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Corpo de porteiro é retirado dos escombros de condomínio no ES

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O corpo do porteiro Dejair das Neves, de 47 anos, que ficou desaparecido após o desabamento condomínio de luxo Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, em Vitória, foi retirado dos escombros durante a madrugada desta quarta-feira (20), segundo informou o Hora 1.

Porteiro Dejair, desaparecido em escombros em condomínio (Foto: Arquivo Pessoal)

Porteiro Dejair, desaparecido em escombros em condomínio (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo a equipe dos Bombeiros, o corpo estava em um local de difícil acesso, embaixo de uma laje coberta por uma camada grossa de concreto preenchida por uma malha de ferragens.

As torres do condomínio de luxo Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, em Vitória, foram esvaziadas após toda a área de lazer desabar, na manhã desta terça-feira (19). Quatro pessoas ficaram feridas e o porteiro ficou desaparecido por quase 15 horas. O desabamento aconteceu por volta de 3h.

De acordo com o major, o corpo de Dejair foi localizado pela equipe de bombeiros, já sem vida, por volta das 17h30. A notícia da morte foi dada para a família e, em seguida, para a imprensa.

FOTOS: drone mostra a dimensão do desabamento no condomínio.

Família tinha esperanças
Durante o trabalho de resgate dos bombeiros, o irmão de Dejair, Jurandir das Neves, contou que o porteiro trabalhava no condomínio há três anos. Ele atuava no turno da noite, em dias alternados.

Pela manhã, ele disse que a família tinha esperanças de encontrá-lo vivo. “Estamos com esperança. Se Deus quiser, vai ser encontrado com vida. Estamos vendo falar Dejair, mas não falaram sobrenome, aí não sabíamos quem era. O susto mesmo foi quando chegamos aqui e vimos tudo desabado, tudo destruído. Ainda não caiu a ficha”, disse nesta manhã.

O porteiro morava no bairro São Pedro, em Vitória, com a mulher há seis meses e tem três filhos

Condomínio
O condomínio tem três edifícios, cada um com 29 andares. Ao todo, são 166 apartamentos. A suspeita é de que tenha acontecido uma explosão de gás.

Imagens de drone mostram a destruição na área onde tinha piscinas, duas portarias, salões de festas e uma academia. O teto da garagem subterrânea cedeu e toda a estrutura caiu sobre os carros.

Vítimas
– Dejair das Neves, porteiro: foi encontrado morto e o corpo retirado

– Fernando Marques, síndico: quebrou o fêmur, uma costela e sofreu cortes no rosto. Está em um hospital particular de Vitória.

– Alan, funcionário do condomínio: teve ferimentos sem gravidade. Foi transferido do Hospital São Lucas para um hospital particular.

– Braz, funcionário do condomínio – teve ferimentos sem gravidade. Estava no Hospital São Lucas e teve alta nesta tarde.

– André, funcionário do condomínio: teve ferimentos leves e não quis ser atendido pelas equipes de socorro.

Linha do tempo do desabamento
– Por volta das 2h, funcionários escutaram estalos no prédio e chamaram o síndico, que desceu para ver o que acontecia no local.

Desabamento em prédio aconteceu na madrugada desta terça-feira (19), em Vitória (Foto: Reprodução/ Whatsapp)

Desabamento em prédio aconteceu na madrugada desta terça-feira (19), em Vitória (Foto: Reprodução/ Whatsapp)

– Em seguida, toda a estrutura da área de lazer desabou. O síndico e dois funcionários ficaram feridos, mas conseguiram sair da área sozinhos.

– Eles chamaram o Corpo de Bombeiros, porque outras duas pessoas continuavam nos escombros. Os bombeiros conseguiram socorrer o quarto ferido. A quinta vítima, identificada como sendo o porteiro Dejair, continua desaparecida.

– Cães farejadores começaram a ajudar nas buscas pelo porteiro. Eles buscaram em toda a área próxima à guarita onde a vítima ficava, mas não conseguiram encontrá-la.

– Uma outra equipe de bombeiros começou a retirar os moradores dos 166 apartamentos do Residencial Grand Parc. 

