A intenção de consumo das famílias brasileiras registrou mais uma queda em outubro deste ano, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (23/10) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o levantamento, a queda registrada neste mês foi de 0,5%, no terceiro recuo mensal consecutivo do indicador.
Já em relação ao mesmo período do ano passado, a intenção de consumo das famílias caiu 1,9%, segundo os dados da CNC.
Apesar de o índice ter registrado baixa em outubro, ele ficou em 101 pontos, permanecendo acima da linha de otimismo de 100 pontos.
Nenhum componente teve alta na pesquisa
Entre setembro e outubro deste ano, de acordo com a pesquisa da CNC, nenhum dos sete componentes do ICF tiveram alta.
- No subíndice emprego atual, a queda foi de 0,6%, para 124,6 pontos.
- Na renda atual, baixa de 0,1%, para 121,1 pontos.
- O nível de consumo atual caiu 1,6%, para 87,4 pontos.
- A perspectiva profissional recuou 1,6%, para 111 pontos.
- Já a perspectiva de consumo cedeu 1%, para 102,8 pontos.
- Por fim, o acesso ao crédito e o momento para aquisição de bens de consumo duráveis registraram estabilidade (variação de 0%), aos 95,2 pontos e aos 64,1 pontos, respectivamente.
Intenção de consumo cai entre pobres e ricos
Segundo o levantamento da CNC, a propensão de consumo teve queda tanto entre os mais pobres quanto entre os mais ricos em outubro.
No grupo com renda mensal abaixo de dez salários mínimos, o ICF recuou 0,5%, para 98,6 pontos, abaixo da linha de otimismo.
Já entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, a queda foi de 1%, para 112,9 pontos.
O que diz a CNC
Segundo a CNC, os dados de outubro “reforçam a cautela dos consumidores”. A entidade afirma ainda que a elevada taxa básica de juros (Selic), atualmente em 15% ao ano, e a cautela em relação ao mercado de trabalho vêm minando a confiança dos consumidores.
“A necessidade do crédito para manter o consumo continua aquecendo o comércio imediato, mas a Selic mais alta afeta a inadimplência e reduz esse movimento”, diz a CNC.
“Mesmo com os baixos índices de desemprego, a série da pesquisa indica a percepção de insegurança quanto aos próximos meses, fator que faz com que as famílias consumam menos para tentar dar conta das dívidas já criadas”, afirmou presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.