Há 50 anos, a crise mundial do petróleo, deflagrada em 1973, desencadeou uma transformação significativa no setor automotivo brasileiro, impulsionando o desenvolvimento e a produção de veículos movidos a álcool. O choque nos preços do petróleo, provocado por embargos de países árabes, gerou uma busca urgente por alternativas energéticas, colocando o Brasil em uma posição de destaque na inovação de combustíveis.
O aumento expressivo no valor do petróleo importado representou um desafio econômico para o país, que na época dependia fortemente do mercado externo para suprir suas necessidades energéticas. Diante desse cenário, o governo brasileiro lançou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) em 1975, com o objetivo de fomentar a produção de álcool combustível a partir da cana-de-açúcar.
O Proálcool incentivou a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias para a fabricação de motores adaptados ao uso do álcool como combustível. Montadoras instaladas no país iniciaram a produção de veículos com essa nova tecnologia, que prometia reduzir a dependência do petróleo e estimular a economia nacional.
A iniciativa governamental, combinada com o potencial agrícola do Brasil, transformou o país em um dos pioneiros na produção e utilização de álcool combustível em larga escala. A criação do carro a álcool representou não apenas uma resposta à crise energética, mas também um marco na história da indústria automobilística brasileira. O programa teve altos e baixos ao longo das décadas seguintes, mas demonstrou a capacidade de inovação e a busca por alternativas energéticas em momentos de crise.
