O jornalista da Al Jazeera, Anas al-Sharif, de 28 anos, morreu em Gaza, durante ataque israelense direcionado a uma tenda que abrigava profissionais da imprensa. Além dele, segundo o veículo de comunicação, outros quatro colegas, jornalistas da empresa, também morreram após o ocorrido.
Em comunicado, o Exército de Israel confirmou que matou Al-Sharif, e o acusou de liderar uma célula do Hamas e “lançar ataques com foguetes contra civis israelenses e tropas”. Os outros mortos foram: o correspondente da Al Jazeera, Mohammed Qreiqeh, e os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa.
Pouco antes de ser morto, Al-Sharif compartilhou um vídeo no X e informou que Israel havia lançado bombardeios intensos e concentrados nas partes leste e sul de Gaza. Confira:
قصف لا يتوقف…
منذ ساعتين والعدوان الإسرائيلي يشتد على مدينة غزة. pic.twitter.com/yW8PesTkFT— أنس الشريف Anas Al-Sharif (@AnasAlSharif0) August 10, 2025
O jornalista deixou, também, uma carta escrita em 6 de abril para ser publicada nas redes sociais, caso ele morresse. Em determinado trecho, ele lamenta deixar a família e afirma que “viveu a dor em todos os seus detalhes” e “experimentou a dor e a perda repetidamente”.
“Apesar disso, nunca hesitei em transmitir a verdade como ela é, sem distorção ou deturpação, esperando que Deus testemunhasse aqueles que permaneceram em silêncio, aqueles que aceitaram nossa matança e aqueles que sufocaram nossas próprias respirações”, disse ele.
Israel diz que jornalista era terrorista
O exército israelense alega que Anas al-Sharif se passava por jornalista, mas que, na verdade, era “chefe de uma célula da organização terrorista Hamas”. Segundo Israel, existem documentos que confirmavam o envolvimento do jornalista em atividades terroristas.
“Os documentos incluem listas de pessoal, listas de cursos de treinamento terrorista, listas telefônicas e comprovantes de salário do terrorista, e fornecem provas inequívocas de que ele serve como terrorista militar do Hamas na Faixa de Gaza. Os documentos também comprovam a integração do terrorista do Hamas à rede Al Jazeera do Catar”, informou o exército em nota.