
A Câmara Municipal do Cedro protagonizou, nesta quinta-feira(26), uma das mais contundentes derrotas políticas já impostas à gestão da prefeita Riva Bezerra.
Em uma sessão acalorada e com plenário lotado, o legislativo decidiu por maioria alterar uma das principais propostas do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026. A proposta previa um orçamento de cerca de R$ 85 milhões e solicitava 60% de autorização para suplementações orçamentárias — uma prática comum que garante ao Executivo maior flexibilidade na execução do orçamento ao longo do ano. No entanto, esse percentual foi drasticamente reduzido para apenas 2%, após emenda apresentada pelo vereador Carlinhos Novais (oposição).
A votação evidenciou o atual isolamento político da chefe do Executivo, que apesar de ainda contar com apoio declarado de parte dos vereadores, viu o presidente da Câmara, Tiago de Vilmar, desempatar a votação e garantir a vitória da oposição. Com o voto decisivo de Tiago, o Legislativo limitou fortemente a autonomia financeira da prefeita para 2026.
“É uma vitória da responsabilidade fiscal e do equilíbrio de poderes”, declarou Carlinhos Novais, autor da emenda. Segundo ele, os 60% propostos por Riva Bezerra dariam um cheque em branco ao Executivo para realizar remanejamentos orçamentários sem qualquer controle da Câmara.
Ao lado de Carlinhos, também votaram pela redução do percentual os vereadores Nana Martins, Lívia de Zé de Benga, Maiamy de Neguinho de Zé Arlindo e o próprio Tiago de Vilmar, presidente da Casa. Já a base governista tentou manter a proposta original, com votos de Miguel Leite, Nego do Barro Branco, Mika e Silvia Bezerra.
O placar ficou empatado em 4 a 4, e coube a Tiago de Vilmar, que nos bastidores já vinha sendo apontado como “independente” e afastado do grupo da prefeita, dar o voto de minerva.
Com a decisão, a prefeita Riva Bezerra terá que submeter à aprovação do Legislativo toda e qualquer necessidade de suplementação orçamentária acima de 2% do orçamento total — uma limitação severa que, na prática, pode dificultar a execução de obras, pagamento de contratos e resposta a emergências.
Isolamento político e dificuldades à frente
A derrota evidencia um novo cenário político na “Capital do Milho”. Riva Bezerra, que ainda tem mais três anos e meio de mandato, vê-se com minoria no Legislativo e sem capacidade de articulação eficaz. A avaliação nos bastidores é de que a prefeita “não tem jogo político”, segundo parlamentares ouvidos pela reportagem do Blog do Silva Lima, em condição de anonimato. Para muitos, o futuro da gestão dependerá da habilidade da prefeita em reconstruir pontes com o Legislativo, ou o restante de sua administração pode ser travado por uma série de entraves burocráticos e políticos.
Reações
A Prefeitura do Cedro usou suas redes sociais para se manifestar, em vídeo em um bar, com uma mesa com comidas típicas e regada a cerveja a prefeita disse “Olha o tamanho de minha preocupação… preocupação zero”. Não está claro se o comentário e os risos eram direcionados aos vereadores que votaram contra o pedido ou à população em geral.
Enquanto isso, a oposição comemora o que chama de “reestabelecimento do controle da Câmara sobre o orçamento público”.
O episódio reforça que, em Cedro, o cenário político está longe de ser estável, e os próximos capítulos da relação entre o Legislativo e o Executivo prometem ser decisivos para o andamento das políticas públicas no município.

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