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Automodificação genética é inevitável, afirma biohacker

“É ilusório achar que uma tecnologia relativamente fácil de usar como essa ficará restrita aos laboratórios e grandes empresas”, diz Josiah Zayner
Josiah Zayner ri quando pergunto se nenhum tentáculo brotou do seu braço nos últimos meses. Não, tudo normal, diz ele -embora o bioquímico de 37 anos tenha injetado uma ferramenta molecular de modificação genética no antebraço esquerdo na frente de um auditório lotado em outubro de 2017, em San Francisco.
Não é a primeira vez que Zayner transforma a engenharia genética em algo similar ao entretenimento. Desta vez, porém, ele resolveu usar a ferramenta da moda entre os biólogos moleculares, a Crispr (pronuncia-se “crísper”), um método de edição do DNA bem mais preciso que os disponíveis anteriormente. A injeção fez com que ao menos algumas células do braço “desligassem” o gene da miostatina, que diminui o crescimento dos músculos.
No momento, instituições de pesquisa americanas como o MIT e a Universidade da Califórnia ainda disputam os direitos de explorar comercialmente as aplicações da Crispr, mas, por não ter fins comerciais, o autoexperimento não violou patentes –nem leis, porque a agência regulatória americana FDA não proíbe experiências na qual a pessoa é cobaia de si mesma.
Por meio de sua empresa, chamada “The Odin”, ele diz que seu objetivo é democratizar a engenharia genética. E sentencia: é ilusório achar que uma tecnologia relativamente fácil de usar como essa ficará restrita aos laboratórios e grandes empresas.
Pergunta – Por que se tornar um biohacker que faz experimentos com o próprio corpo?
Josiah Zayner – Acho que a possibilidade de as pessoas terem acesso ao conhecimento e aos recursos necessários para usá-lo melhora muito a maneira como elas experimentam a vida.
A gente vê por aí tanta gente lutando com seus problemas, sem esperança. Mesmo na era da medicina moderna, muita gente está nesse mesmo barco, seja por não contar com tratamentos que possam curar as doenças delas, seja por falta de acesso ao básico da saúde e da alimentação. Eu vejo o biohacking como uma forma de oferecer possibilidades às pessoas que precisam delas, como uma forma de as pessoas aprenderem a ajudar a si mesmas.
E como está o seu braço?
– Nenhuma repercussão séria por enquanto (risos). Fiz alguns testes no DNA de amostras da região injetada, mas eles foram bem inconclusivos –parece que houve mudanças tanto nas células afetadas pela Crispr quanto nas que não foram afetadas, o que não é um ideal de experimento controlado (risos). Na verdade, é o esperado –foi uma pequena injeção, com efeito localizado, talvez o suficiente para modificar as células de uma área do tamanho de uma moedinha, não seria realista achar que aconteceria algo muito mais dramático.O objetivo do experimento nunca foi me transformar no Incrível Hulk ou algo do tipo, mas mais algo que combina elementos políticos e culturais para mostrar o potencial da tecnologia como algo que pode beneficiar as pessoas.Qual é o modelo de negócios da sua empresa? Tem conseguido algum lucro?– Bom, uma coisa importante a frisar é que não vendemos nenhum sistema de modificação genética de humanos. Nossos kits feitos para usar em casa são seguros e ensinam os usuários a fazer essas alterações em bactérias e leveduras. Conseguimos um lucro modesto, sim, vendemos até uns 250 kits por mês, dependendo da época, tanto para consumidores individuais que querem se divertir num feriado quanto para escolas de ensino médio e universidades.Uma coisa que tem ficado clara com os estudos genômicos é que seria muito difícil alterar as características humanas que realmente importam -inteligência geral, personalidade, até capacidade atlética ou beleza- com métodos de manipulação do DNA, porque essas coisas são resultado da interação de dezenas, centenas ou até milhares de genes entre si e com o ambiente. Como vê essa questão? Não seria mais correto diminuir as expectativas das pessoas em relação ao que a tecnologia pode fazer?– Sem dúvida, muitas características são complexas, em especial as mais interessantes ou importantes. Mas, no caso de muitas outras, você consegue “decompor” as contribuições de diferentes genes e chegar a um punhado deles, um ou dois que contribuem com 25% ou 40%, digamos, do que se manifestará na pessoa na vida adulta em relação àquela característica.Isso sem falar em muitas doenças sérias que são monogênicas [ligadas a mutações em único gene]. O mesmo acontece com a miostatina, cuja modificação já foi testada em pessoas com distrofia muscular e que realmente parece ser capaz de melhorar a performance atlética.E se algumas pessoas decidirem modificar o DNA dos seus óvulos ou dos seus espermatozoides para passar certas características a seus filhos?– É claro que a discussão é supercomplexa. Mas, em certo sentido, ela também é inútil. Hoje, já fazemos modificações genéticas em embriões no laboratório, mas de maneira geral ainda é proibido alterar o DNA desses embriões e implantá-los num útero para que se desenvolvam.As pessoas esperam que as crianças nasçam com algum problema genético para só depois tentar tratá-las, o que me parece meio estranho. Desconfio que, nesses casos, a maioria das pessoas vai acabar aceitando a alteração de embriões com edição genética.Depois disso, podem vir as razões não médicas para fazer edição de DNA; você pode querer alterar os genes do seu filho para que ele corra mais rápido que a média das pessoas. A gente pode dizer que isso não é ético, mas a pergunta que eu faço é a seguinte: o que eu e você podemos fazer para impedir isso? A linha que separa a capacidade de resolver um problema do “melhoramento” por vias genéticas é arbitrária, ainda mais num momento em que a tecnologia está ficando mais simples.Uma posição radical como a sua atrai muitos “haters”?– Eu acabo ganhando “haters” de todos os lados do espectro político, religiosos, não religiosos, muita gente. Falar de modificações genéticas parece mexer com aquela coisa sagrada, aquele tabu de alterar o que nos torna humanos.Mas a questão é que, quando as pessoas se dão ao trabalho de conversar comigo, normalmente percebem que eu sou um cara razoável, que está aberto a discutir, que não se acha perfeito nem nada.O ponto de vista que eu tento explicar a elas é o seguinte: nunca houve uma tecnologia que tivesse apenas efeitos positivos ou negativos, então a questão não é proibir o uso. Como fazer para que a tecnologia fique acessível a todos e seja o mais benéfica possível?Outra coisa que sempre digo: vocês estão preocupados com pessoas hipotéticas que podem ou não ter problemas com essa tecnologia, mas tem um monte de gente real morrendo hoje por causas que talvez ela possa ajudar a enfrentar.
Por Folhapress
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Beija-Flor vence o Carnaval do Rio e conquista seu 15º título na Sapucaí

