Política
Postura de Moro no 2º turno gera críticas no Judiciário e no MP
As críticas não ficam restritas aos antigos opositores da Lava Jato, como se viu no passado. Trata-se de uma onda de autocrítica entre membros da magistratura e do Ministério Público Federal que apoiaram a operação, e até mesmo entre os que atuaram em casos conexos.
[responsivevoice_button voice=”Brazilian Portuguese Female”]
Visto pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) como mais uma arma para atacar o adversário Luis Inácio Lula da Silva (PL), o movimento de reaproximação do ex-juiz e senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR) com o presidente no segundo turno desencadeou novas manifestações de insatisfação no meio jurídico. As críticas não ficam restritas aos antigos opositores da Lava Jato, como se viu no passado. Trata-se de uma onda de autocrítica entre membros da magistratura e do Ministério Público Federal que apoiaram a operação, e até mesmo entre os que atuaram em casos conexos.
Representantes do Ministério Público ouvidos pelo Estadão questionam a robustez das provas colhidas pelas investigações de desvios na Petrobras, que resultaram na prisão de Lula e outros réus, além da devolução de bilhões de reais por delatores e empresas. A preocupação é com os efeitos que as opções políticas de Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), eleito deputado federal, podem ter nos autos de processos que deixaram para trás ao entrarem para a política.
A Lava Jato enfrenta uma série de anulações impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou Moro parcial para julgar casos relacionados a Lula. O receio desse grupo é que esta atuação política de Moro e Dallagnol dê margem para questionamentos por parte dos investigados.
Anselmo Cordeiro Lopes, ex-coordenador da extinta força-tarefa Greenfield, que mirou escândalos de corrupção e desvios em fundos de pensão e na Caixa Econômica Federal, foi o último procurador a sustentar uma denúncia criminal contra Lula. Ela está na Operação Zelotes, em que o petista e seu filho são acusados de tráfico de influência e lavagem de dinheiro na compra de caças suecos. A ação está suspensa, e os outros dois procuradores que assinaram a denúncia foram declarados suspeitos pelo STF. Embora suspensa, a ação não foi arquivada e permanece pendente de julgamento.
Lopes evita falar sobre os autos, mas, em entrevista ao Estadão, avaliou que o uso eleitoral das investigações é “inapropriado” e que a “falta de imparcialidade de Moro” acabou com a Lava Jato. “Quando Moro jogou a imagem de imparcialidade às favas, a credibilidade da Lava Jato e das instituições federais de combate à corrupção ruiu de forma irreversível – o dano ao legado da Lava Jato é permanente”, disse. O procurador vai além: defende um pedido de desculpas da Justiça e do MPF. “Eu, se representasse a instituição, pediria desculpas sim, não só a Lula, mas principalmente à população brasileira, em razão da influência política indevida gerada”.
Lopes ressalta que não faz uma crítica generalizada ao MPF em sua atuação, que envolveu braços da Lava Jato em outros Estados, mas apenas aos agentes que fizeram uso político das investigações. “Mesmo Deltan e Moro agiram de forma correta com muitos outros réus e investigados”, ressaltou.
Quarentena
No Ministério Público Federal (MPF) paira o descontentamento com o apoio aberto de Moro a Bolsonaro. Subprocuradora-geral da República, Luiza Frischeisen integrou o Conselho Superior do MPF e se posicionou firmemente contra o fim das forças-tarefas da Lava Jato. Também atuou em casos relacionados à operação no Rio de Janeiro. Ela disse ser favorável à criação de uma quarentena eleitoral para juízes, procuradores e policiais.
A tese é defendida por outros membros da PGR. “Veja bem, você não pode nem advogar perante os órgãos que você atuou. E eu posso concorrer e posso ir ao Executivo? Existe uma questão para a advocacia, por que isso não pode ser estendido?”
Tida como uma das mais duras desembargadoras do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivana David impôs condenações a membros de facções criminosas. Ela discorda do uso de investigações e de cargos no Judiciário no jogo eleitoral. “Quando a gente fala sobre quarentena, que existe na magistratura, você tem que esperar para poder advogar”, afirmou. “Ainda que você não advogue, onde existe a quarentena na lei para MP e magistratura, você acaba se desviando quando usa isso para fins políticos.”