Prédio desabou em Vitória (Foto: Victoria Varejão/ G1)

Prédio desabou em Vitória (Foto: Victoria Varejão/ G1)

– A Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, onde fica o prédio, teve o trecho em frente à Praça do Papa interditado completamente, no sentido Praia do Canto – Centro. O sentido contrário foi interditado parcialmente.

– Horas depois, às 6h, a movimentação continuava intensa no local. Os moradores aguardavam informações para a retirada dos pertences que ficaram nos apartamentos.

– Por volta das 8h20, os últimos moradores deixaram o condomínio. Um casal de idosos estava dormindo e não havia percebido o desabamento.

– Às 9h30, a irmã do porteiro desaparecido chegou ao local. Ela estava dentro do carro do Corpo de Bombeiros, aguardando mais informações sobre a busca do irmão e não quis falar com a imprensa.

– Por volta das 9h40, a moradora Alzira Araújo, esposa do pastor Oliveira de Araújo, disse ao G1 que os moradores se reuniram em um hotel ao lado do condomínio para falar de segurança. Ela contou também que desceu 19 andares de escada, com o marido que fez um transplante de pulmão, em 2008. 

– Às 9h50, a Prefeitura de Vitória explicou que a Comissão Permanente de Vistoria da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade foi acionada para avaliar as causas do acidente.

– Às 9h54, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espirito Santo disse que os documentos da obra estão todos corretos.

– Às 10h05, o secretário de Segurança André Garcia falou que as primeiras intervenções foram feitas no local e que engenheiros da Defesa Civil, prefeitura, governo do estado e Crea estão avaliando as estruturas do condomínio.

– Às 10h40, a construtora Cyrella, responsável pelo Grand Parc, disse que a empresa Incortel Incorporações e Construções Ltda, que realizou a obra, está colaborando com as autoridades locais para apurar as causas do desabamento.

– Às 11h20, os bombeiros liberaram a entrada de dois moradores por vez para retirarem os pertences. A decisão veio após uma avaliação da estrutura das torres. Eles ainda não podem ficar no local.

– Às 13h15, o major Ferrari do Corpo de Bombeiros disse que o equipamento de videomonitoramento foi encontrado. As imagens vão identificar onde o porteiro estava no momento do desabamento.

– Por volta das 14h, a esposa do porteiro desaparecido no escombros chegou ao condomínio. Adeliane Araújo, de 51 anos, disse que, em casa, não se tocou que o desastre que passava na TV mostrava o prédio em que o marido trabalha. “Foi um vizinho que veio me falar. Ele (o porteiro) é uma pessoa alegre e temos o pensamento positivo para encontrá-lo. Ele amava o que fazia”, disse.

– Às 14h35, os familiares do porteiro se uniram na lateral do condomínio e tentaram entrar no prédio. Eles foram impedidos pelos bombeiros. A irmã do porteiro Luzineia das Neves passou mal e foi socorrida pelo Samu.

– Às 15h15, o Corpo de Bombeiros informou que as imagens mostram onde o porteiro estava na hora do desabamento. Dejair foi filmado na garagem que fica abaixo da área de lazer. A câmera parou de filmar quando houve o colapso.

– O Major Ferrari foi questionado sobre a expectativa de encontrar o porteiro vivo e ele disse que não sabe dizer. “Na guarita onde ele trabalha, nada aconteceu”, disse. A vítima ainda não foi encontrada.

– O Major Ferrari disse que não há previsão para os moradores retornarem para casa.

– Por volta das 16h50, o superintendente de polícia especializada Josemar Sperandio disse que a perícia já foi iniciada e que foram recolhidos os croquis, plantas e históricos de construção da obra para então ouvir os envolvidos.

– Às 17h30, o porteiro foi encontrado morto.

– Às 21h37 os bombeiros ainda trabalhavam na tentativa de remoção do corpo, que está em um local de difícil acesso.

– Por volta das 5h desta quarta-feira (20) o corpo do porteiro foi retirado.

Órgãos

A Defesa Civil acredita que um colapso na estrutura da piscina tenha causado o desabamento da área de lazer.

A Secrertaria Estadual de Segurança (Sesp) disse que a perícia já começou e deve ficar pronta em 30 dias. O caso vai ser investigado pela Polícia Civil.

