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Cetamina: Esperança no Tratamento de Depressão Resistente e Outros Transtornos Mentais

A busca por tratamentos eficazes para transtornos mentais continua sendo um dos maiores desafios da medicina. Dentre as diversas linhas de pesquisa, a utilização de substâncias psicodélicas, com destaque para a cetamina, tem demonstrado resultados promissores.

Aprovada para pacientes com depressão resistente a tratamentos convencionais e em situações de crise com ideação suicida, a cetamina (via intranasal) está sendo investigada para casos de depressão bipolar e transtornos relacionados a traumas, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Estudos de longo prazo consolidam as evidências de segurança e eficácia da substância, apontando para um possível avanço significativo na psicofarmacologia.

Um especialista do Serviço de Cetamina de uma instituição de saúde destaca que o interesse renovado pela cetamina e outros psicodélicos surge em resposta à crescente demanda por soluções terapêuticas para pacientes com transtornos mentais, especialmente após a pandemia. Segundo ele, os tratamentos disponíveis atualmente beneficiam apenas uma parcela da população.

Estimativas indicam que apenas 30% dos pacientes diagnosticados com depressão respondem aos antidepressivos tradicionais. Uma das justificativas para essa baixa taxa de resposta é a heterogeneidade dos grupos de pacientes recrutados para estudos clínicos em psiquiatria, sem levar em consideração os diferentes perfis de sintomas e manifestações da doença.

Atualmente, há uma tendência de se concentrar em quadros específicos, como depressão psicótica e pós-parto, que podem apresentar componentes biológicos distintos, explicando, em parte, a ineficácia dos antidepressivos comuns. O desafio atual é segmentar a depressão em subgrupos mais homogêneos e desenvolver tratamentos direcionados a características específicas da doença.

Embora ainda exista estigma em relação ao uso de cetamina e outros psicodélicos, é importante ressaltar que o contexto brasileiro, onde a administração da cetamina é realizada por infusão em ambiente hospitalar sob supervisão médica, difere de outros países. O risco de abuso ou dependência é considerado baixo nesse contexto.

A aprovação do uso terapêutico da cetamina exige que a aplicação seja supervisionada por profissionais, e o paciente não tem contato direto com a substância. Os protocolos de aplicação recomendam uma estrutura clínica que possibilite o monitoramento dos sinais vitais do paciente, além da presença de um psiquiatra para garantir o bem-estar psicológico e emocional durante a alteração de consciência induzida pela substância.

As principais contraindicações da cetamina incluem hipertensão arterial não controlada, problemas cardíacos, histórico de psicose não tratada e gravidez. Um estudo de longo prazo, acompanhou pacientes tratados com cetamina, visando analisar a manutenção da eficácia e a segurança. Os resultados confirmaram a segurança do uso da substância, mesmo em terapias semanais, quinzenais ou mensais.

Um dos desafios atuais é o alto custo do tratamento com cetamina, administrada via intranasal, o que a torna inacessível para grande parte da população. Cientistas estão investigando a administração subcutânea da cetamina, que pode reduzir o custo significativamente. Estudos já mostraram eficácia da resposta clínica com redução dos sintomas depressivos e da ideação suicida, embora a amostragem ainda seja insuficiente para aprovação.

Pesquisas recentes apontam para a possibilidade de prolongar os efeitos terapêuticos da cetamina ao interferir em uma cadeia de sinais dentro das células. Há também uma tendência crescente de investigar a aplicação da cetamina em outros transtornos, como bipolaridade, abuso de substâncias e transtorno obsessivo-compulsivo, além de transtornos de ansiedade e TEPT.

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