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Na ocasião, o secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, apresentou o programa de alfabetização elaborado pela pasta
O secretário de Alfabetização do Ministério da Educação (MEC), Carlos Nadalim, apresentou, nesta quarta-feira (12), aos secretários estaduais do país o programa Tempo de Aprender. Durante a reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), realizada no Sheraton Reserva do Paiva Hotel, no Cabo de Santo Agostinho, o gestor apontou alguns rumos que o programa deve tomar nos próximos anos para o fortalecimento da educação básica, em especial o processo de alfabetização.
De acordo com Nadalim, o programa, que será lançado na próxima terça-feira (18), está distribuído em 10 ações, organizadas em quatro eixos: formação continuada de profissionais da alfabetização; aprimoramento das avaliações da alfabetização; apoio pedagógico para a alfabetização; e valorização dos profissionais de alfabetização, que consiste em prêmios de desempenho para os professores.
“A Secretaria de Alfabetização levou em consideração vários documentos para elaborar a política nacional de educação, como os resultados das duas últimas avaliações feitas pelo Inep e a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA). Nós identificamos que 55% dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental estão nos níveis mais baixos da escala de proficiência. Isso realmente é um dado alarmante”, explicou.
Em seguida, o secretário falou que esses resultados foram cruzados com dados do Censo que mostraram que a reprovação do 2º ano para o 3º tem um pico que significa que a alfabetização realmente não foi consolidada.
“O estudo ainda diagnosticou que as crianças que começam a aprendizagem da leitura logo aos cinco anos melhoram em ritmo mais acelerado do que os maus leitores. Então, vejo a relação desses dados com as pesquisas e que há uma necessidade de concentrarmos a nossa atenção no início do processo de alfabetização. Conversei com muitos secretários ao longo de 2019 e pude notar que as experiências exitosas em alfabetização estão muito relacionadas a uma preparação das crianças na pré-escola, e isso não significa que esses municípios estejam alfabetizando precocemente essas crianças, mas estimulando-as a fim de que elas sejam capazes de brincar com palavras, por exemplo, através de jogos de consciência fonológica, uma habilidade que aparece na BNCC”, acrescentou.
De início, para aderir ao programa, estarão abertas às Secretarias de Educação cujas redes incluem escolas elegíveis às ações da iniciativa (pré-escola, 1º e 2º ano do Ensino Fundamental). Para o diretor de alfabetização do MEC, Fábio Gomes, os principais pontos de interesses para os estados são: incluir escolas de suas próprias redes estaduais no programa (grupo de trabalho com representação regional e os estados interessados poderão participar como um dos níveis de formação); normativo para capacitação presencial de professores e de gestores escolares; e canal aberto para recebimento de sugestões de aprimoramento do programa.
”A adesão ao programa é voluntária. Nós queremos melhorar a qualidade da alfabetização do Brasil e temos como público alvo o fim do último ano da pré-escola e os dois primeiros anos do Ensino Fundamental I. A ideia é que as crianças adquiram as habilidades que são fundamentais para a aprendizagem da leitura e da escrita. Então, a política explicita isso e diz que há seis componentes que são fundamentais para o domínio dessas competências”, finalizou Nadalim.
“Nós precisamos que a alfabetização modifique”, externou a secretária de Educação de do Mato Grosso do Sul e presidente do Consed, Cecília Mota. “Todos os estados estão preocupados porque o problema parte da educação infantil e a gente espera sim que esse regime de colaboração venha fazer com que o Brasil saia do analfabetismo que nós estamos”, completou Cecília.
Vale ressaltar que em 2019, o Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Educação e Esportes do Estado, lançou o Programa Criança Alfabetizada, que tem como objetivo de garantir a alfabetização de todos os estudantes da rede pública até os sete anos de idade, isto é, ao final do segundo ano do ensino fundamental. Todos os municípios aderiram ao programa.
Para alcançar este objetivo, o Governo Estadual, através da Secretaria Estadual de Educação, junto com a Secretaria Executiva de Desenvolvimento da Educação (SEDE) e Superintendência de Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental (SUEAI), construiu, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o material complementar ao livro didático, composto do Manual Ano 1 (1º ano) e Manual Ano 2 (2º ano), que consiste em um guia de orientação para os professores dessas turmas.
Os Almanaques Ano 1 e Ano 2 foram distribuídos para todos os estudantes pernambucanos, com uma série de atividades lúdicas que os auxiliam no seu desenvolvimento, aprimoramento no mundo da leitura e no cotidiano da escola.
“Eu estou cada vez mais convencido de que a estratégia dos anos finais do Ensino Fundamental tem que estar muito mais próxima do que a gente acredita para o Ensino Médio e do que a gente acredita para os anos iniciais, porque reconhecemos isso com os adolescentes. E a gente perdeu muito tempo para construir uma parceria com os municípios e não tínhamos a percepção do quanto isso é importante, pois isso faz toda a diferença na hora que o estudante sai do Ensino Fundamental e entra no Ensino Médio. É nesse momento que nós conseguimos identificar as carências que eles chegam e refletimos que alguma coisa deu errado lá trás”, considerou o secretário de Educação e Esportes de Pernambuco e vice-presidente do Consed, Fred Amancio. (Por Educação PE)