PUBLICIDADE

Estudo do Governo Federal mostra potencial inexplorado de minério de ouro na região de Salgueiro e Serrita

O Governo Federal, através do Serviço Geológico do Brasil (SGB), publicou um artigo nesta terça-feira, 16, discorrendo sobre um estudo que revelou um potencial inexplorado no setor de minério de ouro na região que compreende os municípios de Salgueiro e Serrita. Leia abaixo:

Ouro no Sertão: Pernambuco revela potencial inexplorado

O sertão pernambucano, conhecido por sua paisagem árida e rica cultura, pode estar prestes a revelar um tesouro geológico de valor inestimável: o ouro. Um estudo detalhado, culminando na publicação do “Mapa de Prospectividade para Ouro do Distrito Serrita-Salgueiro” pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) em 2025, acende uma nova esperança para o setor mineral do país. Este documento, parte do ambicioso Projeto Ouro Brasil, não apenas mapeia as áreas com maior potencial aurífero, mas também oferece um guia estratégico para futuros investimentos e explorações, alinhado aos princípios de mineração segura e sustentável.

A busca por ouro é tão antiga quanto a civilização, mas no contexto atual, ela ganha novas dimensões. O metal precioso não é apenas um ativo financeiro, mas um componente crucial em tecnologias avançadas, da eletrônica à medicina. A região de Serrita-Salgueiro, em Pernambuco, sempre esteve no radar de geólogos devido à sua complexa história geológica. A Província Borborema, onde o distrito está inserido, é um mosaico de rochas antigas e estruturas tectônicas que, ao longo de milhões de anos, criaram condições ideais para a formação de depósitos minerais. O novo mapa do SGB vem consolidar esse entendimento, utilizando uma metodologia de ponta para identificar com precisão onde o ouro pode estar escondido.

O estudo baseou-se em uma integração de dados geológicos, geoquímicos e geofísicos, uma abordagem que permite “enxergar” o subsolo e inferir a presença de mineralizações. A metodologia de sobreposição de múltiplas classes, que atribui pontuações e pesos a diferentes indicadores de ouro, é o coração dessa análise. Quanto mais “sinais” de ouro uma área apresenta – como a presença de certas rochas, estruturas geológicas específicas ou anomalias químicas no solo –, maior seu potencial prospectivo. Essa inteligência geológica é fundamental para direcionar os esforços de exploração, otimizando recursos e minimizando riscos.

O modelo de prospecção de ouro em Serrita-Salgueiro é construído sobre pilares fundamentais da geologia econômica, que descrevem os processos necessários para a formação de um depósito mineral. O primeiro pilar é a Fonte de Fluidos, Metais e Ligantes. O ouro não se forma isoladamente; ele é transportado por fluidos hidrotermais que percolam as rochas. O mapa identifica que a presença de corpos graníticos, especialmente os da Suíte Serrita, é um forte indicativo dessas fontes. Anomalias gravimétricas, que revelam variações na densidade das rochas no subsolo, também são pistas importantes, sugerindo a presença de intrusões graníticas em profundidade que podem ter gerado esses fluidos ricos em ouro.

Em seguida, temos a Fonte de Energia. A formação de depósitos de ouro muitas vezes requer energia para mobilizar e concentrar os metais. No caso de Serrita-Salgueiro, os granitos da Suíte Serrita não são apenas fontes de fluidos, mas também atuam como geradores de energia, impulsionando os processos de remobilização de metais. A análise de dados geofísicos, como a segunda derivada vertical da anomalia gravimétrica, ajuda a identificar essas áreas de maior atividade energética.

Por fim, os Condutos para Migração de Fluidos são essenciais. O ouro precisa de caminhos para viajar das fontes até onde será depositado. Falhas geológicas, zonas de cisalhamento e lineamentos estruturais atuam como verdadeiras “rodovias” para esses fluidos mineralizados. O mapa destaca lineamentos magnéticos e não magnéticos profundos, bem como lineamentos gravimétricos, como as principais estruturas que podem ter canalizado o ouro das profundezas da crosta terrestre para níveis mais rasos e acessíveis à exploração. A interseção dessas estruturas é particularmente promissora, pois cria “nós” onde os fluidos podem se concentrar e depositar o ouro.

Gradientes e Litologias: onde o ouro se deposita

Além dos pilares que controlam a movimentação do ouro, o mapa também considera os Gradientes para Deposição de Minério. Estes são os locais onde as condições físico-químicas mudam, fazendo com que o ouro, antes dissolvido nos fluidos, se precipite e se concentre. Estruturas rasas, como falhas e fraturas próximas à superfície, são ambientes ideais para essa deposição. Além disso, a presença de anomalias geoquímicas – concentrações elevadas de elementos como arsênio, antimônio, prata, cádmio e chumbo em sedimentos de corrente – serve como uma “assinatura” da presença de ouro, pois esses elementos frequentemente ocorrem associados a ele.

Por fim, as Unidades Litoestratigráficas são cruciais. Nem toda rocha é igualmente hospedeira de ouro. O estudo identificou que os xistos do Complexo Salgueiro e os granitos da Suíte Serrita são as litologias mais favoráveis para abrigar as mineralizações. É nessas rochas que se encontram os veios de quartzo, as estruturas mais comuns onde o ouro filoneano (em veios) é encontrado na região. A compreensão dessas unidades geológicas permite aos exploradores focar seus esforços nas áreas com maior probabilidade de sucesso.

A robustez do modelo de prospectividade foi testada e validada com base em 37 ocorrências de ouro já conhecidas no Distrito Serrita-Salgueiro. O resultado é encorajador: 35% dessas ocorrências coincidiram com as áreas classificadas como de alto e muito alto potencial (índices de 7 a 10). Embora essas áreas representem apenas 8,5% da área total do mapa, a alta taxa de coincidência demonstra a eficácia da metodologia e a confiabilidade das previsões. Isso significa que o mapa não é apenas uma teoria, mas uma ferramenta prática que pode guiar a exploração de forma eficiente.

Entre os recursos minerais identificados, a maioria é de tipologia hidrotermal, com o ouro hospedado em veios de quartzo. As rochas encaixantes predominantes são o Xisto do Complexo Salgueiro e o Granito da Suíte Serrita. O mapa lista tanto garimpos quanto minas, incluindo depósitos ativos e inativos, além de ocorrências ainda não exploradas. Minas como Sítio Algodões / Batuta, Sítio Algodões / Proming, Sítio Gavião, Sítio Monte Alegre e Cabaceiras I são exemplos de operações ativas que reforçam o potencial da região.

O futuro dourado de Pernambuco

O “Mapa de Prospectividade para Ouro do Distrito Serrita-Salgueiro” é mais do que um documento técnico; é um convite ao investimento e à inovação no setor mineral brasileiro. Ao fornecer uma visão clara das áreas mais promissoras, o SGB não apenas facilita a prospecção, mas também promove uma mineração mais responsável e sustentável. Com a crescente demanda global por ouro e a necessidade de diversificar a economia, as descobertas em Pernambuco podem posicionar o estado e o Brasil como protagonistas no cenário da mineração aurífera, gerando riqueza, desenvolvimento e oportunidades para as comunidades locais. O sertão, antes visto apenas como fonte de desafios, revela agora um futuro que pode ser, literalmente, dourado.

Saiba mais clicando aqui.

Fonte: Serviço Geológico do Brasil

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e Instagram. Você também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9155-5555.

Leia mais

PUBLICIDADE