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Remédios em Supermercados: Impacto Limitado, Aponta Análise

A possível liberação da venda de medicamentos em supermercados, através de um Projeto de Lei em discussão no Senado Federal, pode ter um impacto limitado no setor, segundo uma análise. Apesar de acaloradas discussões entre varejistas e farmacêuticos, o projeto, que visa permitir a instalação de farmácias completas em supermercados, ainda não encontrou consenso.

A análise aponta que a medida não deve gerar um aumento significativo na presença farmacêutica, nem grande adesão por parte de supermercados menores. A proposta permitiria que supermercados instalassem farmácias, seja com marcas próprias ou em parceria com redes existentes. Atualmente, 23% das drogarias já operam dentro de supermercados e 21% dos supermercados filiados à Abras já possuem farmácias.

A implementação de uma farmácia completa exigiria um investimento considerável, estimado entre R$1,5 milhão e R$2 milhões por unidade. Esse alto custo restringiria a adesão principalmente às grandes redes varejistas. Cálculos indicam que, mesmo que 80% das lojas das 30 maiores redes de supermercados implementassem farmácias, a capacidade total das drogarias aumentaria apenas 3,7%. Para as drogarias que já operam nesses estabelecimentos, a mudança representaria apenas um reposicionamento.

Especialistas avaliam que a aprovação do projeto pode levar a mudanças graduais no varejo farmacêutico, com efeitos restritos nos dois setores. A exigência de farmácias com serviços completos torna a adesão improvável para supermercados menores, enquanto a parceria com redes existentes, embora reduza custos, aumenta desafios de coordenação. Requisitos de infraestrutura, logística para produtos refrigerados e disponibilidade de farmacêuticos também são apontados como restrições.

Apesar do impacto limitado no setor supermercadista, o projeto é defendido por entidades da área, impulsionado pelos números do mercado de farmácias. O varejo farmacêutico no Brasil registrou um crescimento de 11% em 2024, alcançando R$ 158,4 bilhões em vendas.

Enquanto isso, a produtividade média dos seis maiores grupos de supermercados foi de R$42 mil por metro quadrado em 2024. Redes de farmácias, por sua vez, apresentaram produtividade de cerca de R$68 mil por metro quadrado, indicando uma diferença significativa que pode atrair supermercados a investir no setor farmacêutico.

Desde o início das discussões, representantes do setor farmacêutico têm se posicionado contrariamente à proposta, expressando preocupações com a falta de clareza sobre o espaço destinado às farmácias e os critérios de armazenagem e rastreabilidade de medicamentos, essenciais para a segurança do consumidor.

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