Alexandre Nero abriu o coração em entrevista ao podcast Conversa Vai, Conversa Vem, do jornal O Globo.
Durante o bate-papo, o ator refletiu sobre questões pessoais e familiares, além de assumir erros do passado e vulnerabilidades que marcaram sua trajetória.
Criação machista
Ao comentar sobre sua juventude, Nero afirmou ter reproduzido comportamentos machistas.
“Fui um escroto, muitas vezes. Terrível. Vim de outra geração, fui educado a ‘ó a mulher lá, a gostosa’. Perdi a virgindade na zona, com meu pai me cobrando. É um ciclo que tem que quebrar. Meus filhos não terão isso. Não vou ousar dizer que sou feminista, tenho vários resquícios machistas, temos que trabalhar isso o tempo inteiro. O machismo é uma desgraça, faz mal, arrebenta com a gente”, declarou.
O ator ainda destacou que, além dos danos às mulheres, o machismo prejudica os próprios homens. “Quando homens vêm com papo de machismo, eu falo: ‘Não quer pensar nas mulheres, sendo bem egoísta, pensa na gente, faz mal pra nós’.”
Revelações íntimas
Entre outras revelações, Nero também comentou situações íntimas, quando revelou já ter “brochado” várias vezes”.
“Depende da mulher. Às vezes, fica envergonhado, em outras dá risada. Depende da idade também, sei lá. Faço parte de uma bolha, a do artista, que se permite mais. A gente não tem essas coisas… Falei que passei maquiagem, não tenho menor problema.”
Alexandre Nero
Foto: Manoella Mello/TV Globo
Alexandre Nero
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Alexandre Nero
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Alexandre Nero interpreta Miguel Inácio em Guerreiros do Sol
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Perda dos pais
O ator explicou ainda que a perda dos pais na adolescência deixou marcas profundas em sua forma de ser.
“Essa é uma questão com a qual ainda tenho que lutar muito. Tudo para mim é uma tragédia. (…) Toda vez que meus filhos fazem algo bacana, falo: ‘Se meu pai estivesse aqui, ia curtir pra caralh*’. Dá aquela dorzinha. Mas só sou essa pessoa porque aconteceu isso comigo”, disse.
Paternidade
Outro ponto abordado foi a relação com a paternidade. Nero admitiu que não sentiu amor imediato ao nascimento dos filhos.
“Quando nasceu, olhei aquela criatura na maternidade e pensei: ‘Cadê aquele negócio, não estou sentindo nada, é um porquinho’. Só consegui entender esse amor com a convivência. (…) Com Inã, demorei ainda mais para amar. (…) Mas aí, você bota pra dormir, troca a fralda, vai pegando o cheiro e o negócio vai explodindo”, contou, ressaltando que, para ele, o amor paterno é uma construção diária.