Presidente petista discursa em São Paulo, critica governos passados e promete veto a projeto de lei, reafirmando seu compromisso com a democracia.
O presidente Lula (PT) prometeu uma "surra" eleitoral em quem aposta no retorno da extrema direita em 2026, defendendo sua gestão e criticando adversários.
SÃO PAULO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez declarações incisivas nesta sexta-feira (19), em São Paulo, ao afirmar que dará uma “surra” nas eleições de 2026 em quem apostar no retorno da extrema direita ao poder. Em um discurso carregado de vigor, Lula desafiou os opositores a compararem os feitos de seus governos com as gestões anteriores, especialmente nas áreas de saúde, educação, transporte e políticas de inclusão social.
O petista participou da celebração de Natal de catadores na ExpoCatadores 2025, no Anhembi, um evento que reuniu diversos atores sociais e governamentais. Com 80 anos, Lula reiterou sua paixão por governar o Brasil, atribuindo sua vitalidade à “causa” de transformar o país. “Eu estou com 80 anos, mas se eles soubessem o tesão que eu tenho pra governar esse país, eles não brincariam”, declarou, prometendo muitos anos de “briga” política.
Críticas à Extrema Direita e Veto a Projeto de Lei
Em uma clara alusão ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula alertou para o perigo de permitir que a “extrema direita fascista, negacionista, responsável pela morte de mais de 700 mil pessoas” retorne ao poder, utilizando “mentira pela internet”. Ele também fez referência aos eventos de 8 de janeiro, destacando que, pela primeira vez na história, o país tem um presidente e quatro generais presos por tentativa de golpe, incluindo planos para assassinar ele próprio, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
O presidente também reafirmou sua intenção de vetar o projeto de lei que visa reduzir as penas de condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos casos relacionados ao 8 de Janeiro e à trama golpista. Lula enfatizou a necessidade de ensinar o respeito às instituições democráticas.
“Eu perdi três eleições nesse país. Perdia as eleições e voltava para casa.
Me preparava para outra. Nunca houve um ato de tentativa de golpe nosso.
Nunca tentamos tomar o poder de assalto. Eles têm que aprender que na democracia vence quem tem mais voto”, pontuou.
O evento contou com a presença de figuras importantes como a primeira-dama Rosângela da Silva e ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Guilherme Boulos (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Saúde) e Esther Dweck (Gestão e Inovação). Haddad, cotado para disputar o Governo de São Paulo em 2026, aproveitou a ocasião para criticar as gestões do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), lamentando a falta de um “prefeito comprometido” e um “governador com sensibilidade” em São Paulo.