O procurador Regional da República Bruno Calabrich destoa e ressalta que a herança da Lava Jato não depende apenas do ex-juiz. Ele lembrou que a operação contou com centenas de servidores, técnicos, e outros procuradores, além de auditores da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).
‘Independente’
Questionado sobre a aliança com Bolsonaro, a quem acusou de interferir na Polícia Federal quando deixou o Ministério da Justiça, Moro disse “manter as divergências” com o presidente. “Serei um senador independente e defenderei medidas que ampliem a eficiência da Justiça e a autonomia dos órgãos de controle”.
“Por exemplo, um mandato fixo para o diretor-geral da PF para que só possa ser demitido em caso de má conduta. Para PGR, defendo que se siga a lista tríplice e assim me posicionarei em eventual sabatina no Senado de alguém indicado pelo presidente”, afirmou.
O senador eleito chamou de “erros” as decisões de instâncias superiores que anularam suas sentenças. “As decisões de anulações são erros judiciários e quem deve ser cobrado são as pessoas que as proferiram. Agora, como senador eleito, me posiciono contra Lula e seu projeto de poder corrupto. São momentos históricos diferentes.”
Procurado, o ex-procurador Deltan Dallagnol não se manifestou.
Do jornal O Estado de S. Paulo.
Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.
Política
Teresa Leitão é cotada para assumir Comissão de Educação do Senado
A senadora pernambucana Teresa Leitão (PT) está sendo cotada para assumir o comando da Comissão de Educação do Senado. A possível presidência acontece após o PT ficar 15 anos fora da comissão. De acordo com dados do Senado, o último nome da legenda que ocupou o cargo foi Fátima Cleide (RO), escolhida em 2010.
O nome da senadora teria sido escolhido por meio de um acordo com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), favorito para assumir a presidência do Senado após a saída de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em contato com o Jornal do Commercio, Teresa Leitão afirmou que o Partido dos Trabalhadores reivindicou a segunda vice-presidência do Senado, a Comissão de Educação e a de Meio Ambiente.
“A definição das presidências de comissões se dará logo após as eleições da mesa diretora. Devemos concluir o processo internamente na bancada do PT no dia 31, e a mesa diretora será eleita dia primeiro de fevereiro”, comentou a petista.
Segundo o Poder360, a Comissão de Meio Ambiente deve ficar com Beto Faro, senador pelo Pará. Atualmente, a comissão é comandada pelo Partido Social Democrático (PSD), com a senadora Leila Barros.
Como é feita a escolha da presidência de uma comissão?
As comissões são escolhidas proporcionalmente de acordo com o tamanho das bancadas. O Partido dos Trabalhadores tem a 4ª maior bancada, com nove senadores. O PSD tem 15 integrantes, o Partido Liberal conta com 14 e o MDB, com 11.
Atualmente, o PT preside três comissões: Direitos Humanos, Assuntos Sociais e de Combate à Violência contra a Mulher.
Quem é Teresa Leitão?
Teresa é professora sindicalista, foi deputada estadual por cinco mandatos consecutivos. Foi uma das fundadoras do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Pernambuco – Sintepe.
Foi líder do PT na Assembleia Legislativa, dirigente nacional do PT e Coordenadora do Setorial Nacional de Educação do PT. Além disso, foi a primeira mulher a ser eleita senadora por Pernambuco, com 2.061.276 votos.
Fonte: JC
Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.
Siga-nos em nossas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram. Você também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.
Política
Juíza condena 8 por plano do PCC de ataque a Moro, e senador diz que falta descobrir mandante
A Justiça Federal no Paraná condenou oito pessoas ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital) por organização criminosa e tentativa de extorsão mediante sequestro do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL) e ex-juiz federal na Lava Jato.
A sentença, com 241 páginas, foi assinada na terça-feira (21) pela juíza substituta Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito de uma ação penal ligada à Operação Sequaz, deflagrada em março de 2023 pela Polícia Federal.
