O novo diretor-presidente da Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Wadih Damous, empossado no início de setembro, delineou suas prioridades para o setor. Durante evento em Brasília, Damous enfatizou o objetivo de reduzir conflitos, buscar o equilíbrio financeiro e atender às demandas dos beneficiários.
Em entrevista, Damous, indicado pelo presidente Lula e ex-titular da Senacon, abordou a adesão das operadoras ao programa Agora Tem Especialistas, as propostas de atualização da Lei dos Planos de Saúde e as ações judiciais envolvendo a ANS.
Segundo o dirigente, desafios como reajustes abusivos, escassez de planos individuais, rescisões unilaterais e o orçamento da exigem soluções que garantam simetria no setor, diálogo constante e evitem “aventuras regulatórias”. Sua experiência na Senacon o prepara para atender às demandas dos usuários, especialmente em um cenário de hipervulnerabilidade nos contratos de planos de saúde.
Damous pretende enfrentar pontos críticos como o descredenciamento de hospitais e clínicas, a cobertura de tratamentos para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a falta de regulação para os planos de autogestão. Ele também comentou sobre o programa de troca de dívidas do Ministério da Saúde e a articulação entre o setor público e privado no ressarcimento ao SUS.
Sobre o programa Agora Tem Especialistas, Damous destacou que o diálogo com as operadoras é uma prioridade. Apenas uma operadora, a Hapvida, aderiu até o momento. O presidente atribui essa baixa adesão à necessidade de as operadoras entenderem o programa em sua totalidade, especialmente as questões tributárias e fiscais relacionadas à tabela SUS. Ele enfatizou que a ANS terá um papel fundamental nessa construção, com a Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES) sendo a responsável pelo programa. Damous assumiu pessoalmente a direção da DIDES, demonstrando a prioridade dada ao programa.