Proposta do Partido Trabalhista integra pacote de reformas que inclui leis mais rígidas sobre doações estrangeiras a partidos; a mudança precisa ser aprovada pelo Parlamento
O Reino Unido anunciou na 5ª feira (17.jul.2025) um plano para permitir que jovens de 16 e 17 anos votem nas eleições nacionais. A proposta, apresentada pelo Partido Trabalhista, faz parte de um pacote de reformas eleitorais que inclui também o endurecimento das leis sobre doações estrangeiras a partidos políticos e a simplificação do registro de eleitores.
A medida representa a maior expansão dos direitos de voto no Reino Unido em décadas, conforme documento divulgado pelo governo do primeiro-ministro Keir Starmer. A última vez que a idade mínima para votar foi reduzida no país se deu em 1969, quando passou de 21 para 18 anos –também foi implementada por um governo trabalhista. Leia a íntegra, em inglês (PDF – 563 kB).
Segundo informações do jornal norte-americano New York Times, a Grã-Bretanha tem atualmente mais de 1,6 milhão de pessoas com 16 ou 17 anos, em uma população total de cerca de 68 milhões. O governo britânico destacou que, nessa idade, os jovens já podem deixar a escola, trabalhar, pagar impostos e ingressar nas Forças Armadas.
A vice-primeira-ministra, Angela Rayner, justificou a mudança em um documento oficial. “A confiança em declínio em nossas instituições e na própria democracia tornou-se crítica, mas é responsabilidade do governo reverter essa situação e renovar nossa democracia, assim como gerações anteriores já fizeram”. Leia a íntegra do documento (PDF – 507 kB, em inglês)
A implementação da proposta não será imediata. A alteração requer a aprovação de uma lei que precisará passar pelas 2 Casas do Parlamento britânico. O Partido Trabalhista tem ampla maioria na Câmara dos Comuns, e tradicionalmente a Câmara dos Lordes evita interferir em promessas eleitorais. A próxima eleição geral no país não é esperada até 2029, o que proporciona tempo para a implementação da mudança.
A iniciativa surge em um contexto de preocupação com a participação eleitoral. Dados mostram que o comparecimento às urnas na eleição geral de 2024 foi de 59,7%, o menor desde 2001 e 7,6 pontos percentuais abaixo do registrado na eleição anterior, em 2019.
A proposta do governo também inclui a criação de um sistema de registro de eleitores mais automatizado, reduzindo a necessidade de fornecer detalhes pessoais para acessar diferentes serviços governamentais. Além disso, ampliará a gama de documentos que os eleitores podem usar como prova de identidade, incluindo cartões de pagamento emitidos por bancos britânicos.
