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”Aproximadamente 25% das mães sofrem de depressão pós-parto”, alerta psicóloga especialista

A morte da recém-nascida Ana Beatriz, encontrada dentro de um pote com sabão, no interior de Alagoas, desperta a possibilidade de que a mãe dela, Eduarda Silva de Oliveira, estaria passando por um processo de depressão pós-parto.

Para a coordenadora de Psicologia do Centro Universitário UniFBV Wyden, Nádia Oliveira, é possível que a mãe esteja com depressão pós-parto, mas que a confirmação necessita de uma avaliação mais cuidadosa.

“Existe a possibilidade. De modo geral, a depressão pós-parto é um transtorno psicopatológico que pode acometer mulheres durante o puerpério. Em uma condição mais grave, pode levar a mãe a ter pensamentos de machucar o bebê e a si mesma, assim como ideação suicida. No entanto, é essencial a realização de uma avaliação mais cuidadosa para confirmar a presença ou não desse quadro”, afirma.

Puerpério é o período que ocorre após o parto. Nessa fase, o corpo da mãe está em processo de recuperação, passando por uma série de modificações físicas, emocionais e psicológicas. Diante disso, deve-se ter atenção nesse período, principalmente quando os sintomas se estendem.

De acordo com o delegado Igor Diego, responsável pelo caso, a mãe se mostrou abalada ao prestar depoimento, o que pode ser um indício de que ela cometeu o crime, influenciada pelo puerpério. A Polícia de Alagoas aguarda perícia para determinar a causa da morte da bebê.

Além disso, segundo o padrinho da bebê, Pedro Henrique, Eduarda teria tentado se matar com uma faca tipo peixeira, o que desperta ainda mais a possibilidade de depressão pós-parto.

“Como é um período que envolve muitas mudanças, é comum que a mulher vivencie períodos transitórios e que envolvam sintomas como tristeza, ansiedade e irritabilidade. É importante ficar alerta para que esses sintomas não se estendam, pois estudos apontam que aproximadamente 1/4 das mães brasileiras sofrem de depressão pós-parto, o que é algo bem expressivo”, destaca a coordenadora de psicologia.

Eduarda confessou que matou a filha asfixiada com um travesseiro. Ela teve a prisão em flagrante convertida para preventiva, nesta quarta-feira (16).

De acordo com Nádia Oliveira, os hospitais e maternidades têm avançado na questão de tratamento e identificação desses casos, mas ainda existem relatos de atendimentos inapropriados.

“É comum ouvir relatos de abordagens inapropriadas de profissionais que não legitimam e acolhem a mãe de forma empática e humanizada. Há muitas questões estruturais atreladas, como sobrecarga de trabalho desses profissionais e a falta de condições”, alerta.

“Uma das formas para contornar esses desafios é o investimento na formação desses profissionais, de modo que possam prestar um serviço mais humanizado e acolhedor para essas mães, a fim de realizar o encaminhamento correto desses possíveis casos”, finaliza Nádia Oliveira.

Fonte: Diario de Pernambuco

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