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Saúde

Saiba os males do fumo com foco no fumante passivo

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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.

fumo passivo é uma prática que pode ocorrer com qualquer pessoa não-fumante, desde que ela esteja presente no mesmo ambiente (fechado ou não) que um indivíduo fumante.

Em conversa com o JC, Dr. Eduardo Campelo, pneumologista, detalhou os efeitos nocivos da exposição à fumaça de cigarro e as diferenças entre o fumo ativo e passivo.

RENATO RAMOS/JC IMAGEM
Dr. Eduardo Campelo – RENATO RAMOS/JC IMAGEM

Diferenças entre fumo ativo e fumo passivo

De acordo com o médico, o fumo passivo ocorre com a inalação da fumaça gerada tanto pela ponta acesa do cigarro quanto pela exalada pelo fumante.

Os fumantes ativos estão mais propensos a desenvolver doenças relacionadas ao tabaco devido à exposição direta dos pulmões aos componentes nocivos do cigarro, no entanto, os fumantes passivos também enfrentam sérios riscos à saúde, muitas vezes sem ser por escolha própria.

“Além disso, diferentemente do fumante ativo, em que podemos quantificar a carga tabágica e medir a exposição do paciente, no caso do fumante passivo, não temos como quantificar essa exposição, embora os riscos de agravo permaneçam”, afirma o Dr. Eduardo.

A fumaça do cigarro chega a ter mais de sete mil substâncias químicas; destas, pelo menos 250 são nocivas e mais de 70 cancerígenas. Entre essas substâncias estão compostos tóxicos, como metais pesados, compostos orgânicos voláteis, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e outras substâncias perigosas que afetam fumantes ativos e passivos.

Das mais conhecidas, a nicotina é a principal responsável pela dependência química do cigarro, além de causar aumento da pressão arterial. Já o monóxido de carbono, um gás tóxico que reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, pode causar dores de cabeça, tontura e, em casos graves, envenenamento.

Doenças associadas ao fumo passivo

De acordo com o Dr. Eduardo Campelo, a exposição ao fumo passivo pode levar a diversas doenças graves, são elas:

  • Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
  • Hipertensão arterial;
  • Infarto agudo do miocárdio;
  • Câncer, sobretudo o de pulmão e o de garganta;
  • Irritação de olhos, nariz e garganta;
  • Agravamento de problemas respiratórios pré-existentes, como a asma;
  • Acidente vascular cerebral.

O impacto pode ser variado conforme a faixa etária e a saúde preexistente dos indivíduos.

RENATO RAMOS/JC IMAGEM
Dr. Eduardo Campelo – RENATO RAMOS/JC IMAGEM

“Essas doenças tendem a ser mais prevalentes nos idosos, não só em decorrência de outros fatores, mas também pelo tempo maior de exposição. Já nas crianças, vemos um aumento na incidência das crises de asma e de infecções respiratórias, por exemplo”, explica o pneumologista.

Além disso, mulheres grávidas expostas à fumaça de cigarro podem ter maior risco de complicações na gravidez, incluindo baixo peso ao nascer e partos prematuros.

O fumo passivo afeta a saúde mental e cognitiva?

Estudos sugerem que a exposição ao fumo, tanto passivo quanto ativo, pode estar associada a um aumento nos sintomas de depressão e ansiedade.

“Embora o mecanismo exato não seja completamente compreendido, acredita-se que a inflamação e a neurotoxicidade causadas pelos componentes da fumaça de cigarro possam contribuir para esses distúrbios”, alerta.

Crianças expostas também podem apresentar dificuldades de aprendizado e problemas de atenção, enquanto adultos e idosos podem experimentar um declínio cognitivo mais acelerado e um aumento no risco de demências, como a doença de Alzheimer.

Exposição em ambientes fechados vs. ambientes abertos

Em relação ao tipo de ambiente em que o fumo passivo ocorre, o pneumologista explica: “Em ambientes abertos, a exposição costuma ser maior quando se está próximo ao fumante. Já em locais fechados ou com pouca renovação de ar, o acúmulo de fumaça e, consequentemente, de suas substâncias tóxicas, é muito maior, tornando a exposição muito mais danosa”.

