São Paulo está investigando cinco mortes e 15 casos de pessoas contaminadas com suspeita de intoxicação por metanol. As autoridades descartaram a hipótese de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) na adulteração das bebidas, apesar de a Associação Brasileira de Combate à Falsificação ter levantado essa possibilidade, alegando que a substância usada para adulterar as bebidas poderia ser a mesma importada ilegalmente pela facção para ser misturada em combustíveis.
Mais de cem garrafas foram apreendidas em operações realizadas na Mooca e nos Jardins. Um dos alvos foi o bar Ministro, localizado na Alameda Lorena, nos Jardins, onde uma das vítimas relatou ter consumido bebida alcoólica antes de apresentar os sintomas e perder a visão. A vítima permanece hospitalizada. O endereço do bar consta no Boletim de Ocorrência registrado por familiares da vítima. As autoridades não divulgaram a lista completa de estabelecimentos sob suspeita, mas confirmaram que são três e que ao menos dois deles terão suas atividades temporariamente suspensas.
Os sintomas da intoxicação por metanol, substância utilizada ilegalmente para adulterar bebidas como gim, whisky e vodka, surgem logo após a ingestão. Inicialmente, os sintomas podem ser confundidos com os da embriaguez, como fala arrastada e reflexos lentos. No entanto, a contaminação pode levar a problemas mais graves, como alterações no sistema nervoso central, variando de sonolência à cegueira.
O governo federal anunciou que a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a contaminação de bebidas alcoólicas por metanol. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, a investigação foi iniciada após indícios de que a distribuição de bebidas contaminadas se estende para além do estado de São Paulo.