A pesquisa foi divulgada pela farmacêutica Novo Nordisk e conduzida pelo instituto Datafolha entre os dias 10 e 14 de junho de 2024.
Os números alertam para o risco de se subestimar os riscos à saúde, em especial os relacionados a condições cardiovasculares, como hipertensão e diabetes.
“Esses achados reforçam a urgência de se tratar a obesidade como uma questão central de saúde, não apenas pelos impactos diretos na qualidade de vida, mas também pelos riscos cardiovasculares elevados”, diz a endocrinologista Priscilla Mattar, vice-presidente da Área Médica da Novo Nordisk Brasil.
“A obesidade não é apenas uma questão estética, mas uma condição de saúde crônica que impacta profundamente o risco de desenvolver doenças graves, como a hipertensão, o diabetes e, principalmente, as doenças do coração, principal causa de morte no País.”
De acordo com um estudo da Fiocruz, até 2044 quase metade (48%) dos adultos brasileiros terá obesidade, e 27% estarão com sobrepeso. Hoje, 56% da população adulta já convivem com essas condições (34% com obesidade e 22% com sobrepeso).
O excesso de peso está diretamente relacionado a graves consequências para a saúde. Nos próximos 20 anos, estima-se o surgimento de 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas associadas ao sobrepeso, como diabetes (5,57 milhões de casos), doenças cardiovasculares (2,12 milhões), além de câncer, cirrose e doença renal crônica.
Estima-se ainda 1,2 milhão de mortes associadas ao excesso de peso, sendo que 57% delas serão causadas por doenças cardiovasculares. A diabetes representará mais de 51% dos novos casos de doenças crônicas ligadas à obesidade.
Brasileiros subestimam impacto da obesidade na saúde do coração
Em agosto, a pesquisa do Datafolha encomendada pela Novo Nordisk revelou que a maioria dos brasileiros (59%) está acima do peso (24% com obesidade e 35% com sobrepeso), mas apenas 11% possuem diagnóstico médico confirmado.
Ainda entre esse público, 61% afirmam que possuem boa saúde e 42% não apontam qualquer condição de saúde relacionada ao excesso de peso.
No total da amostra, 72% dos brasileiros dizem estar satisfeitos com o próprio peso, mas que 63% dizem que gostariam de mudá-lo – 17% querem ganhar e 46% perder peso.
A pesquisa, que teve abrangência nacional, entrevistou 2.012 brasileiros com idade média de 43 anos. A amostra foi desenhada de forma representativa em termos de gênero, classe social e região do País, e conduzida para explorar as percepções dos brasileiros em relação ao sobrepeso e obesidade.
Obesidade aumenta em quase 50% risco de doença coronariana
Estudos comprovaram que a obesidade aumenta em 49% o risco de doença coronariana. “Ou seja, a obesidade aumenta o risco de o paciente sofrer um infarto, mesmo apresentando exames normais”, ressalta Priscilla Mattar.
“Na Novo Nordisk, nosso compromisso é assegurar que o tratamento dessa doença crônica não aborde apenas o peso na balança, mas que também auxilie na preservação da saúde do coração, a fim de promover uma vida mais longa e saudável”, frisa a endocrinologista.
A médica ainda destaca que, nos últimos anos, o mundo vivencia um avanço significativo no tratamento da obesidade. “Chegamos em uma nova era, com mais tecnologia e inovação, sendo possível garantir proteção cardiovascular a esses pacientes. Com o estudo Select, conseguimos comprovar que a semaglutida 2,4 mg vai além da perda de peso.”
De acordo com Priscilla, semaglutida 2,4 mg oferece uma proteção real e significativa contra eventos cardiovasculares graves em pessoas com obesidade no estudo Select. “É uma importante ferramenta na prevenção e no cuidado de doenças cardíacas.”
O estudo Select (sigla para Efeitos da Semaglutida nos Desfechos Cardiovasculares em Pessoas com Sobrepeso ou Obesidade) foi um ensaio multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, e orientado por eventos, projetado para avaliar a superioridade de semaglutida 2,4mg em comparação ao placebo, na redução do risco de eventos cardiovasculares adversos graves em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular estabelecida, sem histórico prévio de diabetes.
Em maio desse ano, foram apresentadas novas análises dos resultados que demonstraram que o tratamento com semaglutida 2,4mg em pessoas com doença cardiovascular estabelecida e sobrepeso ou obesidade proporciona perda de peso robusta e sustentada por até 4 anos.
Além disso, o estudo mostrou que a medicação reduz o risco de MACE (que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal), independentemente da perda de peso alcançada, e ainda garante a relação risco-benefício positiva geral do tratamento e demonstra um perfil de segurança consistente.
O programa de estudos STEP já havia comprovado que a semaglutida 2,4 mg apresenta redução média de 17% do peso, sendo que um terço dos pacientes apresentam redução superior a 20%.
O estudo Select foi o primeiro que comprovou redução de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal) em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular estabelecida.
O ensaio, iniciado em 2018, recrutou 17.604 adultos e foi conduzido em 41 países em mais de 800 locais de investigação.
Sobre a semaglutida 2,4 mg
Estudos mostram que a semaglutida 2,4 mg é um tratamento para obesidade com benefício e proteção cardiovascular comprovados.
No Brasil, é o primeiro e único análogo semanal do GLP-1 aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar pessoas que vivem com obesidade e sobrepeso, com ao menos uma comorbidade relacionada ao peso.
Pesquisas clínicas comprovaram que o medicamento apresenta redução média de 17% do peso – um terço dos pacientes têm redução superior a 20%, além de diminuição de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal).
Também já foi comprovado que a redução no risco desses eventos adversos ocorre independentemente da perda de peso desses pacientes, que se mostrou sustentada ao longo de quatro anos, com relação positiva de risco-benefício e perfil de segurança consistente.
Fonte: JC
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