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Subnotificação dos casos de Covid esconde até 30% das mortes, mostra estudo

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A subnotificação dos casos graves e mortes de Covid-19, principalmente pela falta de testes de diagnósticos, está “escondendo” ao menos 30% de óbitos que não aparecem nas estatísticas oficiais. Se eles fossem considerados, o Brasil já estaria com 530 mil mortos, considerando que no último domingo (2) computava 407 mil.

A conclusão é de um estudo da iniciativa Vital Strategies, com base no Sivep-Gripe, principal banco de dados nacional de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

O trabalho buscou os casos e mortes de SRAG desde o início da pandemia que aparecem na estatística oficial como “etiologia não especificada ou sem classificação final para Covid”, ou seja, não houve identificação do agente que causou a doença.

Os dados foram comparados à série histórica de registros nos anos anteriores à pandemia (2018 e 2019) e subtraídos os números médios observados nessas categorias.

Até o último dia 19 de abril, os resultados foram os seguintes: um aumento de 57,4% (de 1.098.254 para 1.728.955) para os casos graves de SRAG e de 29,9% (356.536 para 462.973) para os óbitos.
“Não tem outra explicação [se não a Covid] para um aumento tão grande casos e óbitos [por SRAG]. Não há outro vírus respiratório agudo agindo concomitantemente ao Sars-CoV-2”, diz a pesquisadora Ana Luiza Bierrenbach, conselheira técnica sênior da Vital Stratregies e autora do estudo.

Nos casos confirmados de Covid-19, 96% tinham diagnóstico atestando a infecção. Nos demais casos de SRAG, 70% tinham algum teste, mas o resultado foi negativo ou ficou faltando o dado de confirmação, por exemplo.

“Aí você me pergunta se mesmo diante desse resultado, a gente está afirmando que é Covid? Eu digo que sim”, afirma.

Ela diz que existem diferentes testes diagnósticos no mercado, com sensibilidade que não é plena. Também houve muitos casos de SRAG com testes de PCR negativo, mas que tinham achados clínicos e radiológicos compatíveis com Covid-19. Em outros, havia ligação epidemiológica (alguém próximo, por exemplo) com casos confirmados por laboratório.

Bierrenbach também explica que a positividade do teste de PCR/antígeno diminui conforme aumenta o tempo entre o início dos sintomas e a internação ou morte.

“A doença tem algumas fases. Na fase replicativa, é possível encontrar o vírus na naso ou orofaringe. Depois o vírus vai para os tecidos e você não consegue mais fazer um diagnóstico só com o swab nasal [amostra colhida no nariz]. E, às vezes, a doença já progrediu tanto que o vírus nem está mais presente nos tecidos.”

A pesquisadora lembra que no guia de vigilância epidemiológico brasileiro e nas recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) existe a possibilidade de alocar um diagnóstico de Covid mesmo para as pessoas que não tenham a confirmação de um teste. “Não é invenção nossa.”

Segundo Bierrenbach, a metodologia usada deu um desconto para o número de casos e óbitos por SRAG que permanecem inespecificados todos os anos por falta de investimentos em testagem laboratorial nos pronto-socorros.

“No Chile, a criança chega com um quadro respiratório no hospital e eles já fazem um painel viral para identificar [o agente]. No Brasil, muitos casos ficam sem diagnóstico etiológico.”

O estudo ajustou uma outra variável: o aumento de hospitais que passaram a notificar as internações e os óbitos por SRAG. Em 2019, eram 2.641 unidades notificadoras em 935 municípios. Em 2020, esse número chegou a 6.621, representando 61,8% do total de 5.570 municípios brasileiros.

“Fazendo esses descontos, a gente acha que todos os outros casos são Covid. [A subnotificação] está no país inteiro. Não é localizada numa região só e nem numa única faixa etária, embora nas crianças a correção tenha sido maior.”

De acordo com o estudo, na faixa etária até um ano de vida, foram registradas 567 mortes atribuídas à Covid. Com o ajuste, elas subiram para 1.397. Entre 1 e 4 anos, a diferença também é grande. Foram reportadas 230 e, com a reclassificação, elas agora somam 498. Entre 5 e 9 anos, passaram de 143 para 321.