Estudos científicos mostram que trabalhadores de bares e restaurantes estão expostos a níveis de fumaça de tabaco equivalentes a fumar de quatro a 10 cigarros por dia, tendo de 25 a 30% mais risco de desenvolver doenças cardíacas e 20 a 30% mais chances de contrair câncer de pulmão (Surgeon General, 2004).

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que cerca de 200 mil trabalhadores morrem anualmente devido à exposição à fumaça no ambiente de trabalho.

As substâncias químicas da fumaça de cigarro também podem se acumular em móveis, paredes e roupas e, com o tempo, podem voltar ao ar, prolongando a exposição mesmo após o cigarro ter sido apagado.

Além disso, é importante lembrar que algumas pessoas, como criançasidosos e indivíduos com determinados agravos de saúde preexistentes, são mais vulneráveis aos efeitos do fumo passivo, independentemente do ambiente.

Medidas de proteção

A medida mais eficaz e de extrema importância é o suporte adequado ao tabagista, com consultas médicas regulares e acesso facilitado a medicações anti-tabágicas.

“O médico pneumologista é o profissional mais qualificado para fazer esse acompanhamento e prescrever as medicações necessárias, bem como diagnosticar e tratar as doenças decorrentes do fumo, mas é preciso que o paciente se conscientize do problema e procure ajuda”, conclui o DrEduardo Campelo, pneumologista.

Fonte: JC

           

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Saúde

Cai número de doações de órgãos no 1º semestre de 2024

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A taxa de doadores de órgãos ficou 2% abaixo da obtida no ano passado e 7,1% menor que a taxa prevista para este ano até junho, aponta relatório do 1º semestre da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).

Enquanto a taxa de doadores efetivos ficou em 19,5 procedimentos para cada 1 milhão na população (pmp), a do ano passado foi de 19,9 pmp. A taxa prevista era de 21 pmp.

A ABTO credita a queda na doação à taxa de efetivação das doações (27%), que foi menor em 4,6% em relação a do ano anterior e em 10% à taxa projetada para o ano (30%).

A menor efetivação aconteceu devido a uma maior taxa de não autorização de familiares e, também, de contraindicação médica, em relação à taxa prevista.
Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rondônia tiveram as maiores taxas de doação.

No país, o transplante de coração obteve um aumento de 9,5% em relação a 2023, mas ficou 4,2% abaixo do previsto para o ano.

Já o transplante de pulmões (0,4 pmp) ficou com taxa 50% menor que a projetada (0,8 pmp).

A ABTO afirmou que tem um semestre árduo pela frente e que, “para obter a meta prevista para o ano, temos que trabalhar nas três frentes: aumentar a doação, melhorar o aproveitamento dos órgãos e colocar em lista de espera todos os pacientes com indicação de transplante”.

Com relação ao ingresso em lista de espera para transplante de órgãos, no transplante renal foi de 80% do esperado e no fígado foi de 62% da necessidade prevista; já para o coração, a taxa de ingresso foi de 35% do esperado, para o pâncreas de 22,5% e para o pulmão de 11% da necessidade estimada.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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Saúde

Vacina do Butantan contra chikungunya tem 100% de eficácia em adolescentes de 12 a 17 anos

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A vacina contra a chikungunya desenvolvida pelo Instituto Butantan apresentou 100% de eficácia em adolescentes de 12 a 17 anos que já tinham sido infectados pelo vírus antes de receber o imunizante. Em pessoas que não foram expostas à doença, a eficácia foi de 99,1%. Os resultados da pesquisa foram publicados  no periódico científico The Lancet Infectious Diseases.

O estudo sobre a vacina da chikungunya, chamada de VLA1553, foi feito entre fevereiro de 2022 e março de 2023 em diferentes regiões do Brasil. É o primeiro realizado com adolescentes em um país endêmico (onde a doença tem uma grande incidência). Foram analisados 754 participantes, sendo que 80% nunca tinham sido infectados pela doença e 20% já.

