O campo da medicina vive um momento de otimismo impulsionado por avanços científicos que desafiam barreiras antes consideradas intransponíveis. Estudantes de medicina que ingressam na área hoje se depararão com conceitos e terminologias que ainda não existem, tamanha a velocidade da evolução. A inteligência artificial (IA), com sua capacidade de processamento de dados e algoritmos, tem se integrado à prática médica em diversas frentes, desde a pesquisa clínica e produção científica até o auxílio na tomada de decisões diárias.
É comum que pacientes busquem informações sobre suas condições de saúde antes mesmo de procurar atendimento médico, utilizando as ferramentas digitais disponíveis. No entanto, a IA não substituirá o médico, mas sim o profissional que não souber utilizá-la. Da mesma forma, o médico que se limitar ao uso da IA corre o risco de se distanciar da essência da medicina: a compreensão do ser humano, e não apenas da doença.
Aspectos cruciais para o sucesso do tratamento, como medos, inseguranças, dificuldades financeiras, compreensão limitada sobre a condição e falta de suporte familiar, muitas vezes não são captados por computadores, mas exercem um impacto significativo no prognóstico do paciente.
Durante o congresso da American Society of Clinical Oncology de 2025, realizado anualmente em Chicago, que reúne mais de 50 mil profissionais, um dos temas centrais de debate foi o paradoxo entre celebrar tratamentos sofisticados e o fato de que seus custos são proibitivos para grande parte da população mundial.
A verdadeira solução envolve a democratização do acesso ao avanço médico, garantindo que o paciente certo receba o tratamento adequado, independentemente de possuir plano de saúde ou não. Depoimentos emocionados de pacientes não ressaltam apenas a tecnologia utilizada, mas a atenção e o cuidado recebidos, a certeza de que não seriam abandonados e o empenho dos profissionais em usar seus conhecimentos para ajudá-los.
É fundamental priorizar a humanização na relação com pacientes e familiares. O fascínio pelo mundo tecnológico pode levar à negligência do acolhimento que as pessoas necessitam.