A Beija-Flor de Nilópolis conquistou, nesta quarta-feira (5), seu 15º título no Carnaval do Rio de Janeiro, alcançando a pontuação máxima de 270 pontos. Com o samba-enredo Laíla de Todos os Santos, a escola emocionou o público presente na Marquês de Sapucaí e homenageou um dos maiores nomes de sua história.
O enredo celebrou a trajetória de Laíla, ex-diretor da Beija-Flor, que faleceu em 2021 e deixou um legado inestimável para a agremiação. Dos 15 campeonatos conquistados pela escola, 12 tiveram a influência direta do carnavalesco, que ajudou a moldar o sucesso da Beija-Flor ao longo de mais de 30 anos.
Este ano, o desfile também marcou a despedida de Neguinho da Beija-Flor, que anunciou sua aposentadoria após mais de quatro décadas como intérprete oficial da escola. Desde 1976, sua voz icônica foi símbolo dos desfiles da Beija-Flor, tornando-se um dos nomes mais marcantes do Carnaval carioca. Ao fim da apresentação, Neguinho emocionou-se ao ressaltar que o verdadeiro protagonista da festa é o público: “A grande estrela do Carnaval é o povo.”
Um dos momentos mais impactantes do desfile foi a recriação da icônica polêmica do “Cristo Redentor Mendigo”, censurada no Carnaval de 1989. Na época, a Justiça proibiu a exibição da alegoria, e a solução encontrada foi cobri-la com um saco plástico e escrever “Mesmo proibido, olhai por nós”. Este ano, a imagem retornou à avenida em um novo contexto, trazendo a mensagem “Do Orun (céu) olhai por nós”, acompanhada por alas representando moradores de rua.
A vitória da Beija-Flor foi recebida com grande emoção por Neguinho da Beija-Flor, que não conteve as lágrimas ao saber do resultado: “Meu Deus do céu”, disse, visivelmente comovido.
Ela é a terceira maior campeã do carnaval carioca. Antes, conquistou títulos em 1976, 1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011, 2015 e 2018.
Classificação
A disputa foi acirrada até o último quesito, com a Grande Rio ficando em segundo lugar, somando 269,9 pontos. A Imperatriz Leopoldinense completou o pódio com 269,8 pontos, assegurando a terceira posição.
A Viradouro e a Portela empataram com 269,4 pontos, mas a escola de Niterói levou vantagem nos critérios de desempate, ficando com o quarto lugar e deixando a Portela na quinta colocação.
Confira a classificação completa das escolas do Grupo Especial:
🥇 1º Beija-Flor – 270,0 pontos
🥈 2º Grande Rio – 269,9 pontos
🥉 3º Imperatriz Leopoldinense – 269,8 pontos
4️⃣ 4º Viradouro – 269,4 pontos
5️⃣ 5º Portela – 269,4 pontos
6️⃣ 6º Mangueira – 269,4 pontos
7️⃣ 7º Salgueiro – 269,2 pontos
8️⃣ 8º Vila Isabel – 269,1 pontos
9️⃣ 9º Unidos da Tijuca – 268,8 pontos
10º Paraíso do Tuiuti – 268,7 pontos
11º Mocidade – 267,9 pontos
12º Unidos de Padre Miguel – 266,8 pontos.
Foto Getty
Por Notícias ao Minuto


