Mesmo com o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário depositado em dia para trabalhadores do setor público e privado, feiras populares do Recife registraram baixa movimentação ao longo da semana. Feirantes relatam que o esperado aumento nas vendas não aconteceu.
No Centro da cidade, onde tradicionalmente o fluxo cresce neste período, comerciantes disseram que o público apareceu, mas comprou pouco. “O pessoal vem, pergunta preço, mas leva só o básico. Não chega nem perto do que era outros anos”, afirma Maria das Dores, que vende frutas e verduras há mais de duas décadas.
A alta no custo da cesta básica e o endividamento das famílias são apontados como possíveis explicações para o comportamento mais cauteloso do consumidor. Parte do décimo, segundo comerciantes, estaria sendo direcionada para pagamento de contas acumuladas.
Economistas ouvidos pela reportagem afirmam que, apesar da entrada do dinheiro extra, o poder de compra das famílias continua reduzido. “O décimo ajuda, mas não compensa a perda acumulada do orçamento ao longo do ano. As pessoas priorizam dívidas e despesas essenciais antes de aumentar o consumo”, explica o analista financeiro Paulo Andrade.
Feirantes esperam que o movimento melhore mais perto do Natal, quando tradicionalmente o consumo de alimentos e itens para ceias costuma aumentar. Até lá, a expectativa é de retomada lenta e cautelosa.

