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Tecnologia Salva-Vidas: Avanços Reduzem Sequelas Neurológicas em Recém-Nascidos

O uso de tecnologias digitais na prevenção de sequelas neurológicas em recém-nascidos internados em UTIs neonatais foi tema de audiência pública no Senado Federal no início deste mês. Especialistas e gestores públicos discutiram a incorporação de tecnologia na saúde para essa área sensível, impactada por problemas neurológicos congênitos ou decorrentes do parto. Se não diagnosticados e tratados rapidamente, esses problemas podem acarretar graves sequelas e deficiências.

Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta para uma alta prevalência de distúrbios neurológicos em todo o mundo, afetando mais de 40% da população global e causando mais de 11 milhões de mortes anuais. O documento destaca a falta de preparo de muitos países para lidar com o problema.

Além do aumento de casos de demência relacionados ao envelhecimento, há preocupação com encefalopatia neonatal, meningite, hemorragia intraventricular, crises epilépticas neonatais, complicações neurológicas ligadas à prematuridade e infecções congênitas como as causadas por citomegalovírus e zika.

O surto de zika em 2015 resultou em mais de 4.500 crianças com microcefalia devido à infecção materna no início da gestação. Na época, o diagnóstico precoce e o monitoramento fetal eram limitados. Avanços em exames de imagem assistidos por inteligência artificial, sequenciamento genético portátil e monitoramento remoto de gestantes permitiriam detectar e intervir com mais agilidade hoje.

A cada ano, são registrados de 15 mil a 20 mil casos de encefalopatia hipóxico-isquêmica, causada pela falta de oxigênio no parto. O diagnóstico e tratamento rápidos, como a hipotermia terapêutica, são cruciais para reduzir danos. A desigualdade regional no acesso a exames e medicina diagnóstica moderna agrava a situação.

Neurologistas e exames de imagem concentram-se em grandes centros urbanos, especialmente no Sudeste. A expansão da teleneurologia, com videoconferências e plataformas digitais, permitiria que neurologistas avaliassem, diagnosticassem e acompanhassem pacientes remotamente, sendo estratégico em áreas distantes ou com baixa cobertura médica.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveu uma plataforma com internet das coisas e inteligência artificial para monitorar funções neurológicas de bebês em UTIs neonatais, analisando padrões de movimento e comportamento para diagnósticos mais precisos e intervenções rápidas.

A organização nacional Protecting Brains & Saving Futures (PBSF) implementou a UTI Neonatal Neurológica Digital em 48 hospitais brasileiros, atendendo mais de 15 mil recém-nascidos de alto risco. O sistema monitora o cérebro continuamente, utilizando sensores e eletroencefalogramas para captar sinais neurológicos, analisados por inteligência artificial para identificar crises epilépticas silenciosas, asfixia perinatal e outras ameaças. Especialistas remotos acompanham os sinais em tempo real via nuvem, permitindo decisões adequadas.

A introdução de tecnologias digitais nas UTIs neonatais representa um avanço transformador na saúde pública e na prevenção, minimizando sequelas neurológicas evitáveis e oferecendo esperança e qualidade de vida a milhares de crianças.

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