A Prefeitura de Vitória informou que o condomínio foi aprovado em 2007 e que a responsabilidade pelas condições de segurança é do profissional técnico que assina o projeto.

A construtora Cyrela não disse se presta assistência às vítimas. Parte dos moradores vai passar a noite na casa de parentes e outra, em um hotél da região.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES) disse que o condomínio estava com a documentação correta.

 

(Do G1 SP)

Brasil

Caixa libera até R$ 6.220 do Saque Calamidade do FGTS

Os valores começaram a ser liberados nesta quarta-feira (15) e podem chegar a R$ 6.220, caso haja saldo na conta.

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A Caixa Econômica Federal está pagando o Saque Calamidade do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a moradores do Rio Grande do Sul das cidades atingidas pelas chuvas que estão em estado de calamidade pública.

Os valores começaram a ser liberados nesta quarta-feira (15) e podem chegar a R$ 6.220, caso haja saldo na conta. O saque pode ser feito por meio do aplicativo FGTS e, em alguns municípios, há a dispensa de documentação para o saque.

A nova regra vale para moradores de cidades com até 50 mil habitantes, conforme decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, publicado no Diário Oficial da União deste quinta-feira (16).

O decreto diz que o titular da conta que não possuir meios de comprovação do endereço residencial poderá apresentar uma declaração emitida pelo governo municipal ou distrital, ou uma declaração própria de que mora na cidade.

Caberá à Caixa fazer os cruzamentos dos dados e confirmar se a informação é verdadeira ou não. Por enquanto, o banco público tem cinco dias para publicar uma normativa com as regras para essa dispensa de documentação. Os dados deverão ser cruzados com outros cadastros federais.

De acordo com a Caixa, trabalhadores de 42 cidades já podem fazer a solicitação. Há data-limite para esse pedido. Em algumas localidades, o limite é 3 de agosto e, em outras, o dia 6 do mesmo mês.

O banco informa ainda que o município de Eldorado do Sul ainda está com o pagamento ativo até 6 de junho do FGTS referente à enchente ocorrida no final de 2023, e teve novo pagamento habilitado.

A lista dos municípios atingidos nos quais os cidadãos podem realizar o saque está disponível no link. O valor do saque será o saldo que se encontra disponível na conta do FGTS, com limite de até R$ 6.220.

VEJA O PASSO A PASSO PARA SOLICITAR O SAQUE CALAMIDADE DO FGTS

  • Acesse ou baixe o aplicativo FGTS no seu celular;
  • Informe CPF e senha; caso necessário, o banco irá enviar um código ao email cadastrado: insira este código;
  • Na página inicial do app, clique em “Solicite seu saque 100% digital”;
  • Em seguida, vá em “Calamidade pública”;
  • Na próxima página, o aplicativo diz que irá verificar algumas informações antes de continuar, clique em “Entendi” e, depois, em “Continuar”;
  • Será necessário informar o município onde mora; escreva o nome onde se lê “Informe o nome do seu município”;
  • Após informar o município, vá em “Continuar”;
  • O app irá solicitar o endereço e uma comprovação de que mora no local;
  • Caso não tenha, será necessário enviar a declaração da prefeitura.

O QUE É SAQUE CALAMIDADE E QUEM TEM DIREITO?

O Saque Calamidade do FGTS é permitido para trabalhadores que se encontram em situação de necessidade pessoal, grave e urgente por causa de um desastre natural que tenha atingido a área da residência.

Só é possível ter acesso ao valor caso tenha sido decretado emergência ou o estado de calamidade pública pelo governo do Distrito Federal, do estado ou município e publicado em diário oficial em um prazo não superior de 30 dias no primeiro dia útil seguinte ao de ocorrência do desastre.

QUAIS AS REGRAS PARA RECEBER O SAQUE CALAMIDADE

Para ter acesso aos valores, é necessário que o trabalhador possua saldo na conta do FGTS. Além disso, segundo o decreto 12.016, de 7 de maio de 2024, não há mais prazo mínimo de 12 meses entre o último e o novo saque na modalidade Calamidade para quem mora no Sul.