“No início da pandemia, não existia essa suspeita de que os casos eram Covid. A manifestação clínica da doença nas crianças é atípica, às vezes aparece depois dos sintomas virais e progride rapidamente para uma doença de maior gravidade e até mesmo óbito.”

Segundo ela, por conta da baixa testagem, está se perdendo chance de fazer diagnóstico precoce e, muitas vezes, as pessoas se internam tardiamente, quando a testagem já não é mais tão efetiva.

“Aí fica assim. Parece Covid, cheira a Covid, tem sintoma de Covid, tem vínculo epidemiológico, mas não tem confirmação diagnóstica.”

Para a pesquisadora, a falha em classificar os casos e mortes sem diagnóstico de laboratório é um problema importante e deveria ser tratado com melhor treinamento ou a permissão da notificação desses registros não como confirmados para Covid-19, mas como “prováveis”.

Na Inglaterra, por exemplo, os serviços de saúde consideram mortes por Covid até 28 dias após a confirmação da doença. Isso pegaria, por exemplo, eventuais mortes cardíacas ou neurológicas ocorridas por sequelas da doença.

“Aqui no Brasil, não. A gente está basicamente usando uma confirmação laboratorial. Isso em um país que não tem testagem ou a testagem chega tarde.”

Bierrenbach diz que a correção de casos e mortes feitas no estudo não surpreendeu a equipe. “Os números são chocantes, mas a gente já achava que não tinha outra explicação para esse número e casos inespecificados tão grande. Muitos pesquisadores já estavam com a pulga atrás da orelha. O nosso mérito foi dar voz a isso.”

Ela afirma que a pesquisa é até conservadora porque não leva em conta os casos leves diagnosticados, casos graves que não tiveram acesso ao diagnóstico, eventuais óbitos que ocorreram em casa ou ainda mortes em consequência da Covid (um infarto, por exemplo) depois de internação prolongada.

“Isso tudo não está contabilizado nos nossos números. Se começarmos a somar, vai longe. Os números são assustadores. Espero que eles sensibilizem a população e os nossos governantes.”

Por Folhapress

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Brasil

FGV: passagem aérea mais barata puxa desaceleração da inflação ao consumidor no IGP-10 de março

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O recuo de 8,57% nas passagens aéreas deu a maior contribuição para arrefecer a inflação ao consumidor medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de março, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) desacelerou de uma elevação 0,62% em fevereiro para 0,48% neste mês.

Três das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas de fevereiro para março: Educação, Leitura e Recreação (de 1,23% para -1,49%), Alimentação (de 1,37% para 0,88%) e Despesas Diversas (de 1,80% para 1,38%). Houve influência dos itens cursos formais (de 3,99% para 0,00%), hortaliças e legumes (de 8,65% para 2,24%) e serviços bancários (de 2,86% para 2,30%).

Na direção oposta, as taxas foram mais altas nos grupos Transportes (de 0,14% para 0,87%), Habitação (de 0,13% para 0,55%), Vestuário (de -0,20% para 0,08%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,41% para 0,47%) e Comunicação (de 0,29% para 0,31%). Os destaques partiram dos itens gasolina (de 0,19% para 2,69%), aluguel residencial (de -0,53% para 3,78%), roupas (de -0,36% para 0,13%), medicamentos em geral (de -0,07% para 0,14%) e mensalidade para TV por assinatura (de 0,30% para 1,28%).

Fonte:  ESTADAO CONTEUDO

 

           

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Brasil

Bebê morre enforcada na corda da chupeta enquanto mãe trabalhava

A mãe, que trabalha como faxineira para sustentar seus sete filhos, havia deixado a menina sob os cuidados da avó e da irmã de 11 anos para fazer um “bico” e comprar fraldas.

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Uma bebê de 1 ano e 8 meses morreu enforcada na corda da chupeta neste sábado (16) em Belo Horizonte. A mãe, que trabalha como faxineira para sustentar seus sete filhos, havia deixado a menina sob os cuidados da avó e da irmã de 11 anos para fazer um “bico” e comprar fraldas.

Raíssa, a única menina entre os trigêmeos, era a mais “espertinha” do trio, segundo a mãe contou à radio Itatiaia.