Os pesquisadores analisaram a eficácia a partir da taxa de imunogenicidade, que é a capacidade da vacina gerar uma resposta imune e proteger contra o vírus. Em pacientes que não tiveram exposição prévia à chikungunya, a eficácia foi de 98,8% após 28 dias da aplicação do imunizante. Depois de seis meses, o percentual chegou a 99,1%.

Os pacientes que foram expostos ao vírus previamente, em algum momento da vida, já tinham um nível alto de anticorpos neutralizantes contra a chikungunya. A taxa de eficácia da vacina nesse público, depois de seis meses, chegou a 100%.

“A principal informação que a gente extrai do estudo com relação a esses pacientes que já tinham sido expostos previamente ao vírus é que eles tiveram uma quantidade menor de eventos adversos decorrentes da vacina, então mesmo que a pessoa já tenha tido contato com a doença e possua anticorpos, é vantajoso de vacinar”, destaca Eolo Morandi, um dos autores do estudo e que também é gestor médico de desenvolvimento clínico do Instituto Butantan.

Outra forma de avaliação da eficácia da vacina é a taxa de soroconversão, capacidade de induzir a produção de anticorpos nos pacientes que não tinham o mecanismo de defesa contra o vírus.

Dos 754 pacientes avaliados na pesquisa, 502 foram imunizados, enquanto 252 receberam placebo, tratamento sem efeito terapêutico usado para comparação e verificação de eficácia da vacina.

“É uma vacina nova, então não tinha outra vacina de chikungunya para comparação. A gente precisava avaliar a imunogenicidade de forma clara e objetiva, e o grupo placebo, mesmo que em uma porcentagem menor, não teve nenhum ganho imunológico e menos efeitos adversos”, explica o autor.

No final de 2024, os pesquisadores vão avaliar e divulgar os resultados com relação à eficácia da vacina depois de um ano da aplicação.

A candidata a vacina contra a chikungunya é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Valneva, da Áustria. Em novembro de 2023, a VLA1553 foi aprovada nos Estados Unidos como o primeiro imunizante licenciado contra a doença. Feita com vírus atenuado (isto é, com seu potencial de infecção reduzido), a vacina pode ser usada em pessoas maiores de 18 anos nos EUA.

No Brasil, o pedido de aprovação da vacina para adultos é avaliado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, também já foi enviado ao órgão um dossiê para autorização do imunizante entre adolescentes de 12 a 17 anos.

“Hoje, um dos países que mais sofre com chikungunya no mundo é o Brasil, localizado na região do globo onde tem uma temperatura e umidade são propícias à multiplicação do vírus do mosquito transmissor, que é o Aedes aegypti”, diz.

Segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde, foram registrados 254.651 casos prováveis da doença em 2024, com 164 mortes confirmadas e outras 151 em investigação.

“O ministério é muito receptivo a essa ideia de discutir esse assunto, e eles também estão levando em consideração de que forma a vacina poderia ser utilizada no Brasil. Mas o papel do Butantan é desenvolver, produzir e aprovar o uso da vacina”, disse Kallás.

Foto Getty

Por Folhapress

           

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Saúde

Inteligência artificial da Google consegue ‘ouvir’ sinais de doenças

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A Inteligência Artificial (IA) está prestes a transformar radicalmente o setor de cuidados com a saúde, e um projeto em que a Google está  trabalhando é um exemplo disso.

Segundo a Bloomberg, a Google desenvolveu um modelo de IA capaz de detectar sinais precoces de doenças apenas “ouvindo” áudios. A empresa treinou essa IA com mais de 300 milhões de gravações de tosse, fungada e respiração irregular para identificar possíveis problemas de saúde.

Essa inovação tem o potencial de trazer resultados práticos em breve. A Google iniciou uma colaboração com a startup indiana Salcit Technologies para integrar essa tecnologia em dispositivos móveis. O objetivo da parceria é melhorar o acesso a cuidados preventivos de saúde através de smartphones.

Foto Shutterstock

Por Notícias ao Minuto

           

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