PUBLICIDADE

Impacto no Agreste: Taxa do Poliéster inflama disputa política em Pernambuco

A possível elevação da taxa de importação de malhas de poliéster, provenientes da China e outros países asiáticos, transformou-se em um foco de tensão política em Pernambuco. O insumo é fundamental para a indústria têxtil do estado, especialmente no Polo de Confecções do Agreste, região que engloba cidades como Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe e representa um forte pilar da economia local.

A oposição ao governo estadual, liderada pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), buscou capitalizar a situação. Visto como um potencial adversário da governadora Raquel Lyra (PSD) nas eleições de 2026, Campos articulou-se diretamente com o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, também do PSB. Em conversa telefônica, Campos alertou Alckmin sobre os riscos da medida para a competitividade do setor. Ele argumentou que o aumento de impostos sobre a matéria-prima importada elevaria os custos de produção de milhares de pequenas e médias confecções, colocando em risco a manutenção de empregos na região.

Em sintonia com o prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, o deputado federal Felipe Carreras (PSB) enviou um ofício a Alckmin, solicitando a reavaliação da proposta. O deputado estadual Diogo Moraes (PSB), com base eleitoral no Agreste, também se manifestou, alertando sobre o potencial impacto negativo nos custos de produção.

O governo estadual, por sua vez, foi representado pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP), aliado de Raquel Lyra, que buscou interlocução junto ao MDIC. O parlamentar afirmou ter agido desde o início de outubro, enviando documentos a Alckmin solicitando a revisão da circular que propõe a cobrança da taxa antidumping. Ele argumentou que a aplicação imediata da taxa traria prejuízos à economia nordestina, especialmente ao Polo de Confecções, formado por micro, pequenas e médias empresas.

No final de agosto, o Comitê Executivo de Gestão da Camex (Gecex) aplicou direito antidumping por até cinco anos sobre as importações de malhas sintéticas de poliéster, originárias da China, Índia, Tailândia e Vietnã. A medida visava proteger a indústria nacional de práticas de concorrência desleal. A investigação que culminou na aplicação do antidumping foi iniciada em março de 2024, após denúncia de que as empresas dos países asiáticos exportavam as fibras de poliéster para o Brasil a preços inferiores aos praticados em seus mercados de origem.

Em 20 de outubro, o Gecex manteve a proposta na pauta, mas adiou o início do reajuste tarifário. A disputa em torno da questão demonstra a antecipação do debate político local, com lideranças buscando capitalizar a defesa da economia regional.

Siga-nos em nossas redes sociais FacebookTwitter e Instagram. Você também pode ajudar a fazer o nosso Blog, nos enviando sugestão de pauta, fotos e vídeos para nossa a redação do Blog do Silva Lima por e-mail blogdosilvalima@gmail.com ou WhatsApp (87) 9 9155-5555.

Leia mais

PUBLICIDADE