Em uma publicação em uma rede social nesta quinta-feira (23), Moro divulgou trecho da sentença, agradeceu as autoridades envolvidas na operação e afirmou que “falta descobrir o mandante do crime e a investigação da PF precisa continuar com este objetivo”.
“Solicitarei providências nesse sentido ao ministro da Justiça. Não nos curvaremos a criminosos. Continuarei, no Senado, defendendo lei, ordem e penas severas contra o crime organizado”, escreveu.
A denúncia do Ministério Público Federal foi acolhida pela Justiça Federal em maio de 2023. Entre os 13 denunciados, três foram absolvidos e outros dois morreram na prisão.
Segundo o MPF, nas trocas de mensagens entre os denunciados, Moro era chamado de “Tokio” e o código para a palavra “sequestro” era “flamengo”.
Os investigadores iniciaram a apuração com base em depoimento de um ex-integrante do PCC que se transformou em testemunha protegida da Justiça de São Paulo. Foi ele quem relatou o plano de sequestro de Moro, posteriormente levado para os investigadores da PF.
De acordo com a denúncia do MPF, o plano de sequestro teve relação com medidas adotadas por Moro na época em que ele era ministro da Justiça, como “a transferência de lideranças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital para presídios federais de segurança máxima, bem como a proibição de visitas íntimas nesses presídios, para evitar a transmissão de ordens da alta hierarquia”.
Na sentença, a juíza cita que a facção criminosa pretendia barganhar a soltura ou a devolução do principal chefe do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, ao sistema penitenciário paulista.
Marcola foi transferido de São Paulo para a penitenciária federal em Brasília em fevereiro de 2019. Meses depois, seguiu para uma unidade federal em Rondônia. Em 2024, retornou para a capital federal.
O grupo teria começado a organizar o plano de sequestro em maio de 2022. As investigações apontaram que integrantes do PCC monitoraram locais que Moro frequentava. Um dos endereços foi o clube em Curitiba onde o hoje senador vota -o sequestro ocorreria na data do segundo turno das eleições de 2022.
Segundo o MPF, os criminosos não atingiram o resultado pretendido “por circunstâncias alheias às vontades dos integrantes da referida organização, especificamente em razão da descoberta de fraude na locação do apartamento localizado em Curitiba, e ao aviso de que tal fato seria comunicado à polícia”.
O réu Janeferson Aparecido Mariano Gomes, que era apontado pelo MPF como líder do grupo denunciado, foi assassinado em junho passado. Na sentença, a juíza informa que ele foi morto por outros membros do PCC dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista.
Ela acrescenta que a principal hipótese é de que o réu foi morto justamente por ter falhado no plano de sequestro. Outro réu preso também foi assassinado pelo PCC, Reginaldo de Oliveira de Sousa.
De acordo com o MPF, Janeferson pertencia a uma célula restrita do PCC, chamada de “Sintonia Restrita”. A subdivisão seria responsável por executar ações contra agentes de segurança, membros do Judiciário e políticos.
No ano passado, no depoimento que chegou a prestar à Justiça Federal, Janeferson disse que foi a Curitiba para fazer um protesto político e que os fatos narrados na denúncia não eram verdadeiros.
Todos os demais réus também negaram as acusações em seus depoimentos: Claudinei Gomes Carias, Franklin da Silva Correa, Herick da Silva Soares, Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui, Aline Arndt Ferri, Aline de Lima Paixão, Oscalina Lima Graciote e Hemilly Adriane Mathias Abrantes.
Entre os réus, a maior pena chega a quase 15 anos de reclusão. Os oito foram condenados pelos crimes de organização criminosa e tentativa de extorsão mediante sequestro, exceto Hemilly, condenada apenas por organização criminosa. Ela e as outras quatro mulheres condenadas podem recorrer em liberdade.
“O conjunto probatório constante nos autos demonstra, de forma inequívoca, que a organização criminosa mantinha uma estrutura logística na cidade de Curitiba, sustentada pelo aluguel de imóveis utilizados como bases de apoio (…) para viabilizar o planejamento e a execução do crime”, escreve a juíza.