A solicitação é realizada pelo aplicativo FGTS no celular, sem a necessidade de comparecer a uma agência. Ao fazer esse pedido, é possível indicar uma conta da Caixa para receber os valores, incluindo a poupança social digital pelo Caixa Tem, ou de outra instituição financeira para receber os valores, sem nenhum custo.

QUEM TEM DIREITO AO FGTS?

  • Trabalhadores empregados pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) a partir de 5 de outubro de 1988. Antes disso, era facultativo;
  • Trabalhadores domésticos a partir de 1º de outubro de 2015. Antes, o empregador não era obrigado a recolher;
  • Trabalhadores rurais;
  • Trabalhadores temporários (contratados urbanos por um prazo determinado);
  • Trabalhadores intermitentes (contratados por um período, ficam sem contrato por um prazo e são contratados por um novo período, como é o caso de vigilantes de shows; podem ter vínculos com várias empresas simultaneamente);
  • Trabalhadores avulsos (presta serviços sem vínculo empregatício e com a intermediação de um sindicato; um exemplo são os portuários);
  • Safreiros (operários rurais que trabalham apenas no período de colheita);
  • Atletas profissionais (como jogadores de futebol, vôlei, basquete etc);
  • Diretores não empregados que podem ser equiparados aos outros trabalhadores;
  • Trabalhadores informais ou autônomos que atuam como pessoa jurídica não têm direito ao FGTS, assim como MEIs (Microempreendedores Individuais).

COMO FUNCIONA O PAGAMENTO DO FGTS?

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço foi criado em 1966 como uma poupança para proteger o trabalhador em caso de demissão, doença ou na aposentadoria. Na época, foi uma alternativa ao fim da estabilidade dos profissionais formais.

O fundo é composto por um depósito de 8% mensal sobre o salário do trabalhador, feito pela empresa a quem é contratado pelo regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

A lei também permite que os recursos sejam utilizados para habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana. A Caixa ainda utiliza os valores em operações de microcrédito.

Há 16 situações em que é possível sacar o dinheiro do Fundo de Garantia.

Foto Shutterstock

Por Folhapress

           

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Casal abandona criança de 8 anos em beira de estrada no Ceará

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Um menino de 8 anos foi abandonado à beira da estrada da cidade Trairi, no Ceará, na noite de terça-feira (14/5), por um casal que estava em um carro preto. A imagem de uma câmera de segurança mostra a criança sozinha com uma mochila e uma sacola. Na sequência, o casal retorna para pegar o menino.

Segundo testemunhas, essa foi a segunda vez que o casal tenta abandonar a criança. Na primeira tentativa, eles teriam largado o menino em frente a uma escola técnica, porém, o vigilante da instituição, presenciando a situação, fez com que o casal voltasse para pegar a criança.

No mesmo dia que tentaram largar o menino na escola, eles haviam tentado deixá-lo em uma rotatória, mas ao observarem que moradores estavam gravando a cena, retornaram para buscar a criança.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, as Forças de Segurança do Ceará já realizaram a identificação dos suspeitos de tentativa de abandono de incapaz. A Polícia Militar e a Polícia Civil foram acionadas no momento em que o casal deixou o menino.

O Conselho Tutelar de Trairi e a Delegacia Metropolitana de Trairi estão investigando o caso de tentativa de abandono de incapaz.

Um assistente social foi enviado à residência da família e atestou que a criança passa bem, mas será encaminhada a um órgão de proteção de menores.

Fonte: Metropoles

           

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Parte da tragédia no Rio Grande do Sul foi causada por ação humana

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O professor Roberto Reis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), disse, nessa quarta-feira (15), que parte da tragédia que atingiu 446 municípios gaúchos foi causada pela ação do homem, que construiu em locais onde não deveria construir, em áreas de alagamento, e não fez as manutenções corretas nos diques de contenção e nas barreiras anti-alagamento. Acrescentou que essas obras, feitas nos anos 1970, nunca receberam manutenção adequada. “A culpa da enchente é do planeta. Mas a culpa da tragédia é dos administradores do estado e das cidades”.

Em entrevista à Agência Brasil, Reis afirmou que Porto Alegre é área de várzea, de confluência de rios na beira do Lago Guaíba, que alaga sempre que tem enchente. “É natural. A gente é que não deveria ter construído na área que alaga periodicamente”.

