O Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta um desafio persistente: as longas filas para atendimento com médicos especialistas. Para mitigar esse problema, o governo federal lançou o programa “Agora Tem Especialistas”, com o objetivo de agilizar o acesso a consultas e exames para milhões de brasileiros.
O programa surge em um contexto de dificuldades de acesso a especialistas no SUS, motivadas pela escassez de profissionais e pela demora nas filas de espera. Além disso, o governo busca consolidar sua atuação na saúde pública, visando as eleições de 2026. A necessidade de um maior protagonismo na área da saúde motivou a substituição da ministra da Saúde em março de 2025.
Um dos pilares do “Agora Tem Especialistas” é a utilização da infraestrutura de hospitais privados e filantrópicos para ampliar a oferta de atendimentos no SUS. Isso será feito através da expansão das possibilidades de contratação dessas instituições por estados e municípios, bem como da conversão de dívidas em créditos. Segundo o Ministério da Fazenda, as instituições de saúde acumulam R$ 34 bilhões em dívidas com a União. O programa também prevê uma tabela de remuneração de procedimentos que pode ser até duas vezes superior à Tabela SUS convencional.
O “Agora Tem Especialistas” concentra seus esforços em seis especialidades com alta demanda: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Serão realizados mutirões para aumentar o número de atendimentos, e haverá uma articulação com a residência médica para expandir o número de profissionais especializados, com a criação de mais de 3 mil novas bolsas de residência médica e 500 vagas para especialistas.
Para monitorar o progresso do programa, o ministério implementou mecanismos de controle e gestão. Um deles é um painel de acompanhamento com indicadores como o tempo médio de espera para consultas, procedimentos e exames. Uma comissão acompanhará a implementação do programa, e os usuários poderão avaliar os serviços através do aplicativo “Meu SUS Digital”.