“A Raíssa como é a espertinha, sempre dando uma de pular o berço, infelizmente agarrou cadarço e se enforcou, não conseguiu sair”, disse a mãe, muito abalada

A mãe, devastada, descreve a cena que encontrou ao voltar para casa: “Eu cheguei, ela tava toda roxa”. Desesperada, ela correu para a UPA, mas os médicos não conseguiram reanimar a menina.

A Polícia Civil investiga o caso como possível abandono de incapaz. A mãe, em estado de choque, relatou que a faxina durou apenas duas horas e que era necessária para comprar fraldas especiais para Raíssa, que tinha alergia.

Foto Pixabay

Por Notícias ao Minuto

           

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Boeing pede que aéreas verifiquem cabine de modelo envolvido em incidente da Latam

A fabricante de aviões disse ainda que avalia atualizar os manuais da aeronave distribuídos à tripulação.

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A Boeing aconselhou nesta quinta-feira (14) que companhias aéreas que mantêm em suas frotas exemplares do 787 Dreamliner verifiquem as poltronas das cabines de pilotagem dessas aeronaves.

O pedido, encaminhado por meio de memorandos e divulgado pelo jornal americano The Wall Street Journal na sexta-feira (15), é feito depois da revelação de que a possível causa de um incidente aéreo envolvendo o modelo ocorrido em um voo da Latam no início desta semana teria sido um esbarrão acidental em um botão no assento do piloto.

De acordo com autoridades com acesso a evidências preliminares do incidente, um comissário de bordo teria apertado sem querer o botão enquanto servia comida na cabine. A ação teria empurrado o piloto sobre os controles, o que fez o avião ter uma queda rápida de altitude por alguns instantes.

O interruptor, localizado na parte de trás da cadeira, normalmente é coberto e não deve ser usado quando o piloto está no assento.

No texto ao qual o WSJ teve acesso, a Boeing recomenda que as organizações inspecionem as poltronas da cabine de pilotagem dos 787 Dreamliner para verificar se as capas dos interruptores estão no lugar. Também explica como desligar a energia do motor do assento caso necessário.

A fabricante de aviões disse ainda que avalia atualizar os manuais da aeronave distribuídos à tripulação. Mas não indica se a ausência ou não das capas sobre os interruptores pode ter contribuído para o ocorrido, além de ressaltar que o problema já era conhecido e que a Boeing emitiu um alerta relacionado a ele em 2017.

Questionada pelo jornal americano, a Latam afirmou estar trabalhando com as autoridades, mas se negou a falar sobre o assunto até a conclusão das investigações. Já os sindicatos de pilotos e de comissários associados à companhia aérea não comentaram.

A Boeing, por sua vez, encaminhou a mesma nota que havia soltado anteriormente, na qual afirma estar em contato com a Latam e à disposição das investigações. E a Ipeco, que produz os assentos localizados na cabine de comando, não respondeu ao WSJ.

O jornal ressalta que a investigação está em andamento e evidências posteriores podem contradizer as descobertas preliminares.

O incidente em questão ocorreu na segunda-feira (11), durante um voo da Latam procedente de Sydney, na Austrália, com direção a Santiago, no Chile. O avião rumava para Auckland, na Nova Zelândia, para uma escala quando parou no ar e entrou em queda livre.

Muitos dos passageiros não estavam usando cintos de segurança, e alguns deles simplesmente voaram de seus assentos. Ao menos 50 pessoas tiveram que ser socorridas por equipes de emergência quando o avião chegou ao solo.

O incidente ocorre dois meses depois de outro modelo da fabricante americana registrar problemas. No início de janeiro, uma porta de um Boeing 737 MAX 9 da companhia Alaska Airlines se soltou pouco depois da decolagem. Vários dos passageiros do voo apresentaram ferimentos leves.

Antes, o modelo da Boeing havia tido a sua circulação proibida por mais de um ano, depois que investigações apontaram que problemas em seu sistema provocaram acidentes em duas situações distintas -a primeira, no final de 2018, durante um voo da companhia Lion Air, da Indonésia, e o segundo, no início de 2019, num voo operado pela Ethiopian Airlines. Os dois episódios totalizaram quase 350 mortes.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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