O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, foi detido em flagrante sob acusação de falso testemunho, logo após concluir seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta segunda-feira (3).
A prisão foi solicitada pelo relator da CPMI, Alfredo Gaspar, que alegou que Ferreira fez declarações inverídicas sobre as circunstâncias de sua saída da direção da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA). De acordo com o relator, o depoente afirmou ter renunciado ao cargo, quando, na realidade, teria sido afastado cautelarmente. Além disso, o relator apontou que Ferreira “negou por meio do silêncio” conhecer Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, mas posteriormente admitiu a ligação ao responder a outras questões.
As alegações de falso testemunho se estenderam à relação de Ferreira com Gabriel Negreiros, tesoureiro da CBPA, e à abrangência da procuração outorgada a Adelino Rodrigues Junior. Segundo informações apresentadas, Adelino possuía amplos poderes para movimentar recursos da CBPA e, utilizando essa autoridade, teria destinado R$ 59 mil à esposa do então procurador geral do INSS, Virgílio Antônio, e R$ 430 mil em espécie para João Victor Fernandes.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), endossou o pedido de prisão, ressaltando que “o silêncio também fala”. Ele expressou otimismo em relação aos desdobramentos da comissão parlamentar mista de inquérito e afirmou: “Encerramos um ciclo de impunidade e começamos o tempo da verdade, em nome dos aposentados, das viúvas, dos órfãos e da esperança que ainda vive no coração do Brasil.”
