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Polícia corrige informação sobre arma e distintivo de Paulo Bilynskyj

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo corrigiu uma informação equivocada que havia passado ao Metrópoles, na última sexta-feira (8/8), sobre a retirada da arma funcional e do distintivo do delegado Paulo Bilynskyj, que é deputado federal pelo PL desde 2023.

Nesta segunda-feira (11/8), o Metrópoles mostrou que a Delegacia Geral da Polícia Civil recomendou a demissão de Bilynskyj em junho de 2022, por causa de uma série de irregularidades cometidas na função de delegado.

Na última sexta, por meio de nota (veja nas imagens abaixo) enviada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o deputado bolsonarista responde a três procedimentos administrativos e, desde 5 de outubro de 2022, está sem arma funcional e distintivo”.

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E-mail enviado pela SSP ao Metrópoles em 8 de agosto afirmava que que o deputado Paulo Bilynkyj (PL-SP) estava sem arma funcional e distintivo desde outubro de 2022

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E-mail enviado pela SSP ao Metrópoles corrigindo informação sobre arma funcional e distintivo do deputado Paulo Bilynkyj (PL-SP)

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Pedido de demissão do delegado Paulo Bilynkyj, feito em 2022

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Delgado licenciado é da chamada “bancada da bala”

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Político acumula expedientes disciplinares na Polícia Civil

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Quando estagiava como delegado, Paulo Bilynskyj já foi alvo de expediente disciplinar

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Político agrediu repórter

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Pedido de demissão está em aberto

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Policial foi eleito deputado federal pelo PL

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Deputado é conhecido por comportamento truculento

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Nesta segunda, Bilynskyj, que não havia respondido ao Metrópoles afirmando que havia passado por um procedimento médico, usou suas redes sociais para rebater a informação sobre a retirada da arma e do distintivo, exibindo ambos em um vídeo.

Ao ser questionado novamente pela reportagem, depois da manifestação do parlamentar, a Corregedoria voltou atrás e corrigou a informação contestado pelo delegado afastado.

Em uma nova nota enviada ao Metrópoles na noite desta segunda, a SSP afirma que Bilynskyj “teve sua arma funcional e distintivo devolvidos em 5 de outubro de 2022”, mesma data em que os dois itens havia sido retirados dele, segundo a nota de sexta-feira.

Pedido de demissão

No caso de Bilynskyj, por ser delegado, somente o governador poderia assinar o pedido feito pela Delegacia Geral. Quando a demissão foi recomendada, em junho de 2022, o governo do estado estava sob a gestão de Rodrigo Garcia (sem partido), que não a efetivou até o fim de seu mandato, em dezembro daquele ano. Agora, caberia ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) assinar a demissão.

O caso mais destacado no pedido de demissão de Paulo Bilynskyj foi o compartilhamento em seu Instagram de uma propaganda divulgando uma escola de concursos na qual ele dá aulas.

No conteúdo, homens negros conduzem uma mulher para um quarto, insinuando o abuso sexual da vítima. “O concurseiro estuda com material pouco profundo, sem clareza, não faz questões da banca; ou seja, sem retaguarda de conhecimento que aguente a profundidade com que a banca introduz os conteúdos e diversas posições doutrinárias! E aí…a situação fica preta!”, foi escrito na postagem.

Ao se deparar com a divulgação, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) requisitou a instauração de um inquérito policial para investigar o caso como apologia ao estupro e racismo. A apuração resultou em processo contra o policial licenciado e dois representantes da escola de concursos, que fecharam um acordo de não persecução penal — já cumprido — para responderem pelo crime.

Acusando ex-namorada que se matou

Durante o processo, ao qual a reportagem teve acesso, o policial responsabilizou a namorada pelo compartilhamento do conteúdo de apologia ao estupro e racismo no Instagram dele, que tinha  500 mil seguidores e, atualmente, conta com 1,3 milhão.

Na ocasião, a modelo Priscila Barros, de 27 anos, já estava morta. Em 20 de maio de 2020, ela atirou seis vezes contra o delegado, com quem namorava havia poucos meses, e, em seguida, teria se suicidado. A tentativa de homicídio, seguida de suicídio, foi concluída judicialmente em julho de 2022.

Paulo Bilynskyj, porém, contou três versões sobre a suposta culpa da então namorada. Ele também a chamou de noiva em um dos depoimentos. Nas três narrativas, o policial afirmou que a modelo era quem cuidava das postagens do Instagram dele.

“Inexiste qualquer indício de que [isso] seja crível. Estranha a circunstância de nenhum depoimento ter sido colhido neste sentido. Nenhum professor, colega de profissão, familiar, amigo, aluno, ninguém sabia que Priscila Delgado era responsável pelas redes sociais do noivo?”, diz trecho do documento que solicita a demissão de Paulo Bilynskyj.

Após a “repercussão negativa” do conteúdo racista e de apologia ao estupro, a postagem foi tirada do ar. “Não tivesse ela [postagem] ecoado negativamente, por certo a teria mantido sem qualquer peso na consciência”, segue o documento, assinado pelo conselheiro relator, delegado Luís Storni.

“Diversos problemas e transtornos”

Paulo Bilynskyj iniciou sua carreira na Polícia Civil em 2012. Desde então, “já causou diversos problemas e transtornos, inclusive, durante o estágio probatório”, diz trecho do pedido de demissão.

No documento é assinalado que ele ainda respondeu a mais de 12 expedientes disciplinares, pelos quais foi punido com “reprimendas de advertência e suspensão”.

Entre 2013 e 2014, quando ainda estava no estágio probatório, o policial foi punido disciplinarmente por “demora na conclusão e encaminhamento de procedimento ao Fórum”, “elaboração de termo circunstanciado em fato atípico” e “manobra brusca na condução de viatura policial e posterior colisão em veículo particular”.

O último caso, do acidente, resultou no pedido de “não confirmação na carreira”, feito pela Divisão de Informações Funcionais. “Se isso tivesse sido aceito, a Instituição não teria sofrido os graves dissabores partindo deste policial.”

Suposta farsa

O delegado licenciado ainda respondeu a um processo de falsidade ideológica, que resultou em 90 dias de afastamento de suas funções.

Ele e quatro policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público por terem “distorcido a realidade dos fatos” para livrar Paulo Bilynskyj da responsabilidade pelo conserto de uma viatura que bateu contra um carro.

Os cinco acusados teriam providenciado a prisão em flagrante, por tráfico de drogas e tentativa de homicídio, do condutor do carro atingido pela viatura.

Todos acabaram inocentados, por falta de provas, em janeiro de 2016. O MPSP entrou com um recurso, reforçando a culpa dos PMs e do delegado, mas sem sucesso.

Fonte: Metropole

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