Novos documentos judiciais revelam detalhes de suposto encontro em Mar-a-Lago na década de 1990.
Documentos judiciais recentes indicam que Jeffrey Epstein teria apresentado uma menor de 14 anos a Donald Trump em Mar-a-Lago, gerando desconforto na vítima.
Novos documentos judiciais divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, citados pela BBC, trouxeram à tona detalhes adicionais sobre a complexa rede de relacionamentos de Jeffrey Epstein. Entre as revelações, destaca-se um suposto episódio em que o pedófilo teria apresentado uma menina de 14 anos a Donald Trump em sua propriedade em Mar-a-Lago, Flórida, durante a década de 1990.
Segundo os registros, Epstein teria dado uma cotovelada em Trump e, em tom de brincadeira, questionado: “Ela é boa, não é?”. O documento ainda descreve que ambos teriam “rido discretamente”, enquanto a menor de idade, na época, se sentiu desconfortável, embora “muito jovem para entender o motivo”.
A vítima alega ter sido aliciada e abusada por Epstein por vários anos, mas é crucial notar que ela não faz qualquer acusação contra o ex-presidente norte-americano no processo judicial, e, até o momento, nenhuma das vítimas de Epstein o fez.
Donald Trump, por sua vez, já havia admitido uma amizade com Jeffrey Epstein por vários anos, mas afirmou que a relação se encerrou em 2004 após um desentendimento. As novas informações reforçam a contínua relevância do caso Epstein e o impacto de suas conexões com figuras públicas.
Divulgação Contínua de Arquivos e Reações das Vítimas
A recente onda de divulgações não se limitou a este incidente. Na semana anterior, a House Oversight Committee (Comissão de Supervisão da Câmara) já havia liberado fotografias de itens pertencentes ao patrimônio de Jeffrey Epstein, que incluíam menções a personalidades como Donald Trump, Bill Clinton e Bill Gates.
Mais recentemente, nesta sexta-feira, novos arquivos vieram a público, revelando, por exemplo, uma imagem do ex-presidente Bill Clinton relaxando em um jacuzzi, acompanhado por outra pessoa com o rosto desfocado. Outras fotos mostram Clinton ao lado de Epstein e em uma festa com Mick Jagger, embora o financista não estivesse presente nestas últimas.
A divulgação desses milhares de arquivos foi recebida com sentimentos mistos pelas vítimas de Jeffrey Epstein. Embora tenham celebrado a transparência, muitas questionaram a ausência de dados e informações consideradas fundamentais.
Dani Bensky, uma sobrevivente, expressou à NBC News que, apesar da grande quantidade de informação, não era “tanta quanto gostaríamos de ver”.
Ainda assim, Bensky destacou a importância das revelações para a validação das denúncias das vítimas. “Há uma parte de mim que se sente um pouco validada neste momento, porque acho que muitos de nós temos dito: ‘não, isso é real, não somos uma farsa’”, afirmou.
A contínua liberação de documentos serve para confirmar a veracidade das experiências das vítimas, mesmo enquanto a busca por uma compreensão completa da rede de Epstein prossegue.