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Geração Distribuída: Sucesso nos Telhados Vira Dor de Cabeça e Aumenta Contas de Luz

No último Dia dos Pais, uma medida drástica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) chamou a atenção: o desligamento da geração eólica e solar centralizada para manter o equilíbrio do sistema em 60Hz. A decisão foi motivada pelo excesso de oferta de energia renovável em determinados horários, superando a demanda e exigindo intervenções operacionais. O momento mais crítico ocorreu entre 13h e 13h30, quando a carga total atingiu 57,8 GW, com 21,7 GW (aproximadamente 38%) provenientes de Micro e Minigeração Distribuída (MMGD).

A MMGD, que representa um avanço na diversificação da matriz elétrica brasileira, alcançou a marca de 42.712 MW, correspondendo a 17,6% da energia disponível. O modelo de geração distribuída, presente em telhados de residências e empresas, atraiu investimentos e consumidores.

Entretanto, o setor de MMGD ainda conta com subsídios financiados pela Conta de Desenvolvimento Energético, impactando as contas de luz de quem não gera sua própria energia. A mesma fonte subsidia grandes usinas solares e eólicas, a geração de energia na Amazônia e, mais recentemente, a isenção para consumidores de até 80 quilowatts/mês.

O crescimento da MMGD gerou desafios para o setor elétrico, especialmente para projetos de energia renovável que contavam com a venda da energia gerada, mas agora enfrentam restrições no despacho pelo ONS. Isso ocorre porque a energia da MMGD é integrada ao sistema das distribuidoras estaduais, que consequentemente reduzem a compra de outras fontes, incluindo parques eólicos e solares.

O ONS enfrenta dificuldades no gerenciamento do crescente número de acessos de fontes intermitentes, necessitando aumentar os níveis de segurança e redundância. A instituição reconhece os desafios impostos pela participação das fontes renováveis variáveis, como solar e eólica, e em especial a MMGD, para a operação diária, principalmente em relação à previsibilidade e disponibilidade total dessas fontes.

O ONS busca soluções em conjunto com o Ministério de Minas e Energia, Aneel e EPE, incluindo o uso de baterias para armazenamento de energia, e cobra uma regulação para a MMGD. Ajustes são necessários para beneficiar a flexibilidade do sistema com fontes de energia controláveis que garantam o equilíbrio entre oferta e demanda, principalmente em horários de rampas de carga ou momentos de carga reduzida. A coordenação com os operadores das redes de distribuição é fundamental, mesmo em cenários críticos de esgotamento de margem de regulação.

O excesso de energia gerada em relação ao consumo transformou a MMGD em um problema para o setor, impactando empresas e investidores em parques eólicos e solares que sofrem com o “curtailment” – a redução ou corte da produção quando a geração excede a capacidade de consumo ou transmissão do sistema, resultando em desperdício de energia limpa.

No primeiro semestre deste ano, o corte de energia gerada atingiu 25% em Minas Gerais, 24% na Bahia, 20% em Pernambuco, 19% no Piauí, 16% no Ceará e Rio Grande do Norte, 11% em São Paulo e 7% na Paraíba, com tendência de crescimento devido à expansão da MMGD.

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