El Salvador atingiu um marco inédito em sua história recente: o país completou, no dia 29 de agosto de 2025, 1.000 dias consecutivos sem registrar homicídios. A data foi celebrada pelo governo do presidente Nayib Bukele como a consolidação de um “milagre na segurança pública”, resultado direto das políticas implementadas nos últimos anos.
Segundo o ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro, dos 1.000 dias sem assassinatos, mais de 850 ocorreram durante o regime de exceção, em vigor desde março de 2022. A medida permitiu prisões em massa e a suspensão de alguns direitos constitucionais, o que possibilitou um enfrentamento mais rígido às gangues que, por décadas, dominaram o país.
Outro pilar da estratégia foi o Plano de Controle Territorial, lançado em 2019, que reforçou a presença do Estado em regiões antes dominadas por organizações criminosas. Com essas ações, a taxa de homicídios caiu de forma drástica: de 106,3 por 100 mil habitantes em 2015 para apenas 1,9 em 2024, uma das menores do continente.
Em 2024, o país registrou apenas 114 homicídios em todo o ano, o número mais baixo desde que há registros oficiais. O resultado transformou El Salvador, que já foi considerado o país mais violento do mundo fora de zonas de guerra, em uma das nações mais seguras das Américas.
Apesar do reconhecimento internacional pelos avanços na segurança, as medidas também são alvo de críticas de organizações de direitos humanos, que denunciam arbitrariedades, prisões sem devido processo legal e superlotação no sistema carcerário.
Ainda assim, para grande parte da população salvadorenha, o marco dos 1.000 dias sem homicídios representa uma virada histórica e reforça o discurso do governo Bukele de que o país “deixou de viver sob o terror das gangues” e entrou em uma nova fase de estabilidade.