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Salgueiro se despede do Carnaval em grande estilo com trio Cygnus e shows variados no Polo Bomba

O Carnaval de Salgueiro chegou ao fim nesta terça-feira, 4, consolidando-se como o maior do Sertão.
A programação do último dia foi marcada pela animação no trio elétrico Cygnus, comandado pela cantora Michele Andrade, além de uma série de apresentações ecléticas no Polo Bomba.
A folia começou por volta das 17h30, com Michele Andrade arrastando uma multidão com seu carisma e energia. A artista apresentou uma mistura de ritmos, incluindo axé, pagode e arrochadeira. Durante a performance, ela interagiu com os foliões na Rua Joaquim Sampaio, emocionando o público ao cantar “Vai no Trem”, um dos grandes sucessos do carnaval.
No Polo Bomba, enquanto Michele encerrava sua apresentação, o cantor local Duduzinho fez todo mundo sambar. A animação continuou com Matheus O Matt, que trouxe a vivacidade do seu repertório.
Por fim, o grupo Arreio de Ouro, sob a batuta de Buscapé, surpreendeu ao tocar não apenas vaquejada, mas também axé e pagode, agitando ainda mais os festejos.
Na manhã da Quarta-Feira de Cinzas, o tradicional Bloco dos Garis, ao som de uma orquestra de frevo, garantiu a limpeza das ruas, simbolizando o encerramento das festividades e deixando no ar a expectativa para o carnaval de 2026.
As lembranças do carnaval deste ano permanecem vivas e a vontade de novas celebrações é palpável.



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PE: Verdejante faz história com uma terça de Carnaval inesquecível

Verdejante mostrou que sabe fazer Carnaval! A cidade ferveu com irreverência, animação e um paredão que não deixou ninguém parado. Fantasias criativas coloriram as ruas, enquanto foliões exibiam passinhos sincronizados e energia de sobra.
Muitos juraram “só dar uma voltinha”, mas a empolgação fez com que ficassem até o último minuto. O clima era de pura festa, mostrando que o Carnaval de rua de Verdejante é irresistível. Quem viveu, sabe: foi uma terça de folia para ficar na memória!


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