Outros três réus foram absolvidos: Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan, Valter Lima Nascimento e Patric Uelinton Salomão. “As evidências colhidas não se mostram suficientes para sustentar, além da dúvida razoável, a condenação dos réus”, disse a juíza.
A operação da PF em 2023 que cumpriu mandados de prisão para desarticular o plano da facção criminosa contra autoridades, incluindo Moro, dividiu o governo Lula (PT) na época.
O presidente e alguns assessores próximos acirraram a disputa com opositores ao sugerir, sem provas, uma “armação” de Moro no caso.
“Eu não vou falar porque acho que é mais uma armação do Moro. Quero ser cauteloso, vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro”, disse o presidente na época, mesmo após integrantes do próprio governo petista terem exaltado a operação feita pela PF, que é ligada ao Ministério da Justiça.
Outros aliados lamentaram a declaração de Lula e iniciaram uma operação para tentar corrigir o discurso oficial.
Foto Getty
Por Folhapress
Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.
Siga-nos em nossas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram. Você também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.
Política
Bolsonaro espera que Brasil siga exemplo de Trump e indulte presos do 8/1
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (23), que o indulto concedido por Donald Trump aos condenados pela invasão ao Capitólio em 2021 pode servir de exemplo para uma eventual anistia aos presos pelo ataque às sedes do poder em Brasília em 2023.
“Muita coisa que aconteceu lá é semelhante aqui”, declarou Bolsonaro em entrevista à CNN. “Agora, isso extrapolou, porque se faz um paralelo com o Capitólio”, acrescentou.
“Espero que não precise chegar um presidente de direita para fazer isso [indulto], que o Congresso resolva esse problema agora”, afirmou.
Logo após tomar posse em 20 de janeiro, Trump concedeu o perdão presidencial a cerca de 1.500 envolvidos no ataque ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021. Segundo a Justiça, o objetivo dos manifestantes era impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou quase 400 pessoas pelo ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023. A intenção era sabotar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou Bolsonaro nas eleições.
“O ato do presidente dos EUA serve como exemplo e aceno político para que o Estado brasileiro possa colocar um fim à perseguição política”, declarou à AFP Ezequiel Silveira, advogado da Associação de Familiares e Vítimas de 8 de Janeiro.
Bolsonaro, de 69 anos, está inelegível para as eleições presidenciais de 2026, após ter sido condenado pela Justiça Eleitoral por questionar, sem provas, o sistema de votação eletrônica.
“sem a minha presença, é uma eleição parecida com a da Venezuela, onde a María Corina [Machado] e o [Henrique] Capriles foram tornados inelegíveis por 15 anos com a acusação de atos antidemocráticos”, afirmou o ex-presidente.
A Polícia Federal também acusou Bolsonaro de envolvimento em uma suposta trama golpista para impedir a posse de Lula e investiga se ele instigou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O ex-presidente se declara inocente e afirma ser “perseguido”.
Questionado sobre outros possíveis candidatos da direita, Bolsonaro disse que não teria “nenhum problema” se sua esposa, Michelle Bolsonaro, se candidatasse à presidência. “Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser”, concluiu.
Por AFP
Seja sempre o primeiro a saber. Baixe os nossos aplicativos gratuito.
Siga-nos em nossas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram. Você também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9937-6606 ou 9 9155-5555.
-
Brasil7 anos atrás
Atenção!!!! BOATO do WHATSAPP: Documentos perdidos CÉSAR AUGUSTO NEVES SALES
-
Saúde6 anos atrás
Saúde: Está tudo bem em sangrar depois do sexo anal?
-
Destaque6 anos atrás
Salgueiro: seis bandidos mortos ao tentarem roubar avião de transporte de valores
-
Brasil9 anos atrás
Arte: Manualidades que inspiram
-
Brasil3 anos atrás
Amparo é o 1º município de SP a retomar quarentena após salto de casos de covid
-
Entretenimento6 anos atrás
João Campos e Lara Santana, terminam o noivado
-
Sem categoria6 anos atrás
Ex-presidiário é executado na Vila Carolina em São José do Belmonte
-
Sem categoria6 anos atrás
Belmonte: Mãe procura filha desaparecida a oito anos