Segundo o professor, a cada dois ou três anos há alagamentos em Porto Alegre só que, desta vez, foi extremamente severo. “Nunca foi tão alto”. Ele explicou que não há como evitar que haja cheias no Guaíba. “Mas que haja enchente, há como evitar, fazendo bem feito os diques de contenção e tudo o mais”. A manutenção ou reconstrução dos diques e barragens nos rios do estado é a saída apontada pelo professor da PUCRS para evitar que novas tragédias voltem a ocorrer.

Reis lembrou que em setembro do ano passado, o estado enfrentou grande enchente. “Aí se viu que as comportas e parte dos diques não estavam funcionando. Era hora de ter arrumado. Foi uma mega-enchente. A grande veio agora. Deveríamos ter arrumado tudo de setembro para cá. Espero que desta vez aprendam, porque o custo está sendo muito alto”.

Na avaliação de Roberto Reis, chuva em excesso, causada por mudança climática, é fenômeno natural. “A cada tempo, há chuvas extremas que causam enchentes”, completou. Desta vez, contudo, ocorreu no estado a enchente mais forte de toda a história, que ele atribui, em parte, à mudança climática causada pelo excesso de gás carbônico na atmosfera. “Essa é a parte natural do evento”. O resto, para ele, é ação do homem.

Volume de chuvas

De acordo com o professor Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o que está provocando a grande cheia no Lago Guaíba é, basicamente, um volume muito grande de chuvas que cai na bacia do Guaíba desde o final de abril e início de maio. Essa precipitação atingiu níveis recordes, registrando, em alguns locais, até 800 milímetros.

O professor Paiva explicou à Agência Brasil que, no primeiro momento, houve cheias bem rápidas nos rios da serra, onde existem vales mais encaixados em que os volumes de água correm rapidamente e os rios se elevam com rapidez e grande amplitude. “Há casos de 20 metros de elevação em menos de um dia. Isso causou muita destruição, por exemplo, no Vale do Taquari, de novo”. Essa região sofreu grandes enchentes em setembro de 2023.

Rodrigo Paiva acrescentou que esse volume de água chega depois à região de planície, onde se espalha pelas várzeas e escoa mais lentamente. “Por isso, demora alguns dias entre a chuva na bacia hidrográfica e todo esse escoamento chegar a Porto Alegre, ao Lago Guaíba”. Desde o dia 5 de maio, observou-se um nível muito elevado do rio, atingindo recorde de 5,3 metros.

Além do corpo d’água bem grande do Lago Guaíba, tem a Laguna dos Patos, destacou o professor da UFRGS. Pelo fato de esses corpos d’água terem área superficial grande, eles estão sujeitos aos ventos. “Quando a gente tem um vento sul, isso ainda pode promover um represamento dessa água e uma elevação da ordem de 20 centímetros, ou até mais, se o vento for muito forte. Isso também ajuda um pouco na cheia do Lago Guaíba, embora o fator principal seja o grande volume das chuvas”.

Duração

Outra característica do evento é a duração, disse Rodrigo Paiva. A longa duração para baixar o nível do lago é associada à dificuldade de a água escoar nesses rios de planície, o Jacuí especialmente. “A água fica muito parada naquelas várzeas”. O professor do IPH comentou que, por outro lado, é interessante porque, se não houvesse as várzeas, o volume de água que vem das montanhas chegaria muito mais rapidamente à Grande Porto Alegre e, talvez com mais força e mais amplitude. “Se não houvesse essas várzeas, que já atuam como um reservatório natural que atenua as cheias, talvez o nível da água tivesse subido em Porto Alegre muito mais e mais rápido também”.

As consequências seriam também piores, admitiu o professor. Porque a região metropolitana de Porto Alegre está em área muito baixa, afetando cidades como Eldorado e Canoas. “As consequências seriam maiores. A inundação é grande, a profundidade, em alguns locais, atinge um metro ou dois metros, mas não há tanta velocidade da água. Já no vale, no Rio Taquari, como a profundidade é maior e é mais inclinado, a ação da água é mais destrutiva, capaz de destruir residências, arrastar coisas”, salientou Paiva.

Fonte: Agência Brasil

 

           

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