Só um neófito em política não enxergaria que as andanças do governador Paulo Câmara (PSB) pelo Interior, tendo como pano de fundo os seminários “Pernambuco em ação”, já cumprido em três regiões – Pajeú, Itaparica e Moxotó, todas no Sertão – se reveste de uma modelagem disfarçada de campanha. Câmara é candidatíssimo à reeleição.
Mas para ficar bem na foto, ofuscada pela onda de violência que se abate no Estado, Câmara terá, obrigatoriamente, que trabalhar para reverter seu crescimento. Não é fácil. Falando por onde passou, o governador afirmou que segurança pública era o desafio de todos os gestores estaduais, não exclusividade de Pernambuco. Reconheceu, entretanto, que a criminalidade cresceu.
E para isso, terá que investir muito mais em segurança pública. No balanço que apresentou às lideranças interioranas, o secretário de Planejamento, Márcio Stefanni, revelou que o volume de recursos aplicados em segurança pública representam hoje 13,5% da arrecadação estadual. “É a segunda área de maior investimento, perdendo apenas para educação”, enfatizou.
Para se viabilizar, Câmara tem que trabalhar, também, outra vertente: água. O Estado enfrenta uma das piores secas da sua história e aonde a água chegar, seja por meio de adutoras ou poços, a imagem do Governo tende a dar um salto. Segundo o presidente da Compesa, Roberto Tavares, Pernambuco é um dos estados que mais investem em adutoras.
Duas delas – a do Moxotó, que vai suprir Arcoverde, e a do Agreste, que resolve o desabastecimento de Caruaru e mais dez municípios em seu entorno, dependem não apenas de recursos e boa vontade do Estado, mas da Transposição do São Francisco. Como o cronograma do eixo que já jogou águas nos canais de Pernambuco está bem avançado, é possível que esse grande contingente humano, num raio que vai de Arcoverde a Caruaru, passando por mais de 40 localidades, possa ter água nas torneiras mais breve do que imaginava.
A soma, portanto, da redução da criminalidade com água em abundância abre um horizonte para o governador construir a sua reeleição. Vai dar certo? Paulo e seus assessores mais imediatos dizem que resultado em segurança pública não é como uma obra, que tem início, meio, fim e é comemorada com a sua inauguração. Depende, segundo eles, de muitos fatores. É esperar para ver.
(Da coluna do Margno Martins)
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