No Brasil, a proporção de homens em relação às mulheres é de 95 para cada 100, de acordo com dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua 2024. Essa disparidade se acentua em determinadas faixas etárias e regiões do país.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a diferença é ainda mais notável entre a população com mais de 60 anos, onde se contabilizam apenas 70 homens para cada 100 mulheres. Em São Paulo, na mesma faixa etária, a proporção é de 77 homens para 100 mulheres.
O Censo de 2022 já havia indicado um cenário semelhante, com 104.548.325 mulheres e 98.532.431 homens no país – uma diferença de aproximadamente 6 milhões. Demógrafos apontam que fatores como acidentes graves, violência urbana (que afetam mais homens) e a maior atenção das mulheres à saúde contribuem para essa discrepância.
Essa tendência não é nova. Dados históricos da PNAD mostram que, entre 2012 e 2018, a população residente era composta por 48,9% de homens e 51,1% de mulheres. A proporção se manteve praticamente inalterada até 2024.
Embora nasçam mais homens do que mulheres em todo o mundo (uma diferença biológica de 3% a 5%), no Brasil, essa proporção se mantém apenas até os 24 anos de idade. A partir dessa faixa etária, a população feminina supera a masculina, influenciada pela maior mortalidade masculina em decorrência de causas não naturais e pela maior expectativa de vida das mulheres.
O envelhecimento da população brasileira e a redução das taxas de natalidade também contribuem para acentuar essa diferença. A maior longevidade feminina, associada a hábitos de vida mais saudáveis e maior frequência de consultas médicas, também desempenha um papel importante.
A PNAD indica que essa tendência é observada em quase todas as regiões e estados do país, com exceção de Tocantins, onde há 105,5 homens para cada 100 mulheres, e Santa Catarina, com 100,9 homens para cada 100 mulheres. A oferta de trabalho em setores como mineração e agronegócio pode influenciar a proporção de homens em determinadas localidades.