduais e a 5 deputados federais, todos foram unânimes ao dizer que Meira é o pior prefeito de Pernambuco na visão deles. Apontado por moradores também como o pior prefeito de toda a história de Camaragibe, Meira caminha a passos largos para, quem sabe, conseguir o feito de ter 100% da cidade contra ele. (Da Coluna Política em Dia (31/03) – Blog Ponto de Vista)
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