O Pix se estabeleceu como o método de pagamento mais comum no cotidiano dos brasileiros, aponta um novo estudo do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira (FGVCemif) da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP). Intitulado “Geografia do Pix”, o levantamento revela que indivíduos com até 29 anos são os usuários mais frequentes da ferramenta, utilizando-a mensalmente em maior escala.
Os dados de 2024 demonstram uma forte ligação entre o uso do Pix e os níveis de alfabetização nos municípios. Em áreas com maiores taxas de alfabetização, a adesão ao Pix atinge 57,10%, com um valor médio de transação mais elevado, na ordem de R$ 231,43. Contrariamente, a frequência mensal de uso é maior em municípios com menores índices de alfabetização.
O estudo observou que, embora a adesão ao Pix seja maior em municípios mais ricos e alfabetizados, o seu uso é ainda mais frequente em regiões de baixa renda. A pesquisa sugere que essa dinâmica ocorre porque usuários com maior poder aquisitivo dispõem de uma gama maior de opções de pagamento, como cartões de crédito e débito, além de transferências bancárias tradicionais.
A pesquisa também investigou a influência do programa Bolsa Família no comportamento do uso do Pix. Municípios com maior concentração de beneficiários do programa registram um número maior de transações mensais, com uma média de 33, porém com valores mais baixos, em torno de R$ 141,77. Este cenário indica que o Pix se tornou um sinônimo de conta bancária para a população de baixa renda, facilitando transações cotidianas e informais.
A análise, elaborada com base em dados do Banco Central do Brasil e do Censo Demográfico de 2022 do IBGE, focou em transações de pagamento realizadas por pessoas físicas e calculou três indicadores principais: adesão, frequência de uso e valor médio da transação.