O ex-vereador por São Paulo, Fernando Holiday (PL), criticou duramente o Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que ajudou a fundar, afirmando que a sigla perdeu coerência ideológica e passou a agir conforme conveniências políticas. “O MBL virou um grupo interesseiro que vai ao sabor dos ventos”, declarou em entrevista exclusiva à coluna do repórter Domingos Ketelbey, do Mais Goiás. Questionado sobre como vê a criação do Missão, legenda que o MBL tenta criar, Holiday avalia que a agremiação nasce “sem ideologia”.
De acordo com Holiday, o movimento abandonou as bandeiras que o projetaram durante o impeachment de Dilma Rousseff. “Eles deixaram de defender pautas históricas, como as privatizações, e se transformaram em um movimento anti-bolsonarista, pró-Alexandre de Moraes e pró-Gilmar Mendes. Hoje o grupo busca apenas um espaço no sistema”, afirmou.
O ex-vereador disse ainda acreditar que o partido Missão, projeto em construção pelo MBL, representa a “institucionalização desse oportunismo”. “Não há ideologia. É um partido que cresce sem rumo, movido por interesses financeiros e sem ligação com as origens conservadoras do movimento”, avaliou.
Apesar das críticas, Holiday defendeu que a direita ainda pode se reorganizar para 2026, desde que fortaleça suas bases estaduais e concentre esforços no Senado Federal. “A direita precisa ter um enfoque muito grande no Senado, não só por conta das discussões sobre o Supremo, mas também para uma verdadeira reformulação da segurança pública. O jogo de 2026 já começou”, disse.
Sobre a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), Holiday classificou como “falta de respeito” qualquer debate sobre sucessão dentro do campo bolsonarista. “O recurso está com o ministro Luiz Fux, que já se posicionou contra decisões de Alexandre de Moraes. É um caminho possível e a direita deve insistir até o fim”, afirmou.
Ao comentar o cenário goiano, o ex-vereador destacou Gustavo Gayer (PL) como uma das principais lideranças conservadoras do país e avaliou a pré-candidatura presidencial de Ronaldo Caiado (União Brasil) com ceticismo. “Caiado parece fazer um bom governo em Goiás, mas não tem expressão nacional. Não acredito que sua candidatura vá vingar lá na frente”, concluiu.

