O governo de El Salvador anunciou nesta quinta-feira (2) a proibição do uso da chamada linguagem inclusiva em todas as escolas públicas do país e em comunicações oficiais do Ministério da Educação. A medida foi formalizada por meio do Memorando nº 22-2025, assinado pela ministra Karla Edith Trigueros, e ratificada pelo presidente Nayib Bukele.
Segundo o documento, a decisão busca “garantir o bom uso do idioma espanhol” e evitar “influências ideológicas que possam afetar o desenvolvimento integral” das crianças e adolescentes. Com isso, passam a ser vetadas expressões como “amigue”, “compañere”, “niñe”, “nosotrxs” e outras formas consideradas como “deformações linguísticas” pelas autoridades.
A proibição se aplica a materiais didáticos, livros escolares, comunicados internos, circulares, avisos institucionais e qualquer correspondência oficial do Ministério da Educação. Escolas privadas, por enquanto, não estão incluídas na determinação.
O anúncio tem gerado polêmica. Para o governo, a medida preserva a clareza da língua e impede a introdução de debates ligados ao que chamam de “ideologia de gênero” nas salas de aula. Já críticos da decisão, incluindo organizações de direitos humanos e coletivos feministas e LGBTIQ+, afirmam que a iniciativa representa um retrocesso na promoção da inclusão e pode significar um apagamento de identidades de gênero diversas.
Ainda não foram detalhados os mecanismos de fiscalização nem se haverá sanções para quem descumprir a ordem, mas direções escolares já receberam instruções para garantir o cumprimento imediato da medida.
Com isso, El Salvador se junta a outros países da região que têm restringido oficialmente o uso de linguagem inclusiva em instituições públicas, aprofundando o debate sobre o papel da escola na promoção — ou limitação — de políticas de diversidade.
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