O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão, unânime, encerra o período de elevações consecutivas que vinha desde setembro do ano anterior.
Apesar da interrupção no ciclo de alta, o Banco Central indicou que a taxa de juros deve se manter nesse patamar elevado por um período prolongado.
A manutenção da taxa foi justificada pelo Banco Central com base em fatores tanto externos quanto internos. No cenário externo, a autoridade monetária apontou um ambiente global mais adverso e incerto, devido aos efeitos da sobretaxa de 50% anunciada pelos Estados Unidos. No âmbito interno, o Copom ressaltou que as expectativas de inflação permanecem acima da meta estabelecida, e o mercado de trabalho continua aquecido, o que pode exercer pressão sobre os preços.
Analistas do mercado financeiro interpretaram o comunicado como um indicativo de que não haverá cortes na taxa de juros em breve. Economistas de instituições financeiras preveem que a Selic permanecerá em 15% pelo menos até o final do primeiro trimestre de 2026.
Para um economista-chefe, a decisão do Copom teve como objetivo conter o otimismo do mercado, que já previa reduções nas taxas de juros para o final deste ano ou início do próximo.
O Copom sinalizou que, na próxima reunião, em setembro, a tendência é de nova manutenção da taxa, mas alertou que poderá retomar o ciclo de ajuste caso a inflação não apresente o recuo esperado.

