O setor de planos de saúde no Brasil apresentou um crescimento expressivo no primeiro semestre de 2025. Dados econômico-financeiros das operadoras, divulgados nesta terça-feira, revelam um lucro líquido acumulado de R$ 12,9 bilhões, representando um salto de 131,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Este resultado semestral já supera o lucro total de R$ 10,2 bilhões registrado ao longo de todo o ano de 2024, impulsionado principalmente pelas grandes operadoras do setor. As operadoras médico-hospitalares, que representam o principal segmento, alcançaram um lucro líquido de R$ 12,4 bilhões. O resultado operacional dessas empresas atingiu R$ 6,3 bilhões, um aumento de 157% em relação ao primeiro semestre do ano anterior.
Apesar do panorama geral positivo, as operadoras de autogestão enfrentam dificuldades. No primeiro semestre de 2025, acumularam um prejuízo de R$ 1,2 bilhão, um aumento de 10,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O resultado operacional total do setor, de R$ 6,8 bilhões, indica que a maioria das operadoras consegue cobrir suas despesas com assistência, administração e vendas apenas com a receita das mensalidades, sem depender de ganhos financeiros adicionais. No entanto, o lucro permanece concentrado em um número limitado de grandes empresas, que respondem por 41% do total, enquanto autogestões e operadoras menores ainda dependem do resultado financeiro para equilibrar suas contas.
A sinistralidade no primeiro semestre ficou em 81,1%, ligeiramente abaixo dos 83,3% registrados no mesmo período de 2024. O setor aponta que a adoção de novas tecnologias contribuiu para o aumento do custo médio dos serviços. Adicionalmente, somente no segundo trimestre de 2025, as despesas judiciais alcançaram R$ 4 bilhões, com R$ 2,1 bilhões referentes a procedimentos de cobertura obrigatória.
Contudo, mais de 40% das operadoras médico-hospitalares registraram resultados operacionais negativos, afetando principalmente pequenas e médias empresas que atuam fora dos grandes centros financeiros. O número total de operadoras também diminuiu, passando de 727 em 2019 para 669 atualmente.